A mobilização política para um possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou novo fôlego após a divulgação de um levantamento com a posição dos senadores. A iniciativa, compartilhada por Nikolas Ferreira (PL-MG), mostra que 33 parlamentares já se declararam favoráveis ao afastamento do magistrado. A divulgação do chamado “placar do impeachment” intensificou o clima de instabilidade entre os Poderes.
Os dados foram reunidos pelo site votossenadores.com.br e repercutiram rapidamente nas redes sociais. Segundo o levantamento, 19 senadores se posicionaram contra o pedido de impeachment, enquanto outros 28 aparecem como indefinidos. A cifra dos favoráveis ainda está abaixo do número necessário para dar andamento à proposta: são exigidos 54 votos, o equivalente a dois terços do Senado.

Entre os apoiadores do impeachment aparece Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que se licenciou do cargo em julho. Com sua saída, Pedro Chaves (MDB-GO) assumiu a vaga, mas ainda não declarou posição clara sobre o assunto, sendo considerado indefinido na contagem do Poder360. A indefinição de suplentes e a pressão pública elevam o nível de incerteza sobre o desfecho do processo.
O movimento ganhou força após os Estados Unidos aplicarem sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. A medida impede o ministro de realizar transações financeiras com instituições norte-americanas, acirrando a polarização política no Brasil. Parlamentares da oposição vêm usando essa decisão como combustível para fortalecer o discurso em defesa do afastamento.
A deliberação de um processo de impeachment no Senado, porém, não ocorre automaticamente. Cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidir se dará andamento ou não ao pedido. Até o momento, Pacheco tem evitado se comprometer com qualquer dos lados, mantendo uma postura de reserva diante da pressão crescente. Sua decisão, no entanto, será determinante para o avanço — ou não — do processo.
A articulação política nos bastidores mostra que a situação está longe de ser resolvida. Líderes de partidos como o PP, União Brasil e Republicanos avaliam seus próximos passos com cautela. Entre os 28 senadores que não declararam posição, há figuras de influência regional e partidária, cuja decisão pode alterar significativamente o cenário. A disputa por votos está aberta, e as negociações seguem em ritmo acelerado.
Além da pressão interna, o episódio coloca o Brasil em evidência no cenário internacional. A inclusão de um ministro do STF em uma lista de sanções internacionais é um fato sem precedentes. A repercussão tem sido acompanhada por entidades jurídicas, organismos multilaterais e representantes diplomáticos, preocupados com os impactos institucionais da escalada de tensão entre Judiciário e Congresso.
Fonte: Poder360.
