O avanço da digitalização no setor de óleo e gás ganhou novo impulso com a abertura da quinta edição do Ocyan Waves Challenge, voltado à integração entre startups e demandas operacionais offshore. A iniciativa da Ocyan, reconhecida por sua atuação na cadeia de produção de petróleo e gás no Brasil, aposta em soluções de automação e inteligência artificial para otimizar processos internos considerados críticos.
Pontos Principais:
As inscrições, abertas em 5 de junho, atraem startups de todo o país interessadas em desenvolver ferramentas tecnológicas para dois desafios principais: reembolsos automatizados e digitalização inteligente de documentos para embarques offshore. A seleção das propostas acontece até o final de junho, com fases seguintes programadas para os meses seguintes.

A proposta da Ocyan se insere em um movimento mais amplo de inovação aberta, que visa não apenas acelerar a transformação digital nas operações da companhia, mas também consolidar o ecossistema de startups que orbitam o setor de energia, com potencial de inserção em cadeias globais de fornecimento.
O primeiro desafio identificado pela Ocyan busca resolver entraves existentes no fluxo de reembolsos, ainda conduzido manualmente em muitos casos. Essa condição resulta em lentidão no trâmite de aprovação, aumento na carga de trabalho para as áreas de conformidade e elevação dos riscos operacionais. A companhia busca uma solução que utilize reconhecimento de imagem em arquivos PDF, com classificação automática e precisa de valores.
A expectativa é que a aplicação dessas ferramentas traga ganhos em agilidade, reduza o índice de erros humanos e garanta a aderência às políticas internas. Além disso, espera-se um impacto direto na eficiência operacional e na redução de custos, com adoção de tecnologias alinhadas ao controle e rastreabilidade dos dados.
A simplificação do processo também pode liberar recursos humanos para atividades de maior valor estratégico. Com isso, a empresa pretende eliminar gargalos administrativos e tornar os ciclos financeiros mais ágeis, especialmente em operações de larga escala como as que envolvem unidades offshore.
O segundo desafio concentra-se na análise e validação dos documentos necessários para o embarque de profissionais e materiais em plataformas e navios. Atualmente, o procedimento é majoritariamente feito por e-mail e com documentos digitalizados de forma inconsistente, o que causa atrasos e impede o embarque de colaboradores por ausência de conformidade documental.
A solução esperada deve aplicar inteligência artificial para detectar erros, aperfeiçoar imagens e padronizar automaticamente os dados recebidos, sem depender de verificações manuais. O objetivo é garantir conformidade e previsibilidade no processo de embarque, aumentando a eficiência logística da operação.
Esse avanço impacta diretamente a continuidade das atividades nas unidades marítimas, pois elimina substituições de última hora por questões documentais. A digitalização do fluxo também permitirá a geração de relatórios e indicadores de conformidade mais robustos, contribuindo para o planejamento estratégico.
A fase de scouting, dedicada ao mapeamento de startups, será concluída em 18 de junho. No dia 30 do mesmo mês, as selecionadas apresentarão suas soluções no pitch day. As melhores propostas avançam para uma semana de imersão técnica em julho, onde serão submetidas a testes controlados e validações com as equipes da Ocyan.
Após os testes-piloto e a análise de desempenho, os projetos mais aderentes serão avaliados para eventual contratação, com decisões previstas para dezembro. A estrutura do programa permite que as startups validem suas tecnologias em ambiente real, ampliando a maturidade comercial e o potencial de escalabilidade.
Essa metodologia de cocriação e validação integrada reforça a confiança da empresa na inovação aberta como pilar estratégico, ao mesmo tempo em que proporciona ganhos imediatos para os desafios operacionais em curso.
Desde a criação do programa em 2019, a Ocyan já mapeou mais de 800 startups e testou cerca de 30 projetos-piloto. A taxa de conversão para contratos formais ultrapassa 70%, evidenciando o potencial do programa em gerar soluções aplicáveis e duradouras.
A atuação consistente da Ocyan no campo da inovação a colocou em posição de destaque no Ranking TOP Open Corps, promovido pela 100 Open Startups, figurando entre as empresas com melhor relacionamento com startups desde 2021. Em 2024, esteve entre as cinco corporações mais ativas do país em inovação aberta.
Além do Waves Challenge, a empresa conduz o programa Booster, voltado ao codesenvolvimento de soluções em parceria com empresas nascentes, contribuindo para o fortalecimento do setor e a modernização da cadeia produtiva nacional.
A Ocyan opera com foco em serviços de upstream e mantém contratos com consórcios como Libra, Karoon Energy e Brava Energia. É a única empresa brasileira a operar unidades do tipo FPSO em regime de joint venture com a Altera Infrastructure. Atua ainda em projetos de descomissionamento submarino e revitalização de infraestrutura na Bacia de Campos, em parceria com a Mota-Engil.
A base operacional de Macaé reúne engenharia, manutenção, fabricação e tecnologias digitais, oferecendo suporte completo às operações offshore. A empresa também avalia sua entrada no setor de energia eólica marítima, utilizando sua expertise acumulada para diversificar sua atuação.
A solidez da estrutura e o histórico de inovação colocam a Ocyan em posição estratégica para impulsionar a transformação digital do setor energético brasileiro, consolidando sua imagem como agente ativo de mudanças estruturais.
A edição 2025 do Waves Challenge reforça o papel das startups como catalisadoras de inovação no setor energético. Com desafios práticos e acompanhamento técnico durante o processo de desenvolvimento, o programa oferece uma oportunidade concreta de inserção no mercado para as empresas participantes.
Para a Ocyan, o desafio é uma ferramenta de melhoria contínua, com foco na resolução de gargalos reais por meio de soluções escaláveis e conectadas às melhores práticas internacionais. As parcerias firmadas neste ciclo devem gerar impacto direto sobre o desempenho da companhia e da cadeia offshore como um todo.
A integração entre grandes corporações e startups tende a acelerar o ritmo de inovação e trazer ganhos em competitividade e sustentabilidade, além de incentivar uma cultura de experimentação e colaboração em setores tradicionalmente conservadores.
Fonte: Ocyanwaves.
