Embora as bandeiras se pareçam apenas com pedaços de tecido estampados, para a maioria dos seres humanos, estes objetos significam muito mais. Estes simples retalhos possuem o poder de nos unificar ou nos dividir. Grande parte do poder das bandeiras está nos símbolos que carregam, e o que tais símbolos significam. Mas você sabe por que essas imagens possuem tanto valor para nós?
Desde os primórdios da humanidade, o homem sempre se viu necessitado de pertencer a algum grupo, seja ele uma tribo, clã, religião, etc. Junto a isso, o ser humano também desenvolveu um senso de coletividade no qual as vitórias de seu grupo passavam a ser suas vitórias também. Uma das partes mais importantes para a unificação de um grupo é possuir uma imagem em comum e cultuá-la. É neste ponto que entra o papel das bandeiras: ser um poderoso símbolo que representa uma história, um povo, conflitos e lutas.
Atualmente, as bandeiras podem representar países, estados, comunidades, movimentos políticos, culturais, religiosos, etc. Porém, há muitas décadas atrás, as bandeiras eram utilizadas apenas como ferramentas. Algumas sociedades utilizavam este recurso como uma maneira de sinalização à distância, já algumas navegações utilizavam disto para enviar mensagens, e muitas vezes estas foram cruciais em batalhas. Sendo assim, as bandeiras eram consideradas formas de comunicação visual, e suas diferentes cores simbolizavam mensagens diferentes.
As primeiras bandeiras que existiram foram feitas de metal ou de pelo de animais, mas depois de alguns anos, os chineses desenvolveram novas tecnologias e com isso, a seda foi criada. A seda é um tecido fino e macio, porém muito resistente que transformou a história das bandeiras permanentemente. A partir desta descoberta, a seda passou a ser exportada para todos os continentes do mundo através de redes marítimas comerciais que posteriormente ficaram conhecidas como Rotas da Seda. No início, apenas as bandeiras de maior influência foram produzidas com este material, sendo elas as dos monarcas e as dos chefes de estado.
Depois das grandes revoluções que aconteceram ao longo do século XIX, a tecnologia foi se desenvolvendo cada vez mais, e a globalização começou a acontecer. Com isso, a população teve mais acesso à informações e assim, passaram a questionar cada vez mais as organizações políticas da época. Sendo assim, muitos líderes políticos foram retirados de seus cargos e uma nova entidade política foi instaurada, o estado-nação. Para esta transformação, novos emblemas foram exigidos, e grande parte dos países tiveram a identidade de sua bandeira alterada, transformando-as em símbolos que visavam trazer uma sensação de pertencimento, liberdade e união para aqueles que faziam parte das comunidades.
Existem muitas bandeiras espalhadas pelo mundo, de variadas formas, cores e designs. A parte mais interessante deste tipo de emblema é que ele permite que cada pessoa o veja do seu próprio modo, tirando sua própria conclusão sobre o significado. Sendo assim, as bandeiras são subjetivas, e portanto, nem todas as pessoas compartilharão o mesmo sentimento com relação a este símbolo. Cada organização, seja ela geográfica, social, cultural, política ou religiosa, deve possuir um símbolo. A finalidade dos símbolos é fazer com que toda a história daquela organização seja relembrada e reconhecida apenas através de um olhar. Um exemplo disto é a bandeira da comunidade LGBTQIA +, já que ao olhar para as cores do arco-íris unidas de maneira horizontal, você já se lembra do movimento e de tudo o que ele significa. Esta é a verdadeira intenção das bandeiras.
Além disso, outro fator que faz das bandeiras ainda mais poderosas, é a identificação do público com seu significado, ou seja, quanto mais uma pessoa se identificar com a história do movimento que aquele símbolo representa, mais o indivíduo irá apoiá-lo. Entre os anos de 1933 e 1945, aproveitando a desilusão do povo alemão após a Primeira Guerra Mundial, Hitler decidiu instaurar um novo símbolo que unificaria os alemães novamente. Maravilhados com as promessas de Hitler, a nação decide apoiar o novo modelo de governo: o Nazismo, e junto a isso, deram força ao seu símbolo: a suástica. A força do movimento se tornou tão grande que o povo alemão ficou cego mediante as pautas que estavam apoiando, e devido a isso, muitos inocentes tiveram sua liberdade e suas vidas arrancadas à força por apoiadores do nazismo que se deixaram levar pelo sentimento de pertencimento à um movimento.
Anos depois e atualmente, o símbolo da suástica remete à coisas ruins, como ódio, preconceito, genocídio e medo. Outras bandeiras também possuem significados marcantes, como: a bandeira dos Estados Unidos, que traz um sentimento de orgulho, patriotismo e segurança para os integrantes daquela nação, da mesma forma que a bandeira da África do Sul remete aos cidadãos uma sensação de liberdade, conquista e luta.
Cada bandeira traz consigo uma história, e é isso que a faz ser tão poderosa. Os símbolos transmitem sentimentos que remetem aos princípios que aquele movimento apoia. Hitler em sua autobiografia afirma que: “Um emblema marcante pode ser o primeiro motivo para despertar o interesse em um movimento”.