Entenda porque a China está cavando um buraco de 10 mil metros

Cientistas deram início a uma ambiciosa escavação na Bacia de Tarim, Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, com o objetivo de criar um dos buracos mais profundos já feitos na Terra. A empreitada busca identificar recursos minerais e ajudar na avaliação de riscos ambientais, como erupções vulcânicas e terremotos.
Publicado em Mundo dia 3/06/2023 por Alan Corrêa

Cientistas deram início a uma ambiciosa escavação na Bacia de Tarim, Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, com o objetivo de criar um dos buracos mais profundos já feitos na Terra. A empreitada busca identificar recursos minerais e ajudar na avaliação de riscos ambientais, como erupções vulcânicas e terremotos.

Espera-se que o buraco atinja uma profundidade de cerca de 10 mil metros, estabelecendo um novo recorde na China. A escavação envolverá a perfuração de aproximadamente 10 camadas até alcançar as rochas do Período Cretáceo, especificamente a camada conhecida como Sistema Cretáceo, formada há aproximadamente 145 milhões de anos.

Cientistas iniciam escavação do buraco mais profundo da China para pesquisa geológica e avaliação de riscos ambientais
Cientistas iniciam escavação do buraco mais profundo da China para pesquisa geológica e avaliação de riscos ambientais

Embora impressionante, esse buraco não será o mais profundo do mundo feito pelo homem. Essa honra pertence ao Kola Superdeep Borehole, localizado na Península de Kola, na Rússia. A perfuração desse buraco começou em 24 de maio de 1970 e se estendeu além do fim da União Soviética, em 1991, alcançando uma profundidade de 11034 metros abaixo do nível do mar.

Durante a escavação do Kola Superdeep Borehole, os cientistas fizeram descobertas surpreendentes. Eles observaram que as rochas nas profundezas da Terra eram mais úmidas do que se esperava, desafiando a crença anterior de que a água não penetrava tão profundamente. Além disso, esperava-se encontrar uma camada de basalto abaixo do granito, semelhante ao que se encontra na crosta oceânica. No entanto, descobriu-se que havia granito metamórfico abaixo do granito ígneo, fornecendo evidências concretas da existência das placas tectônicas, que eram apenas teorias na época.

No entanto, a escavação de buracos tão profundos não é uma tarefa simples. Além do peso considerável do equipamento, que chega a cerca de 2 mil toneladas, requer-se grande habilidade técnica.

Embora os buracos russo e chinês tenham atraído especulações sobre a possibilidade de atingir o manto da Terra, é importante mencionar que a crosta terrestre tem uma espessura média de cerca de 30 mil metros, podendo chegar a até 100 quilômetros em áreas com cadeias montanhosas.

A pesquisa e exploração dessas profundidades fornecem informações valiosas sobre a estrutura geológica da Terra e os processos que ocorrem em seu interior, ampliando nosso conhecimento sobre o planeta em que vivemos.

*Com informações da CNN e OlharDigital.