Lucy Guo supera Taylor Swift como bilionária mais jovem com fortuna feita em inteligência artificial

Ela não canta, não herdou e nem apareceu na TV. Lucy Guo ficou bilionária aos 30 anos criando ferramentas de IA, investindo em startups e apostando na descentralização digital. Com apenas 5% da Scale AI, empresa que ajuda a treinar sistemas como o ChatGPT, ultrapassou a fortuna de Taylor Swift. Depois disso, criou fundos, plataformas e virou um símbolo da nova elite do Vale do Silício — feita de algoritmos, dados e riscos calculados.
Publicado por Alan Correa em Economia e Negócios dia 25/04/2025

Lucy Guo se tornou um dos nomes mais comentados do cenário econômico ao superar a fortuna de celebridades globais sem contar com herança ou carreira na indústria do entretenimento. Sua trajetória começou fora dos holofotes, longe da música, cinema ou televisão. Filha de imigrantes chineses e criada na Califórnia, ela encontrou seu caminho por meio da tecnologia, especificamente na área de inteligência artificial.

Pontos Principais:

  • Lucy Guo ficou bilionária com 5% da Scale AI, startup de rotulagem de dados.
  • A Scale tem contratos com OpenAI e o Departamento de Defesa dos EUA.
  • Após sair da empresa, Guo fundou o fundo Backend Capital e a Passes.
  • A Passes aposta na descentralização e enfrenta desafios legais com moderação.

Antes dos 30 anos, Guo acumulou um patrimônio líquido avaliado em US$ 1,25 bilhão. Esse montante veio de investimentos em startups, fundações de empresas voltadas à IA e apostas em plataformas digitais que monetizam diretamente a atenção dos usuários. Sua principal fonte de riqueza é a participação remanescente de 5% na Scale AI, startup que cofundou aos 21 anos e que se tornou referência global em rotulagem de dados para treinamentos de algoritmos.

Ela não canta, não herdou fortuna e nem é famosa. Mesmo assim, Lucy Guo se tornou bilionária antes dos 30 — e ultrapassou até a Taylor Swift no ranking!
Ela não canta, não herdou fortuna e nem é famosa. Mesmo assim, Lucy Guo se tornou bilionária antes dos 30 — e ultrapassou até a Taylor Swift no ranking!

A história da empresária norte-americana ilustra um novo perfil de bilionária que não surgiu do entretenimento nem da herança familiar, mas da estruturação de negócios centrados em dados e engenharia. Mesmo enfrentando controvérsias, Lucy Guo segue expandindo suas frentes de atuação e chamando atenção por seu envolvimento com empresas emergentes em setores sensíveis da economia digital.

Origens e início na tecnologia

Lucy Guo nasceu nos Estados Unidos em uma família de imigrantes chineses. Desde jovem, demonstrou interesse por programação e chegou a ingressar na Universidade Carnegie Mellon para estudar ciência da computação. No entanto, optou por abandonar o curso após ser aceita no Thiel Fellowship, um programa que concede US$ 100 mil a jovens que optam por abandonar o meio acadêmico para investir em ideias empreendedoras.

Ela passou por experiências em grandes empresas do setor tecnológico, incluindo estágios no Facebook e no Snapchat. Essas vivências ampliaram seu contato com o ecossistema do Vale do Silício e abriram espaço para o desenvolvimento de suas próprias iniciativas.

A fundação da Scale AI aconteceu em 2016, quando Guo tinha 21 anos. Seu sócio, Alexandr Wang, tinha 19. A proposta era oferecer dados rotulados com precisão, serviço fundamental para o treinamento de modelos de inteligência artificial. A ideia ganhou tração justamente por ser uma atividade técnica, porém essencial e pouco explorada por grandes empresas da época.

Ascensão com a Scale AI

A Scale AI rapidamente atraiu atenção de grandes players da tecnologia. Empresas como a OpenAI passaram a utilizar seus serviços para alimentar modelos de linguagem, como o ChatGPT. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos também firmou contrato com a startup, utilizando suas ferramentas para analisar imagens de satélite durante a guerra na Ucrânia.

Mesmo tendo deixado a empresa em 2018, Guo manteve 5% de participação. Com a Scale sendo avaliada em aproximadamente US$ 25 bilhões, esse percentual foi suficiente para transformá-la em bilionária. A nova rodada de investimentos que abriu a possibilidade de venda de ações a ex-funcionários consolidou sua fortuna.

A empresa desempenha papel estratégico no desenvolvimento de IA generativa e outras soluções técnicas. Mesmo fora do time executivo, Guo permaneceu vinculada simbolicamente ao sucesso da Scale.

Novos empreendimentos e diversificação

Filha de imigrantes chineses, Lucy aprendeu a programar criança. Abandonou a faculdade e entrou para um grupo que paga jovens para inovar.
Filha de imigrantes chineses, Lucy aprendeu a programar criança. Abandonou a faculdade e entrou para um grupo que paga jovens para inovar.

Após sair da Scale, Lucy Guo fundou a Backend Capital, um fundo de venture capital com foco em startups de base tecnológica fundadas por engenheiros. O fundo foi responsável por aportar recursos em empresas como a Ramp, uma fintech avaliada em US$ 13 bilhões.

Em 2022, ela lançou a Passes, plataforma voltada à monetização direta de criadores de conteúdo. O modelo de negócios da Passes se aproxima de serviços como o OnlyFans, mas com uma proposta de maior controle e participação dos criadores sobre suas receitas e dados.

A plataforma já levantou US$ 66 milhões em rodadas de investimento, com apoio de fundos como Bond Capital e Crossbeam Ventures, além da participação do ex-presidente da Disney, Michael Ovitz.

Modelo descentralizado e controle dos dados

A Passes funciona com foco em descentralização e autonomia dos usuários. A ideia é eliminar intermediários e permitir que os criadores tenham controle completo sobre como seus conteúdos são distribuídos e monetizados. Os usuários da plataforma podem manter até 90% das receitas geradas.

Com os recursos captados, a empresa tem investido em tecnologias de inteligência artificial voltadas à criação de avatares realistas. Esses avatares interagem com os usuários em nome dos criadores, ampliando o engajamento mesmo sem presença ao vivo. A proposta tem sido bem aceita pelo público.

Esse modelo reflete uma tendência de personalização e descentralização nos meios digitais, permitindo maior flexibilidade aos produtores de conteúdo. A experiência promovida pela Passes tem sido vista como uma antecipação de futuras práticas nas redes.

Desafios legais e moderação de conteúdo

Hoje ela comanda a Passes, uma plataforma para criadores ganharem mais sem depender de redes sociais. O projeto já captou milhões!
Hoje ela comanda a Passes, uma plataforma para criadores ganharem mais sem depender de redes sociais. O projeto já captou milhões!

Em meio ao crescimento da Passes, surgiram acusações de falhas na moderação de conteúdo. Um processo judicial recente aponta que a plataforma teria hospedado material com menores de idade. A empresa respondeu afirmando que proíbe esse tipo de conteúdo e adota ferramentas automatizadas para moderação.

A discussão levanta questões sobre a viabilidade técnica de moderar grandes volumes de conteúdo gerado por usuários, especialmente em plataformas descentralizadas. O caso ainda está em tramitação e pode trazer repercussões regulatórias para startups do setor.

A empresa reforça que atua de forma ativa na remoção de materiais que violem seus termos e que investe em tecnologias que aprimorem a triagem automatizada de conteúdo, utilizando algoritmos treinados para identificar violações.

Fortuna bilionária e comparações

Com patrimônio líquido de US$ 1,25 bilhão, Lucy Guo superou figuras como Taylor Swift no ranking de mulheres mais jovens a alcançarem o status de bilionárias sem herança. A comparação gerou repercussão na mídia, sobretudo pelo contraste entre os setores em que ambas atuam.

Enquanto Swift construiu sua riqueza com base em turnês, álbuns e propriedade intelectual musical, Guo chegou ao mesmo patamar por meio da engenharia de dados e investimentos em empresas tecnológicas. Essa diferença ilustra a multiplicidade de caminhos possíveis no cenário atual de geração de riqueza.

A comparação entre perfis tão distintos também evidencia a mudança de paradigma em relação ao que define sucesso e notoriedade em um mundo cada vez mais digitalizado e orientado por dados.

Projeções e influência no Vale do Silício

Lucy Guo permanece ativa no ecossistema de inovação do Vale do Silício. Suas movimentações empresariais continuam acompanhadas de perto por investidores e analistas do mercado. Seu portfólio inclui desde empresas de IA até plataformas de economia criativa.

A diversidade de setores em que atua e o histórico de acertos em investimentos indicam que seu nome deve continuar relevante nos próximos anos. Sua capacidade de identificar tendências e transformar ideias em negócios escaláveis tem gerado atenção de fundos e aceleradoras.

Mesmo com desafios jurídicos e técnicos, sua trajetória é vista como um reflexo da nova geração de empreendedores que atua de forma independente, fora dos modelos tradicionais corporativos.

Fonte: Veja, UOL e Oglobo.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.