O que há no fundo do oceano

Os oceanos do mundo representam 70% de todo o nosso planeta e, desse percentual, 95% é inexplorado. Mas o explorador e investidor Victor Vescovo liderou a primeira expedição tripulada até o local mais profundo de cada um dos cinco oceanos do mundo. É como o SpaceX (serviços de transporte espacial) da exploração oceânica. Vescovo registrou cenas de uma criatura nunca vista antes filmadas durante sua jornada ao fundo do Oceano Índico.
Publicado em Ciência dia 29/11/2019 por Alan Corrêa

Os oceanos do mundo representam 70% de todo o nosso planeta e, desse percentual, 95% é inexplorado.

Mas o explorador e investidor Victor Vescovo liderou a primeira expedição tripulada até o local mais profundo de cada um dos cinco oceanos do mundo. É como o SpaceX (serviços de transporte espacial) da exploração oceânica. Vescovo registrou cenas de uma criatura nunca vista antes filmadas durante sua jornada ao fundo do Oceano Índico.

Viagem ao fundo do oceano

Nos últimos quatro anos, o explorador Victor Vescovo coordenou uma equipe para projetar e construir o mais avançado e profundo submersível de mergulho do planeta.

Vescovo relata, “Estamos tentando, com nossa expedição, construir e testar um submersível que pode ir a qualquer local do fundo do planeta para explorar os 60% ainda não explorados deste planeta.”

Os oceanos do mundo representam 70% de todo o nosso planeta e, desse percentual, 95% é inexplorado
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Em dezembro de 2018, Vescovo pilotou seu submersível pela primeira vez, no fundo do Oceano Atlântico. Ninguém além dele tinha feito isso antes.

“Um grupo de pessoas tem os recursos para explorar o espaço sideral, como a SpaceX ou a Blue Origin. Estamos seguindo outro rumo. É uma época maravilhosa de indivíduos gastando seus recursos para desenvolver tecnologias que podem nos levar a lugares nunca antes explorados”, disse Victor Vescovo.

O Limiting Factor foi a ferramenta mais essencial na jornada até o fundo do oceano, um submarino de última geração, sustentada pelo navio de apoio, o Pressure Drop. Tem uma esfera de titânio de 90 mm, para duas pessoas, que a mantém em uma atmosfera e tem a capacidade de mergulhar várias vezes até o local mais profundo do oceano.

Muitas criaturas do fundo do mar ainda são desconhecidas
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O submersível de titânio que permite descer a profundidades extremas e subir várias vezes, suporta até mesmo a pressão mais intensa do mar, cerca de 16 mil psi. Este é o primeiro submersível certificado comercialmente capaz de submergir e emergir milhares de vezes com duas pessoas, inclusive um cientista, para realizar pesquisas e descobertas.

“Temos muito orgulho de ter levado, há três semanas, o britânico que fez o mergulho mais profundo da história, o Dr. Alan Jamieson, da Universidade de Newcastle, que estava conosco na fossa de Java.” Contou Vescovo.

Incrível descoberta

O Oceano Atlântico foi explorado, Oceano Antártico também, e até o Oceano Índico. O que antes ninguém sabia agora foi possível descobrir, o lugar mais profundo do Oceano Índico é um afastado da Austrália Ocidental e outro na fossa de Java.

Conhecemos pouco sobre os hábitos dos animais marinhos
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Victor Vescovo conta que “Mapeamos ambos, enviamos aterrissadores para o fundo e verificamos. Fica na parte central da fossa de Java, onde ninguém achava que ficava. Toda vez que concluímos um de nossos mergulhos importantes, temos que correr para alterar a Wikipédia, porque fica totalmente desatualizada.”

As missões duram de oito a nove horas, geralmente, num espaço confinado. São cerca de três horas até a parte mais profunda do oceano. Podendo gastar três ou quatro horas, e mais três horas para emergir.

Um robô chamado “assfish” capturou imagens de uma criatura nunca vista antes, uma água-viva do fundo do mar chamada de ascídia com pedúnculo. Com uma aparência jamais vista antes, carregando um filhote na base de seu pedúnculo que se move graciosamente.

“A cada mergulho, apesar de só estarmos lá por algumas horas, encontramos três ou quatro espécies novas, porque são lugares isolados há bilhões de anos, e nenhum ser humano jamais esteve lá para filmá-las ou para coletar amostras. Isso é extraordinário para nós”, alega Vescovo.

Conhecemos apenas a superfície do nosso planeta, estamos agora buscando informações sobre as profundezas
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Mais pessoas foram ao espaço do que ao fundo do oceano. E Victor Vescovo foi a terceira pessoa a realizar esse feito no Oceano Pacífico. O primeiro foi Batiscafo Trieste, em 1960, com dois tripulantes e o outro James Cameron, em 2012, com o Deep Sea Challenger.

Para preservarmos o meio ambiente marinho, precisamos estudar mais sobre como tudo acontece
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Portanto, isso foi só o começo de uma nova possibilidade de descobrir nosso planeta.