Índice de Inflação em Queda Pode Indicar Redução da Taxa de Juros no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (11) a queda no índice oficial de inflação em junho. Essa redução é vista por economistas como um fator que pode pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a iniciar um ciclo de cortes na taxa básica de juros, conhecida como Selic, a partir de agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou -0,08% no último mês, o menor índice para junho desde 2017. Os grupos de alimentação e bebidas e transportes foram os principais responsáveis por puxar os preços para baixo.
Publicado em Economia dia 11/07/2023 por Alan Corrêa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (11) a queda no índice oficial de inflação em junho. Essa redução é vista por economistas como um fator que pode pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a iniciar um ciclo de cortes na taxa básica de juros, conhecida como Selic, a partir de agosto.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou -0,08% no último mês, o menor índice para junho desde 2017. Os grupos de alimentação e bebidas e transportes foram os principais responsáveis por puxar os preços para baixo.

Economistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que a inflação está em trajetória decrescente desde fevereiro, e o acumulado em 12 meses está em 3,16%, alinhado com a meta de inflação. Segundo eles, a redução da taxa Selic seria uma maneira de atingir essa meta, o que aumenta a pressão por cortes na taxa de juros.

Inflação em queda aumenta expectativas de corte na taxa de juros pelo Banco Central (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
Inflação em queda aumenta expectativas de corte na taxa de juros pelo Banco Central (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Os especialistas destacam três fatores que estão pressionando a autoridade monetária. O primeiro é o índice de difusão, que mede a proporção de produtos e serviços que tiveram aumento de preços. Esse índice tem apresentado queda, o que indica uma redução na quantidade de itens com aumento de preços. O segundo fator é o núcleo da inflação, que mostra a tendência real da inflação e tem mostrado desaceleração. O terceiro fator é o comportamento dos preços dos alimentos, que está em queda e favorece o controle dos juros.

No entanto, alguns economistas apontam um sinal de alerta. O preço dos serviços, um setor relevante na composição da inflação, teve aumento, o que pode limitar o tamanho do corte na taxa Selic.

Embora a queda nos preços de alimentos e bebidas em junho seja positiva, os especialistas alertam que a população pode não ter sentido esse alívio no bolso imediatamente. É esperado que ocorra uma queda mais significativa antes que as pessoas comecem a perceber a redução.

O Copom, responsável por definir a taxa básica de juros, realiza reuniões a cada 45 dias. Atualmente, a Selic está em 13,75%, com o objetivo de combater a inflação. A próxima reunião está agendada para os dias 1º e 2 de agosto. A possibilidade de redução da taxa de juros aumentou após a aprovação de dois novos diretores indicados pelo governo. A menor inflação acumulada em 12 meses desde setembro de 2020 também cria espaço para uma mudança na política monetária.

Os especialistas ressaltam que o comportamento dos preços controlados, como os serviços de saúde e as tarifas de transporte público, ainda terão impacto na inflação. Além disso, existem riscos externos, como questões climáticas e turbulências internacionais, que podem influenciar a economia brasileira.

Em resumo, o comportamento decrescente da inflação e a expectativa de cortes na taxa Selic são vistos como impulsionadores do crescimento econômico. Os economistas acreditam que o país pode fechar o ano com uma taxa de juros em torno de 12% e que isso possa marcar o início de um novo ciclo de expansão econômica.

*Com informações da Agência Brasil.