Ipea prevê crescimento econômico maior e inflação menor para o Brasil em 2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje (5) sua Visão Geral da Conjuntura, revelando revisões nas previsões econômicas do país com base nos avanços observados nos três primeiros meses do ano. O instituto espera agora um crescimento econômico mais robusto e uma inflação menor do que o esperado anteriormente para 2023.
Publicado em Economia dia 5/07/2023 por Alan Corrêa

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje (5) sua Visão Geral da Conjuntura, revelando revisões nas previsões econômicas do país com base nos avanços observados nos três primeiros meses do ano. O instituto espera agora um crescimento econômico mais robusto e uma inflação menor do que o esperado anteriormente para 2023.

De acordo com as novas projeções do Ipea, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,2% em 2023. Essa estimativa representa um aumento em relação à previsão anterior, que era de 1,4% até março. Além disso, a inflação também deverá ser menor. A Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea revisou sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,6% para 5,1% em 2023.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê crescimento econômico maior e inflação menor para o Brasil em 2023
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê crescimento econômico maior e inflação menor para o Brasil em 2023

O relatório do Ipea explica que a revisão da previsão do PIB em 2023 ocorreu devido ao crescimento acima das expectativas nos primeiros três meses do ano. A estimativa inicial do instituto para esse período era de um crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 2,7% em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, os números reais mostraram um crescimento mais expressivo, de 1,9% em relação ao trimestre anterior e de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.

A queda na inflação em relação às expectativas também é atribuída à valorização do real brasileiro e à deflação nas cotações das commodities. Esses fatores contribuem para uma redução nos preços no atacado, o que leva a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. Segundo a análise divulgada, a perspectiva para o restante do ano é de estabilidade nesse sentido.

O relatório do Ipea destaca alguns fatores que contribuem para o cenário projetado. Um deles é o aumento da demanda por commodities brasileiras, impulsionado, em parte, pela reabertura econômica da China. O Brasil registrou recordes mensais de superávit na balança comercial este ano, impulsionados pelo aumento das exportações de produtos como petróleo, minério de ferro, milho e soja.

No âmbito doméstico, o Ipea aponta duas forças em direções opostas. Por um lado, a manutenção prolongada de taxas de juros elevadas pelo banco central, atingindo uma média anualizada de 45% no mercado de crédito, exerce pressão para baixo sobre o crescimento. Por outro lado, as medidas fiscais que sustentam a renda das famílias e o aumento da demanda pública, tanto no consumo do governo quanto nos investimentos públicos, impulsionam o crescimento econômico.

O Ipea também destaca que novas medidas estão sendo implementadas para sustentar a renda das famíílias no segundo trimestre do ano, incluindo um novo aumento do salário mínimo, reajustes nos salários dos funcionários públicos federais, antecipações do abono salarial e ajustes no valor do Bolsa Família.

*Com informações do Ipea e Agência Brasil.