Foguete com motor de fusão nuclear promete ir a Marte em 3 meses e atinge 800 mil km/h

A Pulsar Fusion projeta foguete com motor de fusão nuclear que pode atingir 800 mil km/h e encurtar viagens a Marte para 3 meses. Testes em órbita estão previstos para 2027.
Publicado por Alan Correa em Ciência dia 6/08/2025

Uma startup britânica está perto de romper os limites da exploração espacial com uma proposta que pode mudar radicalmente o modo como humanos e cargas viajam no Sistema Solar. A Pulsar Fusion desenvolve um foguete movido a fusão nuclear, capaz de alcançar até 800 mil km/h, velocidade suficiente para reduzir a jornada até Marte para cerca de três meses — algo inédito até hoje.

Pontos Principais:

  • Foguete Sunbird pode atingir 800 mil km/h com motor de fusão nuclear.
  • Tecnologia pode reduzir viagens até Marte para apenas 3 meses.
  • Desenvolvimento é liderado pela Pulsar Fusion, do Reino Unido.
  • Primeiros testes práticos em órbita estão previstos para 2027.
  • Fusão nuclear não gera resíduos radioativos e tem menor impacto ambiental.

O projeto, chamado Sunbird, é apoiado pela Agência Espacial do Reino Unido e aposta na fusão de átomos de hidrogênio para gerar energia propulsora. Diferente da fissão nuclear, esse processo não produz resíduos radioativos perigosos e ainda replica o mesmo mecanismo que alimenta o Sol. A energia liberada pela fusão é canalizada diretamente para propulsão, resultando em aceleração muito superior à dos foguetes químicos tradicionais.

Uma startup do Reino Unido trabalha em um foguete com motor de fusão nuclear que pode atingir até 800 mil km/h. A missão até Marte pode durar apenas 3 meses.
Uma startup do Reino Unido trabalha em um foguete com motor de fusão nuclear que pode atingir até 800 mil km/h. A missão até Marte pode durar apenas 3 meses.

O sistema adota um design linear em vez do convencional formato toroidal usado em tokamaks. Isso permite que as partículas aceleradas sejam ejetadas de forma mais direta, aumentando a eficiência e reduzindo perdas. O objetivo da empresa é utilizar o Sunbird como módulo auxiliar, acoplado a espaçonaves já em órbita, fornecendo impulso adicional para longas viagens interestelares.

As simulações divulgadas mostram que o foguete seria capaz de levar até 1 tonelada de carga até Plutão em apenas quatro anos, enquanto missões atuais levariam mais do que o dobro do tempo. Com o uso da fusão, espera-se também uma redução expressiva nos custos e riscos das viagens, além de um impacto ambiental menor se comparado aos atuais sistemas de propulsão.

Se os testes programados para 2027 forem bem-sucedidos, a indústria espacial precisará se adaptar a uma nova realidade, na qual a fusão pode se tornar padrão. O desafio ainda está na miniaturização do reator para funcionamento autônomo em órbita e na validação da estabilidade da fusão fora de laboratórios.

Além das implicações técnicas, a adoção dessa tecnologia pode redefinir a maneira como planejamos missões humanas para Marte e outros corpos celestes. Reduzir a duração da viagem significa menor exposição à radiação espacial e menores exigências logísticas para alimentação, suporte de vida e combustível.

Mesmo com todos os desafios, a comunidade científica acompanha o desenvolvimento com otimismo. O Sunbird pode representar a transição entre os foguetes do século 20 e as naves de um futuro mais veloz, seguro e sustentável.

Fonte: Catracalivre e Clickpetroleoegas.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.