Tecnicamente, o diagnóstico “menopausa” se dá um ano após a última menstruação, mas a maioria das pessoas usa o termo para falar do período de tempo em que o ciclo menstrual está se alterando, um processo que dura vários anos e todo o período após isso.
Então, é melhor pensar na menopausa como algo contínuo, começando anos antes, durante o que é chamado de transição da menopausa.
Assim como na puberdade, o processo acontece durante muitos anos. A transição da menopausa é o fim do nosso ciclo reprodutivo, o oposto da puberdade.

Quando nascemos, já temos todos os óvulos que iremos produzir, cerca de um a dois milhões deles, imaturos e envoltos em folículos nos ovários.
Por volta de oito a dez anos de idade, o hipotálamo, uma região do cérebro, começa a liberar um hormônio que, essencialmente, acorda os óvulos adormecidos, iniciando os ciclos mensais de ovulação. Isso é o que aumenta a produção de uma classe de hormônios que você já deve conhecer: o estrogênio.
O estrogênio, junto com outros hormônios, inicia uma delicada dança hormonal que, uma vez por mês, resulta no óvulo mais maduro deixando seu folículo e descendo por uma trompa de Falópio. O corpo constrói o revestimento no útero, o endométrio, para abrigar o óvulo, e se o óvulo não for fertilizado, o revestimento é expelido, e vem a menstruação.
Este ciclo se repete continuamente, por décadas. Em média, por volta dos 45 anos, a ovulação começa a ficar irregular. Já não se tem tantos óvulos, e os que sobraram podem não ser mais tão saudáveis. O estrogênio pode baixar em alguns ciclos, e subir muito em outros. Esta é a transição da menopausa.

Um caos hormonal, como na puberdade, só que dessa vez, quando os níveis de estrogênio se estabilizarem, eles serão muito mais baixos do que antes. Essa redução bastante normal do estrogênio e outras alterações hormonais é acompanhada de preocupações médicas, como osteoporose, doenças cardíacas, diabetes e secura vaginal.
Algumas mulheres dão sorte, e têm sintomas leves, ou nenhum. Outras têm dificuldade para dormir, irritabilidade, depressão ou redução do desejo sexual.
E há o sintoma mais clássico de todos: os fogachos. São ondas de calor que fazem parecer que uma fornalha foi acesa dentro da pessoa. A ciência ainda não descobriu por que isso acontece, mas o calor faz você suar e ficar desequilibrada.
Algumas mulheres até têm sintomas similares aos de ansiedade, como náuseas e palpitações. Essas são algumas coisas negativas, mas há coisas positivas também.
Após a menopausa, menstruações ou cólicas não são mais problema, e quem tem parceiros homens que produzem esperma não precisa se preocupar com uma gravidez indesejada.
A menopausa é algo que se passa, como a puberdade. E assim como a puberdade existe uma gama de experiências.
Se você fuma, com certeza tente parar. Isso irá reduzir seu risco de doenças cardíacas, e também pode reduzir alguns sintomas da menopausa. Reduzir o estresse e dormir o suficiente também é bom.
Mantenha uma alimentação boa e balanceada, rica em cálcio e vitamina D para ter ossos saudáveis, e tente fazer ao menos 150 minutos de atividade física moderada por semana especialmente exercícios calistênicos, como caminhar, dançar ou correr.
Se você tem insônia ou ondas de calor, ou está apresentando outros sintomas que afetam sua qualidade de vida, fale com seu médico. Não confie em imãs terapêuticos ou nos chamados hormônios compostos. Eles não possuem comprovação e apresentam riscos.
Existem várias opções comprovadas, desde terapia cognitiva comportamental a estrogênio aprovado pela Anvisa , e algumas medicações não hormonais que podem ser muito úteis.
Existem tantas permutações e combinações de opções que uma terapia segura pode ser personalizada para quase qualquer mulher.
