Faltando apenas duas semanas para o pagamento dos funcionários públicos do estado do Rio de Janeiro, o governo estadual ainda não tem um plano definido para aplicar o piso salarial nacional dos professores.
No último dia 10, o governador Cláudio Castro anunciou um reajuste para a categoria, porém, durante uma reunião com representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) na quinta-feira passada (dia 18), a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto, afirmou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) está estudando a forma de corrigir os salários.
Essa reunião ocorreu no segundo dia de greve dos profissionais da rede. De acordo com cálculos do sindicato, cerca de 80% dos aproximadamente 60 mil professores e seis mil funcionários que trabalham nas 1,2 mil escolas do Rio aderiram ao movimento. No entanto, a Secretaria de Educação (Seeduc) questiona esse percentual. Uma nova assembleia está agendada para o dia 23.
Duda Quiroga, coordenadora do Sepe-RJ, relata que, durante a reunião, representantes da Secretaria reapresentaram a proposta anunciada no dia 10, que consiste em incorporar o piso nacional do magistério, atualmente em R$ 4.420,55 para professores com uma carga horária de 40 horas semanais.
No entanto, os profissionais acreditam que o reajuste proposto pelo governo não abrange todos os níveis, corrigindo apenas os salários dos que ganham abaixo do piso e aplicando o mínimo aos novos professores que ingressam na rede. Dessa forma, aqueles que recebem acima do piso salarial não teriam nenhum aumento em seu salário-base.
Além da completa incorporação do piso nacional, os profissionais também estão reivindicando a revogação do Novo Ensino Médio (NEM) e a convocação dos aprovados nos concursos de 2013 e 2014 para o magistério, assim como dos inspetores de alunos do concurso de 2013. Eles também estão pleiteando a abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas, incluindo as funções de assistente social e psicólogo, como resposta ao aumento da violência no ambiente escolar.
O Sepe-RJ também está demandando que o governo promova um reajuste nos salários dos funcionários administrativos das escolas. De acordo com a entidade, muitas merendeiras, porteiros e inspetores de alunos recebem salários-base abaixo do piso nacional estabelecido em R$ 1.320.