Entender como funciona a cabeça de um adolescente é um dos maiores desafios dos pais quando essa idade chega em seus filhos. Por mais que todos já tenham passado por essa fase, busca entender o que pensam e o que realmente querem pode se tornar um desafio e tanto.
Muitos alegam que isso ocorre por conta das incessantes mudanças que acontecem em seus corpos, mas um novo estudo realizado revela que isso é uma verdade, mas não que necessariamente seja algo bom, muitas vezes podendo ser prejudicial para os mesmos.
Antes de entender o estudo, devemos primeiro conhecer quem o realizou. A responsável por um estudo tão importante foi a adolescente americana Kashfia Rahman, hoje caloura e Harvard e filha de imigrantes de Bangladesh, que gostaria de contribuir de alguma forma para se sentir parte de algo maior.
“Muitas vezes eu me esforçava para me adaptar. Eu queria ser alguém com algo que a contribuir para a sociedade, não ser apenas considerada a morena do lenço que era uma aberração em minha cidade homogênea”, disse Kashfia em uma palestra.
E embora não tivesse muito apoio de sua escola para realizar alguma pesquisa, seu projeto foi elaborado graças a força de vontade, a adequação de alguns espaços e de seu professor de geografia, que foi o mentor da adolescente e assinou todos os papeis necessários para ajudar a mesma a iniciar sua pesquisa.
De acordo com Kashfia, chegava a ser impressionante como os adolescentes sempre procuravam fazer coisas fora da lei e, conforme o tempo fosse passando, essas atitudes se tornavam cada vez mais frequentes, mesmo que eles soubessem o quanto errado era aquilo.
Então, 86 adolescentes da escola da jovem entre 13 e 18 anos passaram por uma simulação sobre algumas situações e seus sentimentos foram medidos. A propósito, quando percebeu que não conseguiria utilizar um eletroencefalograma laboratorial em sua pesquisa, Kashfia decidiu utilizar suas economias e comprar um capacete portátil que faria o mesmo que o equipamento.
“Usando os espaços dos computadores na biblioteca da escola, eles completaram uma simulação computadorizada de tomada de decisões para medir os comportamentos de risco comparáveis aos do mundo real como consumo de álcool, drogas e jogatina, com os alunos completando o teste 12 vezes ao longo de três dias para simular as experiências de risco.”, contou a jovem.
Os resultados, de acordo com a adolescente, foram resultados de duas coisas: Do cérebro ainda imaturo dos adolescentes e do processo de habituação, fazendo com que os mesmos se tornassem habituados aquilo que estavam fazendo.
Com isso, após a medição dos gráficos, o resultado não poderia ser diferente: Conforme mais vezes os adolescentes eram submetidos a situações de risco, mais vezes eles voltavam a realizar tais ações e, em cada uma delas, sentindo cada vez menos culpa, estresse e atenção ao que estavam fazendo, porém com mais prazer e interesse.
Utilizando esses dados, Kashfia alerta a todos para que tenham o máximo de cuidado com os adolescentes, pois cada vez mais que se submetem a riscos, cada vez mais os mesmos irão querer retornar aos mesmos.
Ainda por cima, com esses dados, a jovem conseguiu conquistar o prêmio de melhor pesquisa na categoria de ciências do comportamento na Intel International Science, sendo que logo após isso ingressou na Universidade de Harvard.