Em seu programa semanal “Conversa com o presidente“, o presidente Lula expressou críticas à taxa de juros do empréstimo consignado, atualmente fixada em 1,97%. Lula comparou essa taxa com aquela cobrada de grandes empresários e afirmou que pretende discutir o assunto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a fim de rever os juros do consignado.
O presidente demonstrou indignação em relação ao fato de que o crédito consignado, destinado a pessoas com emprego garantido e descontado diretamente do salário, possui uma taxa de juros de quase 30% ao mês, devido aos juros compostos. Ele questionou como alguém que recebe um salário de R$ 2 mil e solicita um empréstimo consignado de R$ 1 mil pode arcar com uma taxa de juros tão alta, enquanto empresta dinheiro aos grandes empresários a uma taxa de 10% ao mês. Embora reconheça que também é um valor elevado, Lula ressaltou que o empréstimo consignado é triplamente mais caro.
Lula anunciou durante o programa um plano de financiamento no valor de R$ 364 bilhões para a agricultura e a pecuária empresarial no país. Esses recursos, segundo o Palácio do Planalto, visam apoiar a produção agropecuária de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024. O presidente aproveitou a ocasião para criticar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%.
“Serão R$ 364 bilhões a uma média de 10% de juros ao ano. É caro. É muito caro. Esses juros poderiam ser mais baratos. Aí, tem um cidadão no Banco Central, a gente não sabe quem pôs ele lá, que traz os juros a 13,75%. Vamos emprestar R$ 364 bilhões para os agricultores do agronegócio a 10% de juros. Amanhã, vamos lançar o programa da agricultura familiar, me parece R$ 75 bilhões, a uma taxa de juros menor do que essa.”
O presidente destacou que os R$ 364 bilhões serão disponibilizados com uma taxa média de juros de 10% ao ano, considerada elevada por ele. Lula mencionou a presença de um indivíduo no Banco Central, cuja nomeação desconhece, responsável por manter os juros em 13,75%. Ele ressaltou que o empréstimo de R$ 364 bilhões destinado ao agronegócio será concedido com uma taxa de juros de 10%, enquanto o programa para a agricultura familiar, que será lançado no dia seguinte, contará com um montante de R$ 75 bilhões e uma taxa de juros ainda menor.
Ao abordar sua viagem à Europa, Lula reiterou a importância de combater as mudanças climáticas e o desmatamento, acompanhados de medidas de combate à pobreza. Para ele, é necessário que as pessoas sintam indignação diante da desigualdade social. Durante sua recente visita à Itália e à França, o presidente cobrou um maior investimento dos países ricos nas economias menos desenvolvidas, bem como ações contra as desigualdades sociais, raciais e de gênero.
Lula também mencionou que o Brasil sediará a COP30, a cúpula sobre mudanças climáticas das Nações Unidas, em 2025, pela primeira vez em um estado amazônico, o Pará. Ele convidou as pessoas que admiram a Amazônia a visitarem a região para entenderem sua realidade, ressaltando a importância de melhorar a qualidade de vida das comunidades amazônicas, incluindo saneamento básico, habitação de qualidade, melhores empregos, salários dignos e educação de excelência. Para Lula, isso é cuidar do clima: cuidar do povo em conjunto com a preservação da natureza.
*Com informações da Agência Brasil.