NASA deve construir um telescópio gigante no lado oculto da Lua

A proposta é construir um telescópio em uma cratera natural do lado escuro da Lua de 3 a 5 km de diâmetro, através de vários robôs DuAxel, que amarrariam, suspenderiam e ancorariam uma malha de 1 km de diâmetro dentro da cratera, tornando-a o “maior radiotelescópio de abertura cheia do Sistema Solar”.
Publicado em Tecnologia dia 20/04/2020 por Alan Corrêa

A proposta é construir um telescópio em uma cratera natural do lado escuro da Lua de 3 a 5 km de diâmetro, através de vários robôs DuAxel, que amarrariam, suspenderiam e ancorariam uma malha de 1 km de diâmetro dentro da cratera, tornando-a o “maior radiotelescópio de abertura cheia do Sistema Solar”.

Esse é um projeto do roboticista do JPL (Laboratório de Propulsão à Jato da NASA) Saptarshi Bandyopadhyay, da qual a Nasa concedeu um financiamento adicional de US$ 120 mil para a equipe de Bandyopadhyay desenvolver a fase 1 e levar a ideia adiante.

Será possível?

NASA financia proposta para construir um telescópio gigante no lado oculto da Lua
NASA financia proposta para construir um telescópio gigante no lado oculto da Lua

A NASA tem um programa de iniciativa chamado Innovative Advanced Concepts (NIAC), no qual os colaboradores são incentivados a apresentar ideias “fora da caixa” para “mudar o que é possível no espaço”. Foi daí que surgiu a proposta do grande telescópio lunar, que poderia ser usado para espionar os primeiros dias do cosmos, a fim de beneficiar astrônomos e cosmólogos, que o usariam para estudar o universo primitivo como ele existia a 13,8 bilhões de anos atrás, incluindo a formação das primeiras estrelas.

Diagrama mostrando a posição do LCRT em relação à Terra (sem escala). Crédito: Saptarshi Bandyopadhyay
Diagrama mostrando a posição do LCRT em relação à Terra (sem escala). Crédito: Saptarshi Bandyopadhyay

Saptarshi Bandyopadhyay chama o projeto de Telescópio de Rádio da Cratera Lunar (LCRT), serão três fases de pesquisa. “O objetivo da fase 1 do NIAC é estudar a viabilidade do conceito LCRT”, disse Bandyopadhyay ao Gizmodo. “Durante a fase 1, nos concentraremos principalmente no projeto mecânico do LCRT, buscando crateras adequadas na Lua e comparando o desempenho do LCRT com outras ideias que foram propostas na literatura.”

Ainda não há estimativa de tempo para construir o LCRT, no entanto Saptarshi Bandyopadhyay diz que sua equipe teria uma ideia melhor assim que a fase 1 fosse concluída. Muita tecnologia ainda será precisa para tornar a proposta possível, pois nas definições da Nasa a tecnologia necessária para o LCRT está atualmente em um nível de desenvoltura considerado praticamente baixo.

“Não é possível observar o universo em comprimentos de onda superiores a 10 metros, ou frequências abaixo de 30 MHz, a partir de estações terrestres, porque esses sinais são refletidos pela ionosfera da Terra”, disse Bandyopadhyay.

Como o LCRT seria construído. Crédito: Saptarshi Bandyopadhyay
Como o LCRT seria construído. Crédito: Saptarshi Bandyopadhyay

“Além disso, os satélites que orbitam a Terra captariam um ruído significativo da ionosfera da Terra”, e é por isso que “essas observações são muito difíceis”.

*Com informações do Gizmodo.