Você se sente representado no cinema?
Estamos acostumados a nos depararmos na grande maioria das vezes com uma população americanizada nas telas de cinema em todo o mundo. Se você não se encaixa nesses padrões, dificilmente conseguirá ser lembrado nas telonas. Foi com essa missão que o diretor de cinema Jon M. Chu conseguiu um dos maiores feitos de sua vida.
Jon é filho de dois imigrantes de Taiwan, na China. Desde pequeno, sempre mostrou sua paixão pela edição de vídeos e filmagens. Esse amor foi tamanho que o mesmo conseguiu convencer seus pais a lhe comprarem um Sima Video Ed/it 2, um dispositivo feito para editar vídeo através de fitas.
O dia aonde tudo mudou foi quando Jon decidiu mostrar para sua família um vídeo que o mesmo tinha feito sobre eles mesmos. O resultado? Seus pais completamente em lágrimas pois finalmente se viram representados, mesmo que fosse em apenas um vídeo caseiro. Nesse dia, Jon já sabia que esse era seu destino.
Tudo ajudava Jon em seu caminho. Seus pais tinham um restaurante chamado Chef Chu’s localizado no hoje Vale do Silício, tendo um grande contato com engenheiros das maiores empresas de tecnologia do mundo. O pai de Jon sempre divulgava os trabalhos de seu filho, fazendo com que funcionários dessas grandes empresas ajudassem o jovem cineasta com equipamentos de última geração para trabalhar em seus vídeos.
O tempo passou, Jon M. Chu se formou em cinema pela USC, foi descoberto por Steven Spielberg e dirigiu filmes estrelados por Justin Bieber, The Rock, Bruce Willis e vários outros famosos, mas ainda lhe faltava algo.
Foi então que Jon encontrou um livro chamado Crazy Rich Asians (Asiáticos ricos e loucos), um romance que falava sobre a cultura asiática e que viria a ser traduzido como “Podres de rico”, tendo então a ideia de reproduzir o livro em formato de longa-metragem.
Mas as pesquisas com o filme nunca foram das melhores: Em média, uma a cada 25 pessoas aceitavam um ingresso de graça para assistir o filme e avaliar. Isso sem contar o público asiático que achava o título ofensivo, que Hollywood poderia estragar o livro e os americanos em si não gostariam de ver outro povo sendo representado.
Mas o filme foi aderido pela Warner e, com um elenco composto completamente de asiáticos, o longa foi um sucesso estrondoso.
Com isso você deve estar se perguntando agora: Se o público não aparentava ter uma boa aceitação com o filme, como que conseguiu ser um sucesso absoluto nas bilheterias? A resposta está na internet!
Com as pessoas ganhando cada vez mais conhecimento sobre o filme, um a legião de descendentes de orientais que também queriam um dia se verem representados viram no filme uma chance de algo inédito acontecer.
A multidão foi crescendo, a expectativa aumentando, diversos artigos sobre o filme foram feitos e publicados em grandes jornais. E como era de se esperar, o público ganhou conhecimento e foi assistir o filme, aprovando o mesmo.
Jon conseguiu o que queria, buscou seu espaço em Hollywood e conseguiu a representatividade no meio do cinema com ajuda da internet, certo? De acordo com o próprio diretor, não é exatamente assim.
Foi graças ao sentimento de compaixão com o semelhante que ajudou o filme a ser um sucesso, pois com as pessoas querendo se ajudar a serem representadas no cinema, a internet serviu apenas como uma grande massa para que tudo pudesse acontecer, mas que sem a ajuda entre as pessoas seria algo impossível de se acontecer.