A Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, suspendeu o livro “O Menino Marrom”, de Ziraldo, das escolas da cidade. A decisão foi tomada após a pressão de pais que consideraram o conteúdo do livro inadequado para crianças. O livro conta a história de dois amigos, um negro e um branco, que exploram questões sobre cores e diferenças.
A obra de 1986 foi criticada por pais que citaram trechos específicos, como uma cena onde os personagens discutem um pacto de sangue. Apesar de a cena não se concretizar, os pais afirmam que o conteúdo pode induzir crianças a comportamentos negativos. Outro trecho controverso envolve um pensamento do protagonista sobre uma velhinha que não aceitou ajuda para atravessar a rua.
A Secretaria Municipal de Educação justificou a suspensão como uma medida para reavaliar a abordagem pedagógica do livro. A secretaria afirmou que o objetivo é evitar interpretações equivocadas e promover um diálogo com os pais para esclarecer as temáticas abordadas. A nota oficial reconheceu o valor educacional da obra de Ziraldo, destacando sua importância para discussões sobre diversidade e respeito.
Professores e especialistas em literatura infantil reagiram negativamente à suspensão. A professora Marta Glória Barbosa criticou a medida, afirmando que a retirada do livro é prejudicial para os estudantes. Para ela, o livro de Ziraldo é uma obra significativa que contribui para a educação literária das crianças.
Nas redes sociais, a decisão gerou debates entre pais. Enquanto alguns apoiaram a suspensão, outros lamentaram o que consideram um ato de censura. Comentários destacaram a importância de discutir obras literárias em vez de bani-las das escolas.
A obra de Ziraldo, incluindo “O Menino Marrom”, é reconhecida por sua contribuição à literatura infantil brasileira. Ziraldo, que faleceu em abril de 2024, deixou um legado importante como escritor e ilustrador, sendo autor de obras clássicas como “O Menino Maluquinho”.
*G1.