Onde surgiu: Por que o nome banana-da-terra? Benefícios e usos dessa fruta especial

Ao contrário do que muitos pensam, a banana-da-terra não é apenas uma banana comum usada em receitas. Com nomes variados e origem africana, ela representa um elo entre agricultura, história e culinária. Trazida ao Brasil durante o período colonial, sua presença é forte em receitas típicas do Norte e Nordeste. Rica em amido, integra a alimentação tradicional por seu valor nutricional e versatilidade no preparo de pratos salgados e doces.
Publicado por Alan Correa em Agro e Curiosidades dia 17/05/2025

A banana-da-terra recebe esse nome porque, diferentemente das bananas comuns (como a nanica ou prata), ela é amplamente usada como alimento cozido ou frito, ou seja, da “terra” — da culinária local e tradicional, especialmente nas Américas e na África.

Pontos Principais:

  • O nome “banana-da-terra” surgiu por seu uso exclusivo em preparos quentes.
  • É conhecida também como pacovã, chifre-de-boi e banana-comprida.
  • Originária da Ásia, popularizou-se na África e chegou ao Brasil pelo Atlântico.
  • É um híbrido do gênero *Musa*, rica em amido e ideal para pratos cozidos ou fritos.
  • É base de receitas tradicionais brasileiras e símbolo de identidade regional.

Essa é uma variedade que, apesar de compartilhar o nome com outras bananas, tem particularidades que a colocam em uma categoria distinta dentro da botânica, da culinária e da cultura alimentar de diversas regiões. Seu nome, embora simples, carrega significados associados à rusticidade, ao uso doméstico e à tradição regional. A origem da expressão “banana-da-terra” parece remeter ao uso frequente da fruta em preparações que envolvem cozimento, fritura ou outros métodos culinários que exigem calor — ao contrário das bananas consumidas cruas. A ideia de algo “da terra” também remete ao alimento mais pesado, menos doce e mais próximo da agricultura tradicional.

O nome banana-da-terra se refere ao seu uso culinário, mais ligado à tradição e ao preparo em receitas do que ao consumo direto, como acontece com outras bananas.
O nome banana-da-terra se refere ao seu uso culinário, mais ligado à tradição e ao preparo em receitas do que ao consumo direto, como acontece com outras bananas.

Esse nome, no entanto, não é o único. A banana-da-terra é conhecida por diferentes nomes ao redor do mundo e mesmo dentro do Brasil. Em algumas regiões é chamada de banana-pacovã, banana-comprida, banana-chifre-de-boi, banana-cozida ou banana-de-fritar. Internacionalmente, seu nome mais comum é “plantain”, termo usado em países de língua inglesa. Essas múltiplas denominações refletem não apenas a diversidade regional de vocabulário, mas também o modo como essa banana é consumida e compreendida culturalmente em diferentes contextos.

Do ponto de vista técnico, a banana-da-terra pertence ao gênero Musa, dentro da família Musaceae. O nome científico mais aceito para essa variedade é Musa × paradisiaca, um híbrido estéril natural entre duas espécies selvagens: Musa acuminata e Musa balbisiana. A presença mais acentuada de amido, em comparação com outras bananas, faz com que essa variedade seja menos doce e mais resistente ao cozimento, o que a torna ideal para preparações culinárias. Por essa razão, seu consumo in natura é incomum. As frutas são geralmente longas, espessas e apresentam casca verde escura que tende a amarelar com o tempo, mas sem atingir a doçura das bananas convencionais.

História e origem

A banana-da-terra tem origem no sudeste asiático, como a maioria das bananas, mas foi na África que sua popularização ocorreu de forma significativa, especialmente no contexto da agricultura tradicional e da alimentação cotidiana. Acredita-se que a difusão da banana-da-terra para as Américas tenha ocorrido por meio das rotas de comércio atlântico durante o período colonial, especialmente com a chegada de povos africanos escravizados. Com eles vieram também as sementes, os cultivos e os hábitos alimentares, incluindo o uso da banana-da-terra como parte de uma dieta que valorizava ingredientes ricos em amido e de fácil cultivo nos trópicos.

No Brasil, a banana-da-terra encontrou terreno fértil para sua adaptação, sendo especialmente cultivada nas regiões Norte e Nordeste. Nesses locais, tornou-se ingrediente indispensável em diversas receitas típicas, como o bobó de camarão, a moqueca baiana e pratos de influência indígena e afrodescendente. A presença da banana-da-terra nesses contextos revela não apenas uma continuidade cultural, mas também a capacidade de adaptação da planta a diferentes solos, climas e tradições alimentares.

Usos culturais e gastronômicos

A banana-da-terra assumiu papel relevante nas cozinhas tradicionais de diversos países. Em Cuba, por exemplo, é usada para preparar o tradicional “tostón”, enquanto em países africanos serve de base para pratos como o “fufu”. No Brasil, a banana-da-terra é elemento recorrente na construção de sabores locais, sendo usada em ensopados, frituras, assados e até sobremesas. Sua versatilidade é explicada pela textura densa e pelo sabor neutro, que permite a combinação com preparações salgadas e doces.

Sua popularidade também está ligada ao aspecto visual: quando cortada em rodelas e frita, ganha coloração dourada que remete à comida caseira e à tradição familiar. Isso contribuiu para sua valorização em restaurantes de cozinha regional e também em cardápios contemporâneos que buscam resgatar ingredientes brasileiros.

Além do aspecto culinário, a banana-da-terra possui valor simbólico. Em muitas comunidades tradicionais, ela representa fartura, acolhimento e preservação de práticas alimentares ancestrais. Isso a torna um dos poucos alimentos cuja presença transcende o prato e se insere no imaginário popular como marcador de identidade cultural.

Propriedades nutricionais e benefícios

Do ponto de vista nutricional, a banana-da-terra se destaca pelo elevado teor de carboidratos complexos, principalmente amido, o que a torna uma boa fonte de energia de liberação lenta. Também fornece fibras alimentares, vitaminas do complexo B, especialmente B6, e minerais como potássio, magnésio e fósforo. Seu consumo pode contribuir para a regulação do trânsito intestinal, controle da pressão arterial e fortalecimento do sistema imunológico, especialmente quando combinada com uma alimentação balanceada.

Por conter menor teor de açúcar e maior quantidade de amido resistente, é considerada uma opção interessante em dietas de baixo índice glicêmico, desde que consumida com moderação. Quando comparada a outras bananas, destaca-se por ser mais saciante e por manter sua integridade durante o cozimento, o que favorece seu uso em pratos mais estruturados.

No preparo culinário, pode ser usada de diferentes formas: frita em óleo quente, assada no forno, cozida em água ou leite de coco, grelhada na brasa ou como acompanhamento de pratos principais. Sua presença é comum em cardápios escolares, merendas públicas e programas de alimentação popular, devido ao seu custo acessível e alto valor nutritivo.

Fonte: Terra, Ceasacampinas e Wikipedia.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.