O Pulse 2026 entrou em novembro com um movimento que não dá margem para interpretação. Toda a linha ficou mais cara de uma vez.

O reajuste empurra o SUV compacto para uma nova faixa de preço, mexendo com a lógica de compra de quem já vinha comparando o modelo com Nivus, Tera e Kardian.
O impacto não é pequeno. Até mesmo a versão de entrada passou da marca dos 100 mil, enquanto as híbridas e a Abarth já se aproximam perigosamente de valores de SUVs médios usados.
A Fiat não tocou na mecânica, no pacote de equipamentos ou no design. Mexeu só no que mais dói. O Pulse 2026 ficou entre mil e dois mil reais mais caro dependendo da versão, e isso altera o posicionamento real de mercado.
A Drive manual rompeu uma barreira simbólica. Bateu 102 mil e deixa claro que a briga com os hatches está encerrada. Agora o rival natural é o SUV de entrada.
A CVT seguiu a mesma rota e chega a 114 mil. Os números da linha Turbo mostram outro ponto sensível. A escalada joga a versão T200 para 118 mil, distância curta para opções maiores e com mais espaço.
Os híbridos sempre foram o pilar de imagem do Pulse 2026. Agora também são um divisor de comportamento de compra. Audace e Impetus subiram e já orbitam valores que exigem comparação direta com SUVs de categorias superiores.
A Audace foi para 134,5 mil, enquanto a Impetus bate 148 mil e abandona de vez a faixa dos compactos acessíveis. O consumidor precisa entender que, nesse patamar, qualquer equipamento omitido passa a pesar.
O sistema híbrido leve T200 atua principalmente na redução do consumo urbano. Ele usa um gerador integrado ao motor para recuperar energia em desaceleração e entregar torque adicional rápido. Esse recurso melhora arrancadas e suaviza o CVT, mas depende da calibragem eletrônica que a Fiat ajustou para priorizar conforto, não esportividade.
A versão Abarth, única com motor 1.3 turboflex, rompe a linha dos 159 mil. É um valor que mexe com a percepção do entusiasta e obriga a considerar rivais maiores ou mais potentes.
O pacote é completo. Banco com ajuste elétrico, rodas aro 18 e teto panorâmico. A questão é outra. Até que ponto o público está disposto a pagar por um compacto esportivado enquanto SUVs médios usados entregam proporções e conforto superiores?
Equipamentos continuam generosos na base. Quatro airbags, LED, multimídia moderna e ar digital. A Fiat construiu a reputação do Pulse com esse bom custo benefício. O problema é que custo benefício é proporção.
E quando o preço sobe duas vezes em poucos meses, a equação muda rápido.
