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NASA busca ampliar parceria com o Brasil no monitoramento e preservação da Amazônia

O administrador da NASA, Bill Nelson, durante pronunciamento após reunião com o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
Publicado em Brasil dia 24/07/2023 por Alan Corrêa

Nesta segunda-feira (24), o administrador da Agência Espacial Americana (NASA), Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil no campo aeroespacial, especialmente no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica e em ações de preservação ambiental.

Durante a reunião, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente, destacou que é provável que o presidente Lula converse em breve com o presidente Joe Biden para tratar dos assuntos discutidos no encontro.

Bill Nelson informou à imprensa que a NASA já envia imagens e informações por meio de satélites para auxiliar os cientistas brasileiros na localização e prevenção do desmatamento. Além disso, a agência espacial planeja lançar três novos satélites que aumentarão significativamente a capacidade de identificar e combater o desmatamento.

O administrador da NASA, Bill Nelson, durante pronunciamento após reunião com o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto (Joédson Alves/Agência Brasil)

O administrador da NASA relembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo espacial e pôde testemunhar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas como resultado do desmatamento.

Outro ponto de interesse na parceria é a possibilidade de aumento da produtividade no campo, por meio de instrumentos espaciais que identificam umidade do solo e do ar, bem como detectam pragas.

Em continuação à visita, no dia seguinte (25), Bill Nelson planeja visitar as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Embraer, em São Paulo. Essa visita será seguida de reuniões entre cientistas dos dois países para dar sequência ao acompanhamento dos projetos de cooperação.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esclareceu que qualquer colaboração no monitoramento das florestas dependerá da aprovação das autoridades científicas que supervisionam a política aeroespacial brasileira. Essas autoridades determinarão a real necessidade de utilização dos equipamentos e sistemas, assim como a viabilidade de compartilhamento de informações.

Luciana Santos também destacou que em breve entrará em operação um novo radar sintético capaz de captar imagens através das nuvens, e o INPE continua trabalhando arduamente na qualificação das informações para o combate ao desmatamento na Amazônia.

O interesse do Brasil é que as autoridades americanas considerem as capacidades da indústria espacial brasileira. O país possui empresas com capacidade de produção que podem fornecer equipamentos para a NASA e atuar na indústria aeroespacial.

A cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos na área espacial remonta à década de 1980. Uma das colaborações mais significativas é o Programa Artemis, que busca explorar as potencialidades da Lua e pretende levar astronautas ao satélite natural no próximo ano.

Além disso, o acordo para utilização da Base de Alcântara, no Maranhão, e o projeto de estudo do fenômeno da ionização da atmosfera, especialmente no Atlântico Sul, foram citados como exemplos da cooperação contínua entre as duas nações.

A reunião no Palácio do Planalto teve duração de aproximadamente uma hora e meia, durante a qual Bill Nelson presenteou o presidente Lula com uma foto da última missão não tripulada da NASA à Lua, realizada entre novembro e dezembro do ano anterior.

*Com informações da Agência Brasil.