Pra quem é fã de quadrinhos, adora a fidelidade dos últimos filmes de heróis, The Flash pode não ser a melhor pedida, o novo longa da DC é um belo novelão que me agradou, mas provavelmente não vai deixar os puristas satisfeitos.
The Flash consegue superar as expectativas e se destacar como um filme divertido e refrescante em meio ao cenário atual repleto de produções sombrias e complexas do gênero de super-heróis. Sob a direção de Andy Muschietti, o filme solo do velocista da DC traz uma abordagem única, desviando do universo compartilhado da DC e se inspirando na lendária história em quadrinhos Flashpoint.
O roteiro, assinado por Cristina Hodson, faz escolhas ousadas ao se afastar da trama original e criar uma narrativa autônoma, repleta de referências nostálgicas. O resultado é uma experiência muito mais gratificante do que o esperado.
Desde o início, somos apresentados a um Barry Allen que já está confortável com sua vida de super-herói e conta com Bruce Wayne como seu mentor e figura paterna, estabelecendo uma dinâmica semelhante à de Tony Stark e Peter Parker no universo Marvel.
Barry, um personagem ansioso, depressivo e sobrecarregado, descobre sua capacidade de correr tão rápido a ponto de manipular o tempo, o que naturalmente acarreta consequências imprevisíveis.
Embora o filme seja influenciado pela história em quadrinhos e pela animação Flashpoint, ele se distancia dessas fontes de inspiração ao explorar caminhos narrativos próprios. Essa liberdade criativa se revela uma escolha acertada, permitindo que The Flash se destaque como uma obra independente e original.
A explicação das viagens temporais do Flash é apresentada de forma simples e sem a necessidade de uma explicação excessivamente detalhada. Da mesma forma, as consequências de suas tentativas de mudar o passado são exploradas de maneira direta e eficaz. Essa abordagem mais simplificada pode não agradar aos fãs mais aficionados, mas contribui para um filme mais acessível e envolvente.
No aspecto visual, The Flash apresenta uma representação impressionante dos poderes do protagonista, com efeitos especiais que capturam perfeitamente a sensação de velocidade e os momentos de manipulação temporal. As cenas de corrida são eletrizantes e transmitem com eficácia a essência do personagem.
No entanto, o filme apresenta algumas falhas na parte técnica, especialmente nos efeitos visuais em CGI, que em certos momentos parecem questionáveis e prejudicam a imersão. Ainda assim, essas imperfeições não chegam a comprometer a experiência como um todo.
Um dos destaques de The Flash é o elenco talentoso. Ezra Miller entrega uma atuação envolvente, mesmo enfrentando controvérsias pessoais, e traz momentos de humor e carisma ao personagem. A química entre os membros do elenco é palpável, contribuindo para a dinâmica do grupo de heróis apresentado no filme.
The Flash é uma surpresa agradável em um momento em que o gênero de super-heróis tende a se tornar cada vez mais sério e complexo. Com sua abordagem divertida, descompromissada e desvinculada do universo compartilhado da DC, o filme se destaca como uma adição positiva ao catálogo da franquia, oferecendo uma experiência empolgante e cativante para os fãs do velocista escarlate.