A nova Toyota Hilux 2026 é o tipo de picape que chega para provar que até os gigantes precisam se reinventar. Depois de anos no topo, carregando o rótulo de imortal das estradas, ela finalmente passou por uma transformação completa. O visual agora mistura brutalidade e elegância, com linhas mais finas, faróis afilados e uma dianteira que parece mais uma careta de quem vai engolir a concorrência. A Toyota diz que se inspirou no sumô, e é exatamente essa energia de força contida que a nova geração transmite.

O que mais chama atenção, porém, não é o rosto novo, mas o coração múltiplo. A Hilux virou um verdadeiro laboratório de motores. Tem diesel, gasolina, híbrida, elétrica e até uma promessa a hidrogênio para 2028. É como se a Toyota dissesse: “Escolha sua fé e vá em paz”. A versão elétrica, com 196 cavalos e bateria de 59,2 kWh, roda cerca de 240 km e deve agradar quem vive nas cidades. Mas é no campo que o diesel ainda manda, e a marca sabe disso — tanto que manteve o 2.8 turbodiesel com sistema híbrido leve de 48V, agora mais eficiente e silencioso.
Por dentro, o salto é digno de um SUV de luxo. A cabine foi redesenhada do zero, com painel digital de 12,3 polegadas, central multimídia widescreen e materiais que finalmente parecem estar à altura do preço. O volante e o console vieram do Land Cruiser, e a ergonomia, típica da Toyota, continua lá: tudo onde deve estar, tudo funcionando como deve. Os botões físicos ainda estão presentes, quase como um ato de rebeldia contra o toque excessivo das telas modernas. O resultado é uma cabine que parece ter sido feita por engenheiros que realmente dirigem.

No quesito tecnologia, a Hilux 2026 entra de vez no século 21. Sistema de monitoramento de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma, assistente de saída segura e atualizações remotas via software — tudo está ali. E, pela primeira vez, ela adota direção elétrica, algo impensável há alguns anos para um veículo desse porte. A Toyota entendeu que o consumidor quer conforto sem abrir mão da robustez. A suspensão também foi retrabalhada, com nova fixação e rigidez que prometem menos vibração e mais estabilidade, tanto na terra quanto no asfalto.
Apesar de toda a eletrônica, a Hilux ainda é, antes de tudo, uma ferramenta de trabalho. A versão elétrica pode carregar até 715 kg e rebocar 1.600 kg. Já a diesel continua sendo o tanque de guerra da linha, levando uma tonelada e puxando 3.500 kg com tranquilidade. A filosofia permanece: não importa o que aconteça, a Hilux tem que aguentar. É a mesma lógica que a fez sobreviver a guerras, enchentes e décadas de abuso mundo afora.

Para o Brasil, a chegada está prevista para 2026, inicialmente com as versões a diesel e híbrida leve vindas da Argentina. A elétrica ainda está em estudo, e a de hidrogênio parece distante, quase mítica. Mas não importa — a Hilux está pronta para outro ciclo de reinado. No fim das contas, ela continua sendo o que sempre foi: a picape que os outros medem para saber se estão no caminho certo. A diferença é que agora ela faz isso com mais silêncio, mais tecnologia e a mesma arrogância mecânica de quem sabe que continua no topo.
Fonte: CNN e GuiaDeUsados.
