Novo medicamento pode reduzir em até 20% o custo do tratamento da hepatite C pelo SUS

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), anunciou uma importante parceria que pode trazer alívio ao Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento da hepatite C. O medicamento ravidasvir, desenvolvido em combinação com sofosbuvir e cujo registro é detido pelo instituto, tem o potencial de reduzir em até 20% os custos do tratamento por paciente. Atualmente, o tratamento custa entre R$ 6,2 mil e R$ 6,5 mil por pessoa.
Publicado em Saúde dia 22/07/2023 por Alan Corrêa

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), anunciou uma importante parceria que pode trazer alívio ao Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento da hepatite C. O medicamento ravidasvir, desenvolvido em combinação com sofosbuvir e cujo registro é detido pelo instituto, tem o potencial de reduzir em até 20% os custos do tratamento por paciente. Atualmente, o tratamento custa entre R$ 6,2 mil e R$ 6,5 mil por pessoa.

A parceria foi firmada entre a Fiocruz, por meio de Farmanguinhos, a organização não governamental Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e a farmacêutica egípcia Pharco Pharmaceuticals. A próxima etapa do processo envolve a submissão do medicamento à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguida pela obtenção do registro para fornecimento ao Ministério da Saúde.

Novo remédio para hepatite C poderá baixar custo do tratamento no SUS
Novo remédio para hepatite C poderá baixar custo do tratamento no SUS

Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos, destacou a efetividade do ravidasvir e sofosbuvir nas populações da Tailândia e da Malásia, com uma média de cura de 97%. Isso representa um avanço significativo para o tratamento da hepatite C, uma inflamação crônica do fígado causada pelo vírus HCV, que pode levar a complicações graves, como cirrose, insuficiência hepática e câncer.

Além disso, Mendonça enfatizou a importância de ampliar as opções de tratamento no SUS, possibilitando que mais médicos e pacientes tenham acesso a medicamentos de primeira linha, o que pode aumentar a adesão ao tratamento e melhorar o bem-estar dos pacientes.

Farmanguinhos já detém o registro do antiviral daclatasvir, o que reforça sua relevância no apoio ao Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis) e no avanço da independência nacional no tratamento da hepatite C. Anteriormente, o tratamento da doença apresentava desafios de eficácia, mas com os medicamentos desenvolvidos pelo instituto, as chances de cura já alcançam mais de 95% em média, com um tempo de tratamento de aproximadamente 12 semanas.

O registro do ravidasvir tem o objetivo de contribuir para a sustentabilidade orçamentária do programa de tratamento de hepatites virais pelo SUS, que representa um custo significativo para o Ministério da Saúde.

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pelo Ministério da Saúde em junho de 2022, foram confirmados mais de 700 mil casos de hepatites virais no Brasil, sendo a hepatite C responsável por quase 40% desses casos.

Jorge Mendonça também ressaltou a importância da busca ativa por pacientes com hepatite C, uma vez que a doença pode ser assintomática nos estágios iniciais. A ideia é realizar testagens em massa para tratar os pacientes o mais cedo possível, antes que a hepatite se torne crônica, o que é crucial para a eficácia do tratamento e a saúde geral dos pacientes.

O registro do ravidasvir representa um avanço significativo no combate à hepatite C no Brasil, e a expectativa é de que o medicamento seja aprovado e disponibilizado pelo SUS em um futuro próximo, trazendo esperança para milhares de pacientes afetados por essa doença.

*Com informações da Agência Brasil.