Durante nossa história, diversos métodos de produção foram aplicados nas fábricas. Algumas com ideias mais atuais, outras mais atrasadas, porém todas tidas como revolucionárias em seu tempo e ainda muito utilizadas nos dias atuais.
Entre os métodos de produção, podemos destacar com grande ênfase o fordismo e o toyotismo. Vale ressaltar que, por mais que divirjam em algumas ideias, um deles nasceu justamente por conta do outro e ambos têm como função melhorar o sistema de produção para que a empresa possa se ajustar melhor.
Pense em fábricas completamente desorganizadas, com vários operários sendo sobrecarregados e expostos a perigos iminentes durante toda sua jornada de trabalho que, além de exaustiva, ainda era extremamente longa. Assim era o cenário do meio industrial até o final do século XIX.
Mas com a chegada de novos empresários, novas ideias também começaram a surgir com frequência. A principal de todas foi a de Henry Ford, criador da montadora Ford, onde o mesmo empregava todos os conceitos de Frederick Taylor nas linhas de produção.
O processo consistia no que chamamos hoje de Linha de Produção, onde cada operário trabalharia exclusivamente com uma função e o carro seria montado em uma espécie de linha, onde cada um realiza sua parte e o produto fica pronto muito mais rápido. Com isso, os funcionários não precisariam realizar várias tarefas ao mesmo tempo e também se tornariam especialistas em uma área específica, fazendo com que a produção se tornasse cada vez mais rápida.
Com um processo mais ágil, logo haveriam mais veículos prontos e produzidos em massa para com que não ocorresse o fatal erro de não ter um veículo disponível, produzindo cada vez mais. Por ter sido implantada na Ford pelo próprio criador da marca, esta técnica recebeu o nome de fordismo.
Imagine você em um cenário pós-segunda guerra mundial, aonde os recursos eram escassos e cada venda era de suma importância para a continuidade da empresa aonde você trabalha. Este cenário era vivido em território japonês pela montadora de carros Toyota.
Em uma viagem até os EUA na década de 60 (período em que o Japão ainda se recuperava da guerra), um engenheiro chamado Taiichi Ohno observou a maneira em que os produtos eram repostos nos mercados americanos, sendo de forma extremamente rápida e precisa, sem precisar ficar colocando enormes quantidades nas prateleiras. Foi a partir desse momento em que o sistema de produção da Toyota começava a ser idealizado.
Ohno, que trabalhava na Toyota, apresentou um sistema de produção que ia na contramão do fordismo: Enquanto no método americano a produção deveria ser a maior o possível, em seu novo método deveria ser enxuta, produzindo apenas o necessário para aquele momento.
A ideia foi bem aceita pela marca que começou a utilizar tal estratégia. Além da menor produção, o toyotismo também se destaca pela maior capacitação de seus funcionários (permitindo os mesmos atuarem em diferentes áreas) e por se importar cada vez mais com os clientes. Até os dias atuais a Toyota continua utilizando esse método por ser confiável e pelo processo logístico dos mesmos permitir que isso aconteça.
À primeira vista, a principal diferença entre ambos está na quantidade de produção de ambos. Enquanto o método Ford insinua a produção em massa, o método dos japoneses prega uma produção mínima, apenas para o necessário.
Essa estratégia da Toyota também pode ser chamada de “Just in Time” (na hora certa em português), que consiste no produto correto estar na hora correta no local de venda para que o mesmo seja vendido rapidamente e, mesmo assim, não haja falta de mercadoria. Os únicos problemas são que, se houver uma falha, pode custar uma venda e também por conta dos estoques baixos que a empresa não esteja preparada para eventuais vendas acima do planejado.
Nestes aspectos de vendas, o Fordismo pode ter tanto seu trunfo quanto sua principal ameaça. Uma vez que a marca possuí inúmeros produtos disponíveis (estoque máximo), se torna impossível perder uma venda por falta de produtos, incentivando assim as pessoas a comprarem por conta da alta disponibilidade. Mas também vale lembrar que, caso as vendas não andem bem, os produtos ficarão parados e não conseguirão suprir os gastos de sua produção, uma vez que um produto sem vender é dinheiro parado, assim como ocorreu na Crise de 1929, momento aonde o Fordismo viveu seu pior momento.
Com todas essas informações, surge uma pergunta importantíssima: Caso eu queria construir uma fábrica, qual o melhor método para ser adotado?
A resposta pode variar muito dependendo de como você quer comandar sua produção: Se seu produto for de fácil comercialização e não estragar em um período curto de tempo, pode valer a pena a produção em massa. Agora se for um produto de durabilidade baixa, difícil comercialização ou até mesmo custo muito elevado, o método Toyota sem dúvidas é o melhor.
Tanto os métodos da Ford e da Toyota possuem suas divergências, mas o que não pode se negar é que ambas foram importantíssimas em seu tempo para o desenvolvimento do âmbito administrativo.