Itaú lucra R$ 11,5 bi no trimestre, mas fecha 300 agências e corta empregos

O Itaú Unibanco lucrou R$ 11,5 bilhões no 2º trimestre de 2025, alta de 14,3%. Apesar do crescimento, fechou 300 agências e cortou postos de trabalho, apostando em digitalização e automação.
Publicado por Alan Correa em Economia e Negócios dia 28/08/2025

O Itaú Unibanco registrou um dos maiores lucros de sua história recente no segundo trimestre de 2025. Foram R$ 11,5 bilhões em ganhos, um avanço de 14,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo em um cenário de crescimento, a instituição financeira anunciou medidas que incluem fechamento de unidades físicas e demissões em larga escala.

Pontos Principais:

  • Itaú registrou lucro de R$ 11,5 bilhões no 2º trimestre de 2025.
  • Cerca de 300 agências foram fechadas, restando 2.738 no país.
  • Banco aposta em digitalização e automação para modernizar operações.
  • Medidas geram críticas sobre impacto no atendimento e exclusão financeira.

Nos últimos meses, cerca de 300 agências foram desativadas em todo o país, reduzindo a rede de atendimento de 3.021 para 2.738 unidades. O processo, descrito pelo banco como uma reestruturação necessária, impacta diretamente a rotina de clientes que ainda dependem do serviço presencial.

O Itaú Unibanco anunciou lucro de R$ 11,5 bilhões no 2º trimestre de 2025, mas também confirmou fechamento de agências e cortes de funcionários.
O Itaú Unibanco anunciou lucro de R$ 11,5 bilhões no 2º trimestre de 2025, mas também confirmou fechamento de agências e cortes de funcionários.

A direção do Itaú defende que a medida faz parte de uma estratégia para adaptar o banco ao novo cenário tecnológico. A aposta é em automação de processos e no fortalecimento das plataformas digitais, com o objetivo de tornar a operação mais ágil, eficiente e competitiva.

O movimento, no entanto, não tem passado sem críticas. Em muitas regiões, especialmente em áreas com infraestrutura precária de internet, o atendimento digital ainda não supre as necessidades de quem busca serviços bancários básicos. Isso amplia a sensação de exclusão financeira entre grupos mais vulneráveis da população.

Especialistas observam que o fechamento de agências não se restringe ao Itaú, mas se tornou tendência no setor. Outros grandes bancos também seguem a mesma linha de digitalização, mas o contraste entre lucros elevados e redução de postos de trabalho tem gerado debates públicos sobre responsabilidade social das instituições.

As mudanças também provocam apreensão entre os funcionários. A eliminação de vagas em paralelo ao anúncio de resultados recordes reforça questionamentos sobre a forma como os ganhos estão sendo distribuídos e qual será o impacto futuro sobre a qualidade do atendimento.

No discurso oficial, o Itaú reforça que as transformações fazem parte de um processo inevitável de modernização. Entretanto, a convivência entre lucro em alta e a retração física de sua rede mantém aceso o debate sobre como equilibrar rentabilidade, tecnologia e inclusão financeira em um país de dimensões continentais e desigualdades profundas.

Posicionamento Itaú

As agências físicas continuam sendo um canal importante de atendimento para o Itaú Unibanco, especialmente para clientes que valorizam o contato presencial e buscam suporte consultivo. O banco segue comprometido com essa presença, sempre de forma estratégica, respeitando as necessidades específicas de cada localidade e os diferentes perfis de relacionamento dos clientes.

Ao mesmo tempo, os últimos anos marcaram uma profunda transformação no comportamento do consumidor bancário. Impulsionados pela evolução tecnológica, os clientes passaram a interagir com seus bancos de maneira mais autônoma, fluida e digital. De acordo com dados da Febraban, o uso de aplicativos triplicou desde 2020, saltando de 51% para 75% do total de transações realizadas no país.

Esse novo comportamento tem gerado uma mudança significativa na demanda por produtos e serviços. O cliente busca autosserviço, praticidade e controle sobre sua vida financeira, e espera encontrar tudo isso de forma personalizada e em tempo real nos canais digitais. No Itaú, mais de 99% das transações realizadas por pessoas físicas já ocorrem digitalmente. Só em maio de 2025, o Superapp registrou um aumento de 26% nos acessos em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Como reflexo desse cenário, o Itaú reavalia de forma contínua sua estrutura de atendimento, buscando integrar o melhor do físico e do digital. Essa revisão pode incluir ajustes na rede de agências, sempre baseados em critérios técnicos, de uso e de presença regional. Antes de qualquer decisão, o banco considera a existência de outras unidades próximas, o perfil da população local e a garantia de acesso a serviços.

Além disso, o Itaú conta com uma rede ampla e complementar, que inclui correspondentes bancários, canais digitais e agências físicas, assegurando cobertura nacional e atendimento de qualidade para diferentes perfis e necessidades.

Independentemente do canal, o compromisso do banco permanece o mesmo: oferecer uma experiência completa, integrada e centrada no cliente, com conveniência, proximidade e responsabilidade.

Fonte: Folhape e Diariodocomercio.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.