O ex-vereador da cidade do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro, protagonizou uma cerimônia de casamento de destaque no cenário local ao unir-se em matrimônio com Ana Carolina Chagas. A solenidade, ocorrida no mês de maio deste ano, teve como cenário o complexo penitenciário de Bangu 8, onde Monteiro encontra-se detido sob a acusação de estupro.
A notícia, inicialmente trazida à tona pelo jornalista Leo Dias, ganhou validação ao ser confirmada ao portal UOL pelo pai do ex-vereador, o deputado federal Roberto Monteiro, filiado ao Partido Liberal (PL).
A trajetória de Gabriel Monteiro foi marcada por reviravoltas, culminando em sua cassação do cargo de vereador e subsequente decreto de prisão. O caso que envolve a acusação de estupro de uma mulher no ano passado ainda tramita em sigilo, com nuances complexas.
O Conselho de Ética da Câmara Municipal, responsável por zelar pelo decoro parlamentar, apurou que Gabriel Monteiro transgrediu os princípios éticos ao registrar atos sexuais com uma menor de 15 anos, configurando-se como infração de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com informações apuradas, o ex-parlamentar teria utilizado coerção, inclusive apontando uma arma, durante o ocorrido, detalhes considerados pela Justiça como “circunstâncias preocupantes”. Além disso, relatos da vítima indicam a existência de relações sexuais não consensuais, bem como a recusa de uso de preservativo, o que teria resultado na transmissão do HPV.
O agravante do caso revelou-se através de depoimentos de pelo menos três ex-assessores, que testemunharam práticas de relações sexuais com menores de 18 anos na presença de funcionários, acompanhadas de solicitações para que as adolescentes expusessem seus seios. Um relatório apresentado ao Conselho de Ética da Câmara registrou essas alegações.
Antes de sua detenção, Gabriel Monteiro ganhou notoriedade produzindo vídeos de “experimentos sociais” no YouTube. Em um desses vídeos, um colaborador do ex-vereador foi flagrado orientando um indivíduo em situação de rua a realizar um furto de bolsa a uma mulher na capital carioca. O próprio Monteiro posteriormente confrontou o envolvido quando este concordou em executar o ato criminoso em troca de pagamento.
Em outro vídeo, que acabou sendo divulgado, o ex-vereador fez comentários controversos, defendendo a violência contra a comunidade LGBTQ+. Posteriormente, ele alegou que o objetivo do vídeo era abordar a problemática da homofobia através de um “experimento social”.
O desenrolar desse caso complexo continua a atrair a atenção da opinião pública, lançando luz sobre questões delicadas que envolvem ética, conduta e justiça na esfera política e social do Rio de Janeiro.