Maneiras de medir e melhorar sua capacidade

Estamos entrando num futuro em que QI e QE importam muito menos do que a rapidez com que conseguimos nos adaptar. Existem praticamente três maneiras de medir nosso QA (quociente de adaptabilidade) e mostrar por que a capacidade de reagir a mudanças realmente importa.
Publicado por Alan Correa em Vida dia 20/11/2019

Estamos entrando num futuro em que QI e QE importam muito menos do que a rapidez com que conseguimos nos adaptar. Existem praticamente três maneiras de medir nosso QA (quociente de adaptabilidade) e mostrar por que a capacidade de reagir a mudanças realmente importa.

A importância do QA

O primeiro ponto mais importante não é o QI, nem o QE, é a adaptabilidade: o quanto uma pessoa reage bem à inevitabilidade da mudança e muitas delas. Esse é o determinante único mais relevante. Claro que a crença de que a capacidade de se adaptar em si é uma forma de inteligência, e que o quociente de adaptabilidade, ou QA, é algo que pode ser medido, testado e aprimorado.

Enquanto outros capitalistas de risco acreditam o QE, ou quociente emocional é o mais significativo, o QA é útil para se adaptar na evolução da tecnologia. Sabemos que a taxa de mudança tecnológica está acelerando, o que está forçando nosso cérebro a reagir, seja passando por mudanças nas condições de trabalho trazidas pela automação, mudando a geopolítica em um mundo mais globalizado, ou simplesmente a dinâmica familiar e relacionamentos pessoais. Cada um de nós, como indivíduos, grupos, corporações e até governos, está sendo forçado a lidar com mais mudanças do que nunca na história da humanidade.

Como avaliamos nossa capacidade de nos adaptarmos?

Comece se perguntando “e se”, perguntar “e se”, em vez de perguntar sobre o passado, força o cérebro a simular para imaginar várias versões possíveis do futuro. A força dessa visão, bem como quantos cenários distintos alguém pode evocar.

A prática de simulações é uma espécie de laboratório seguro para melhorar a adaptabilidade. Em vez de testar como assimilamos e retemos informações, como num teste de QI, ela testa como manipulamos as informações, perante uma restrição, a fim de atingir uma meta específica.

Em segundo, é o sinal de desaprendizagem. Uma pessoa que desaprende busca desafiar o que supõe já saber e, em vez disso, substitui esses dados por novas informações, mais ou menos como um computador executando uma limpeza de disco.

Quando a investidora de risco Natalie Fratto está decidindo qual fundador de startup irá apoiar, ela não procura apenas inteligência ou carisma; ela procura capacidade de se adaptar. Nesta palestra perspicaz, Fratto compartilha três maneiras de medir nosso "quociente de adaptabilidade" e mostra por que nossa capacidade de reagir a mudanças realmente importa.
Quando a investidora de risco Natalie Fratto está decidindo qual fundador de startup irá apoiar, ela não procura apenas inteligência ou carisma; ela procura capacidade de se adaptar. Nesta palestra perspicaz, Fratto compartilha três maneiras de medir nosso “quociente de adaptabilidade” e mostra por que nossa capacidade de reagir a mudanças realmente importa.

Veja um exemplo: Destin Sandlin é um engenheiro e comunicador científico americano mais conhecido pela série de vídeos Smarter Every Day em seu canal do YouTube com o mesmo nome, lançado em 2007. Ele programou sua bicicleta para virar à esquerda quando a virava para a direita e vice-versa. Ele chamou isso de “Backwards Brain Bike”, e levou quase oito meses só para aprender a guiá-la de um jeito normal. O fato de Destin conseguir desaprender a usar a bicicleta habitual dele a favor de uma nova, no entanto, sinaliza algo incrível sobre nossa capacidade de nos adaptarmos. A adaptabilidade nem sempre é fixa, em vez disso, cada um de nós tem a capacidade de melhorá-la, por meio de dedicação e trabalho árduo.

O terceiro e último fator importante para a adaptabilidade, é a inspiração por investigação em sua vida e em seus negócios. Há uma espécie de tensão natural entre investigação e exploração. E coletivamente, todos nós tendemos a supervalorizar a exploração.

Para entender melhor confira um exemplo. No ano 2000, um homem deu um jeito de se reunir com John Antioco, o CEO da Blockbuster, e propôs uma parceria para gerenciar os novos negócios on-line da Blockbuster. O CEO John fez pouco caso dele dizendo: “Tenho milhões de clientes e milhares de lojas rentáveis no varejo. Preciso mesmo me concentrar no dinheiro”. Acontece, porém, que o outro homem na reunião era Reed Hastings, o CEO da Netflix. Em 2018, a Netflix faturou US$ 15,8 bilhões, enquanto a Blockbuster entrou com pedido de falência em 2010, dez anos após aquela reunião. O CEO da Blockbuster estava concentrado demais em explorar seu modelo de negócios já bem-sucedido, que não conseguiu enxergar o que vinha pela frente. Assim, seu sucesso anterior tornou-se inimigo de sua potencial adaptabilidade.

Agora entende o porque a investigação deve sempre ser um estado de busca constante. O fato é que nunca deve-se apaixonar demais pelas vitórias, mas sim, continuar a procurar proativamente o que pode matá-los em seguida.

Portanto, a adaptabilidade é algo que podemos melhorá-la. Cada um de nós tem a capacidade de se tornar mais adaptável. Mas pensem nela como um músculo: ela tem que ser exercitada. Ou seja, fazer perguntas “e se”, desaprender ativamente e priorizar a investigação em vez da exploração pode colocar você no controle para que, da próxima vez que houver uma grande mudança, já esteja preparado. Isso serve tanto para a vida profissional quanto para a pessoal.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.