Thor, um labrador que integrou o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, morreu na sexta-feira, 2 de maio de 2025, aos 13 anos. O cão ficou nacionalmente conhecido por sua atuação nas operações de resgate durante a tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, no início de 2019. Desde sua aposentadoria, em 2020, vivia acolhido por uma família, afastado das missões operacionais.
Pontos Principais:
Sua trajetória no CBMDF teve início oito anos antes da aposentadoria, com atuação direta em ocorrências de busca e salvamento. Thor participou também das operações após o rompimento da barragem em Mariana, além de outras missões não divulgadas. A morte do animal não teve causa informada pelas autoridades, mas gerou manifestações públicas e institucionais de respeito e reconhecimento por parte de colegas de farda e da população.

Durante os dias mais críticos da operação em Brumadinho, Thor foi um dos cães que integraram as equipes de resgate no terreno instável formado pela lama e escombros. A parceria entre ele e os condutores foi considerada essencial para a localização de vítimas. Mesmo após sua saída da ativa, sua imagem permaneceu associada aos esforços de salvamento na tragédia que deixou 272 mortos e repercussões ambientais ainda presentes.

Thor esteve entre os primeiros cães mobilizados para atuar nas buscas em Brumadinho. Seu treinamento específico o habilitou a identificar sinais de vida ou restos mortais em ambientes de difícil acesso e baixa visibilidade. O Corpo de Bombeiros do DF destacou, em nota, que o animal trabalhou com base em comandos e instinto, se deslocando por áreas instáveis e com riscos de contaminação.
A operação em Minas Gerais mobilizou forças de diferentes estados e até equipes internacionais. No cenário do desastre, os cães farejadores representaram um recurso decisivo. O tempo de resposta em campo e a comunicação não verbal entre o cão e o condutor tornaram-se ferramentas importantes para a triagem de pontos críticos em meio à lama da barragem rompida.
O reconhecimento da atuação dos cães como Thor contribuiu para o fortalecimento da estrutura de adestramento e utilização desses animais no serviço público. Além do trabalho técnico, a convivência cotidiana entre bombeiros e animais desenvolve vínculos que impactam diretamente a eficiência e o foco em missões de alta complexidade.

A rotina operacional de Thor foi interrompida oficialmente em 2020, após oito anos de serviço. Conforme os protocolos do CBMDF, o animal foi adotado por uma família civil, com quem permaneceu durante cinco anos. A corporação informou que o ambiente doméstico foi escolhido por oferecer estabilidade e cuidado após o longo período de atividades intensas.
Não foram divulgadas informações sobre problemas de saúde ou enfermidades. O falecimento foi comunicado pela instituição com uma mensagem de despedida que reforçava a importância do serviço prestado por Thor. A nota institucional utilizou expressões de respeito ao histórico do animal, mas sem detalhar as circunstâncias do óbito.
Mesmo fora de atividade, Thor continuava sendo lembrado pela corporação e por familiares de vítimas como uma referência do esforço de resgate realizado em Brumadinho. O impacto da tragédia na memória coletiva foi também moldado por imagens como a do cão entre os escombros, o que contribuiu para sua permanência simbólica nas redes sociais e em reportagens sobre o episódio.

Após o anúncio da morte de Thor, o Corpo de Bombeiros do DF publicou homenagens nas redes sociais, ressaltando sua trajetória e importância nas operações de resgate. A repercussão incluiu manifestações de antigos condutores, colegas de farda e cidadãos que acompanharam sua atuação na época da tragédia de Brumadinho.
O reconhecimento da população e da imprensa transformou a figura do cão em símbolo da resposta emergencial diante de desastres ambientais. O uso de cães farejadores em situações de grande risco tornou-se mais visível após sua atuação. Especialistas passaram a defender políticas de valorização e proteção desses animais após a aposentadoria.
A memória institucional sobre Thor também passou a integrar atividades de formação e homenagens internas do CBMDF. A história do labrador é citada como referência nos cursos de cinotecnia e nas instruções voltadas à preparação de novos binômios (par cão-condutor), reforçando seu legado funcional.

O uso de cães em operações de busca é uma prática consolidada nas forças de segurança e salvamento. Treinados desde filhotes, esses animais são condicionados a identificar sinais de vida ou morte através do olfato, mesmo sob camadas de detritos. Em ambientes como o de Brumadinho, essa habilidade foi decisiva.
Além da capacidade olfativa, o desempenho dos cães depende da interação com o condutor. Em Thor, essa sintonia foi apontada como um dos principais fatores que explicam sua eficiência em campo. A atuação em tragédias exige que o binômio opere sob condições físicas e emocionais extremas.
No Brasil, o treinamento e a gestão dos cães farejadores envolvem etapas específicas, que incluem socialização, condicionamento e adaptação a situações simuladas. Animais que se destacam nesse processo são designados para ocorrências complexas, como foi o caso de Thor.
A trajetória de Thor representa não apenas a de um cão operacional, mas a de um participante ativo em uma das maiores tragédias do país. Sua imagem continua presente em reportagens, registros fotográficos e nos discursos institucionais do Corpo de Bombeiros. Mesmo após seu afastamento, foi convidado a participar de cerimônias internas e ações de conscientização.
A figura do cão também é frequentemente associada ao esforço coletivo das equipes de salvamento, que atuaram por semanas em Brumadinho. O episódio tornou-se um marco para a revisão dos protocolos de resposta a desastres e também da valorização dos agentes envolvidos, inclusive os de quatro patas.
A despedida de Thor reforça a importância do registro histórico da atuação desses animais, destacando a necessidade de políticas que garantam bem-estar e reconhecimento após o encerramento da vida útil operacional. Sua trajetória passa a integrar, de forma definitiva, a história institucional da corporação e a memória pública da tragédia de Brumadinho.
Fonte: Carro.Blog.Br e UOL.
