Faustão e mais de 65 mil pessoas aguardam por transplantes de órgãos no Brasil, um dos maiores números em 25 anos

O Ministério da Saúde do Brasil divulgou que atualmente há mais de 65 mil indivíduos aguardando por transplantes de órgãos no país, representando um dos maiores contingentes dos últimos 25 anos.

Dentre os pacientes em espera, 386 pessoas desejam um novo coração, de acordo com as informações disponíveis no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), atualizadas pela última vez em 16 de Agosto.

Surpreendentemente, dentre os que agora fazem parte dessa crescente fila encontra-se o renomado apresentador de televisão, Fausto Silva. Após duas semanas de internação, agravando-se seu quadro de insuficiência cardíaca, o hospital anunciou que ele necessitará de um transplante cardíaco para sua recuperação.

A espera por um coração é especialmente delicada devido à singularidade desse órgão vital. Ao contrário de um transplante renal, por exemplo, onde quase 37 mil pessoas aguardam, a obtenção de um doador de rim pode ser mais viável considerando que os seres humanos possuem dois rins e podem sobreviver com apenas um.

A doação de um coração só se torna possível a partir do diagnóstico de morte cerebral de outra pessoa e ainda depende de vários fatores, incluindo compatibilidade de peso, altura e tipo sanguíneo. Essa complexidade acrescenta urgência ao processo, pois o transplante cardíaco frequentemente se torna a última alternativa para aqueles que necessitam. O Dr. Paulo Pego Fernandes, médico do Hospital do Coração (Hcor) e professor no Instituto do Coração, explica que a rapidez é crucial nesses casos, uma vez que os pacientes em necessidade urgente de um coração não podem mais esperar.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) administra a única lista de espera por transplantes, sendo responsável por centralizar todas as pessoas necessitadas de doações de órgãos. Vale ressaltar que a compra e venda de órgãos humanos é considerada crime no país.

Os dados mais recentes do Sistema Nacional de Transplantes indicam que, após os rins, as filas de espera mais extensas são para córneas, fígado, combinação de pâncreas e rim, seguidas por corações.

*Com informações do G1.