Centenas de mulheres participantes da 7ª Marcha das Margaridas realizaram uma ocupação impactante no plenário do Senado Federal hoje. A sessão extraordinária, realizada em homenagem ao evento, foi requerida e presidida pelo senador Beto Faro (PT-PA). Durante o evento, diversas vozes se levantaram para discutir a dupla jornada feminina e a necessidade de assegurar direitos fundamentais.
O senador Beto Faro, em seu discurso, abordou a lamentável realidade em que segurança alimentar, moradia digna, renda justa e uma vida livre de violência continuam a ser privilégios para uma minoria. Ele destacou que a responsabilidade de alterar esse panorama recai sobre todos os brasileiros, mas especialmente sobre os representantes eleitos pelo voto direto da população.
Mazé Morais, coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), comparou o plenário do Senado a um jardim florido de margaridas, enfatizando a importância da presença feminina nos espaços de decisão. Ela ressaltou que a marcha representa não apenas uma luta por direitos, mas também por democracia, soberania popular e participação política das mulheres, especialmente as negras e pobres.
A desigualdade social e racial também foi abordada por diversas vozes. Uma participante destacou que a desigualdade no Brasil é carregada por corpos femininos, sendo fundamental a representatividade desses corpos nos locais de poder. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, celebrou a ocupação da capital pelas “margaridas” e lembrou a sanção da lei de igualdade salarial entre gêneros. Ela reafirmou o compromisso de combater o ódio que alimenta a violência contra a mulher, através de políticas públicas efetivas.
A sustentabilidade também emergiu como pauta relevante. Sônia Maria Coelho Gomes Orellana, representante da Marcha Mundial de Mulheres, destacou que a reconstrução do Brasil deve priorizar a sustentabilidade da vida e envolver a participação ativa das mulheres. Ações governamentais foram mencionadas pelo ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, enfatizando avanços nas áreas rurais e na agricultura familiar.
O evento culminou com um apelo unificado pela transformação do país em um lugar mais justo e inclusivo. O senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto de lei que homenageia Margarida no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, parabenizou o governo pela lei de igualdade salarial e enfatizou que a igualdade beneficia a todos.
Após a sessão solene, as margaridas continuaram sua programação no Parque da Cidade, com oficinas, painéis e rodas de conversa abertos à população. A abertura oficial da marcha está agendada para mais tarde, com a presença do presidente Lula e outros convidados ilustres. A marcha se estabelece como uma poderosa voz pela igualdade e pelos direitos das mulheres no Brasil.
*Com informações da Agência Brasil.