O Itaú Unibanco registrou um dos maiores lucros de sua história recente no segundo trimestre de 2025. Foram R$ 11,5 bilhões em ganhos, um avanço de 14,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo em um cenário de crescimento, a instituição financeira anunciou medidas que incluem fechamento de unidades físicas e demissões em larga escala.
Nos últimos meses, cerca de 300 agências foram desativadas em todo o país, reduzindo a rede de atendimento de 3.021 para 2.738 unidades. O processo, descrito pelo banco como uma reestruturação necessária, impacta diretamente a rotina de clientes que ainda dependem do serviço presencial.

A direção do Itaú defende que a medida faz parte de uma estratégia para adaptar o banco ao novo cenário tecnológico. A aposta é em automação de processos e no fortalecimento das plataformas digitais, com o objetivo de tornar a operação mais ágil, eficiente e competitiva.
O movimento, no entanto, não tem passado sem críticas. Em muitas regiões, especialmente em áreas com infraestrutura precária de internet, o atendimento digital ainda não supre as necessidades de quem busca serviços bancários básicos. Isso amplia a sensação de exclusão financeira entre grupos mais vulneráveis da população.
Especialistas observam que o fechamento de agências não se restringe ao Itaú, mas se tornou tendência no setor. Outros grandes bancos também seguem a mesma linha de digitalização, mas o contraste entre lucros elevados e redução de postos de trabalho tem gerado debates públicos sobre responsabilidade social das instituições.
As mudanças também provocam apreensão entre os funcionários. A eliminação de vagas em paralelo ao anúncio de resultados recordes reforça questionamentos sobre a forma como os ganhos estão sendo distribuídos e qual será o impacto futuro sobre a qualidade do atendimento.
No discurso oficial, o Itaú reforça que as transformações fazem parte de um processo inevitável de modernização. Entretanto, a convivência entre lucro em alta e a retração física de sua rede mantém aceso o debate sobre como equilibrar rentabilidade, tecnologia e inclusão financeira em um país de dimensões continentais e desigualdades profundas.
As agências físicas continuam sendo um canal importante de atendimento para o Itaú Unibanco, especialmente para clientes que valorizam o contato presencial e buscam suporte consultivo. O banco segue comprometido com essa presença, sempre de forma estratégica, respeitando as necessidades específicas de cada localidade e os diferentes perfis de relacionamento dos clientes.
Ao mesmo tempo, os últimos anos marcaram uma profunda transformação no comportamento do consumidor bancário. Impulsionados pela evolução tecnológica, os clientes passaram a interagir com seus bancos de maneira mais autônoma, fluida e digital. De acordo com dados da Febraban, o uso de aplicativos triplicou desde 2020, saltando de 51% para 75% do total de transações realizadas no país.
Esse novo comportamento tem gerado uma mudança significativa na demanda por produtos e serviços. O cliente busca autosserviço, praticidade e controle sobre sua vida financeira, e espera encontrar tudo isso de forma personalizada e em tempo real nos canais digitais. No Itaú, mais de 99% das transações realizadas por pessoas físicas já ocorrem digitalmente. Só em maio de 2025, o Superapp registrou um aumento de 26% nos acessos em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Como reflexo desse cenário, o Itaú reavalia de forma contínua sua estrutura de atendimento, buscando integrar o melhor do físico e do digital. Essa revisão pode incluir ajustes na rede de agências, sempre baseados em critérios técnicos, de uso e de presença regional. Antes de qualquer decisão, o banco considera a existência de outras unidades próximas, o perfil da população local e a garantia de acesso a serviços.
Além disso, o Itaú conta com uma rede ampla e complementar, que inclui correspondentes bancários, canais digitais e agências físicas, assegurando cobertura nacional e atendimento de qualidade para diferentes perfis e necessidades.
Independentemente do canal, o compromisso do banco permanece o mesmo: oferecer uma experiência completa, integrada e centrada no cliente, com conveniência, proximidade e responsabilidade.
Fonte: Folhape e Diariodocomercio.
