Fóssil de elasmossauro encontrado no Canadá é identificado como nova espécie após 40 anos

Um fóssil intrigante achado em 1988 no Canadá ganhou o apelido de “monstro marinho” por sua aparência incomum. Após quase 40 anos, cientistas conseguiram identificar a espécie com a ajuda do esqueleto de um filhote. Trata-se do Traskasaura sandrae, um elasmossauro de 12 metros com pescoço longo, ombros únicos e nadadeiras invertidas, que caçava de cima para baixo. Viveu há 85 milhões de anos e foi extinto na mesma era dos dinossauros.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Onde Assistir dia 4/06/2025

O mistério começou em 1988, quando pesquisadores encontraram um fóssil incomum no rio Puntledge, na Ilha de Vancouver. O esqueleto estava quase completo, mas parcialmente deformado, o que dificultava sua identificação. Sua aparência incomum lhe rendeu o apelido de “monstro marinho”, um título que persistiu por décadas.

Pontos Principais:

  • Fóssil descoberto em 1988 no Canadá foi identificado após quase 40 anos.
  • Nova espécie de elasmossauro recebeu o nome Traskasaura sandrae.
  • Animal tinha 12 metros, pescoço com 36 vértebras e caçava de cima para baixo.
  • Estrutura corporal única e nadadeiras invertidas surpreenderam cientistas.
  • Foi extinto com os dinossauros há cerca de 66 milhões de anos.

O fóssil permaneceu um enigma por quase 40 anos. Apesar dos esforços da comunidade científica, suas características anatômicas destoavam das demais espécies conhecidas. A solução desse quebra-cabeça só começou a surgir com a descoberta recente de um esqueleto de filhote excepcionalmente bem preservado.

Foram quase 40 anos de mistério até que um fóssil achado em 1988, no Canadá, finalmente revelasse sua identidade. O esqueleto incompleto era tão diferente que confundiu os cientistas.
Foram quase 40 anos de mistério até que um fóssil achado em 1988, no Canadá, finalmente revelasse sua identidade. O esqueleto incompleto era tão diferente que confundiu os cientistas.

A partir dessa nova descoberta, os cientistas conseguiram associar as peculiaridades do fóssil adulto a uma nova espécie de elasmossauro: Traskasaura sandrae. O nome homenageia a localidade de Trask Road, onde os fósseis foram encontrados, e Sandra, que participou da descoberta inicial. A identificação foi liderada pelo paleontólogo F. Robin O’Keefe.

O animal possuía cerca de 12 metros de comprimento e características surpreendentes. Seus ombros, voltados para baixo, eram inéditos entre os elasmossauros. Além disso, suas nadadeiras lembravam asas de avião invertidas, uma estrutura que conferia maior impulso em mergulhos direcionados para baixo.

Essa anatomia única indicava um estilo de caça extremamente raro. Enquanto a maioria dos predadores marinhos persegue presas sob a luz da superfície, o Traskasaura atacava de cima para baixo, surpreendendo suas vítimas em ângulos menos previsíveis. Essa estratégia pode ter lhe dado vantagens em ambientes mais profundos ou com menos luz.

O longo pescoço da espécie, com cerca de 36 vértebras cervicais e pelo menos 50 ossos, proporcionava grande flexibilidade e alcance. Ele provavelmente usava essa estrutura para atacar amonites — moluscos com conchas espiraladas, parentes de polvos e lulas, que eram comuns nos mares da época.

Apesar de seu tamanho e habilidades, o elasmossauro não era o predador dominante. Ele poderia ser vítima de mosassauros ainda maiores, que compartilhavam o mesmo ambiente marinho. Isso evidencia a complexa cadeia alimentar dos oceanos do Cretáceo Superior, há aproximadamente 85 milhões de anos.

A espécie foi extinta junto com os dinossauros e outras formas de vida durante o evento de extinção em massa há cerca de 66 milhões de anos, causado por um asteroide. O Traskasaura, como tantos outros répteis marinhos, desapareceu na grande transformação ecológica da Terra.

Hoje, o esqueleto original e a nova descoberta do filhote estão em exibição no Museu e Centro de Paleontologia de Courtenay e Distrito, no Canadá. Eles se tornaram peças-chave para o entendimento da diversidade e complexidade dos elasmossauros.

Essa revelação reforça a importância dos museus e da paleontologia de longo prazo. Mesmo fósseis antigos e incompletos podem, com novas descobertas e tecnologia, oferecer respostas sobre criaturas que dominaram os mares muito antes da humanidade surgir.

Fonte: Nautica e Veja.