Em um feito notável nesta quarta-feira (23), a Índia se tornou o primeiro país a pousar uma sonda no polo sul da Lua, uma região até então inexplorada que se encontra no lado oculto do satélite. A emocionante conquista foi transmitida ao vivo, apresentando uma representação gráfica da sonda em seu processo de descida lunar.
Sob o olhar atento do mundo, Sreedhara Panicker Somanath, o diretor da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), frequentemente chamada de “Nasa indiana”, proclamou com entusiasmo: “Realizamos um pouso suave na Lua; a Índia agora está firmemente presente na superfície lunar.”
O módulo, lançado em 14 de julho, completou sua aterragem na superfície lunar por volta das 9h33 (horário de Brasília) deste dia histórico. Em meio à euforia, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi expressou: “Este é um momento sem precedentes. Este é o momento para uma nova Índia em pleno desenvolvimento.”
Este marco é particularmente notável, pois várias nações anteriormente tentaram realizar pousos no polo sul lunar. No entanto, suas tentativas anteriores enfrentaram desafios, como foi o caso da Rússia, cuja sonda Luna-25 perdeu o controle e colidiu com a Lua em uma tentativa recente. Similarmente, o Japão enfrentou dificuldades em abril deste ano, quando sua sonda ispace perdeu comunicação momentos antes de concluir sua missão.
A região onde a sonda indiana pousou apresenta características desafiadoras, incluindo grandes crateras, encostas íngremes e uma ausência de luz solar direta, levando a temperaturas extremamente baixas que chegam a -203°C. Essas condições dificultam a operação de equipamentos de exploração na área, fazendo do pouso suave um feito notável, indicando que o módulo não sofreu danos significativos.
A motivação por trás dessa missão, chamada Chandrayaan-3, é a exploração da Lua. A primeira missão espacial desse projeto, realizada em 2008, revelou a presença de água na superfície lunar. Akash Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar, explicou: “Ainda precisamos de mais detalhes sobre a distribuição e quantidade de água, bem como se ela está congelada ou não.”
Além da busca por água, a exploração das regiões polares da Lua, compostas de rochas e solo, pode fornecer insights sobre a formação do Sistema Solar.
A Índia demonstra um compromisso de explorar a Lua com eficiência de custos. A missão anterior, em 2019, que falhou devido à explosão do foguete durante o pouso, custou US$ 140 milhões. Em contraste, a missão atual teve um custo de pouco mais de US$ 80 milhões. O uso da atração gravitacional lunar para impulsionar o módulo à órbita lunar contribuiu para essa economia, assim como a decisão de aproveitar o orbitador da missão Chandrayaan-2 para facilitar as comunicações entre o módulo de pouso, o rover e a sala de controle.
Enquanto a Índia celebra essa conquista marcante, o progresso contínuo na exploração espacial global continua a capturar a imaginação da humanidade.
*Com informações do G1, Wikipedia e OlharDigital.