Uma startup britânica está perto de romper os limites da exploração espacial com uma proposta que pode mudar radicalmente o modo como humanos e cargas viajam no Sistema Solar. A Pulsar Fusion desenvolve um foguete movido a fusão nuclear, capaz de alcançar até 800 mil km/h, velocidade suficiente para reduzir a jornada até Marte para cerca de três meses — algo inédito até hoje.
O projeto, chamado Sunbird, é apoiado pela Agência Espacial do Reino Unido e aposta na fusão de átomos de hidrogênio para gerar energia propulsora. Diferente da fissão nuclear, esse processo não produz resíduos radioativos perigosos e ainda replica o mesmo mecanismo que alimenta o Sol. A energia liberada pela fusão é canalizada diretamente para propulsão, resultando em aceleração muito superior à dos foguetes químicos tradicionais.

O sistema adota um design linear em vez do convencional formato toroidal usado em tokamaks. Isso permite que as partículas aceleradas sejam ejetadas de forma mais direta, aumentando a eficiência e reduzindo perdas. O objetivo da empresa é utilizar o Sunbird como módulo auxiliar, acoplado a espaçonaves já em órbita, fornecendo impulso adicional para longas viagens interestelares.
As simulações divulgadas mostram que o foguete seria capaz de levar até 1 tonelada de carga até Plutão em apenas quatro anos, enquanto missões atuais levariam mais do que o dobro do tempo. Com o uso da fusão, espera-se também uma redução expressiva nos custos e riscos das viagens, além de um impacto ambiental menor se comparado aos atuais sistemas de propulsão.
Se os testes programados para 2027 forem bem-sucedidos, a indústria espacial precisará se adaptar a uma nova realidade, na qual a fusão pode se tornar padrão. O desafio ainda está na miniaturização do reator para funcionamento autônomo em órbita e na validação da estabilidade da fusão fora de laboratórios.
Além das implicações técnicas, a adoção dessa tecnologia pode redefinir a maneira como planejamos missões humanas para Marte e outros corpos celestes. Reduzir a duração da viagem significa menor exposição à radiação espacial e menores exigências logísticas para alimentação, suporte de vida e combustível.
Mesmo com todos os desafios, a comunidade científica acompanha o desenvolvimento com otimismo. O Sunbird pode representar a transição entre os foguetes do século 20 e as naves de um futuro mais veloz, seguro e sustentável.
Fonte: Catracalivre e Clickpetroleoegas.
