Entenda a disputa entre Anitta e empresa de remédio para vermes

A cantora Anitta acionou o INPI contra a Farmoquímica, que já usa o nome “Annita” em remédio, por tentar registrar a grafia exata usada pela artista para novos cosméticos. O pedido de ampliação da marca foi feito em 2023, e a equipe jurídica da cantora alega risco de confusão com os consumidores, destacando que a marca “Anitta” é registrada por ela desde 2016. A farmacêutica ainda não respondeu à contestação e o INPI não decidiu o caso.
Publicado por Alan Correa em Entretenimento e Negócios dia 29/04/2025

A disputa por um nome conhecido do grande público virou um impasse no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A cantora Anitta, nome artístico de Larissa de Macedo Machado, entrou com uma ação formal para impedir que a farmacêutica Farmoquímica utilize a grafia “Anitta” — com dois “T” — em produtos do setor de cosméticos. A empresa, que já comercializa um vermífugo chamado “Annita”, quer agora ampliar o uso da marca.

Pontos Principais:

  • Anitta contesta no INPI o uso do seu nome por uma farmacêutica.
  • Farmoquímica pediu registro da grafia “Anitta” para cosméticos.
  • Empresa já possui a marca “Annita” para vermífugo desde os anos 2000.
  • Equipe jurídica da cantora alega risco de confusão com os consumidores.

A Farmoquímica tem o registro do nome “Annita” com dois “N” desde o início dos anos 2000, voltado exclusivamente para medicamentos. Em 2023, a empresa apresentou um novo pedido ao INPI solicitando a extensão do uso para a categoria de cosméticos. No entanto, o novo requerimento foi feito com a grafia idêntica ao nome artístico da cantora, e não com a variação usada anteriormente no remédio.

A cantora Anitta entrou com ação no INPI contra a Farmoquímica, que quer registrar a grafia “Anitta” para uso em cosméticos, alegando direito sobre a marca desde 2016.
A cantora Anitta entrou com ação no INPI contra a Farmoquímica, que quer registrar a grafia “Anitta” para uso em cosméticos, alegando direito sobre a marca desde 2016.

A equipe jurídica de Anitta afirma que o uso comercial da marca pela artista está legalmente registrado desde 2016. Eles alegam que permitir a sobreposição entre os nomes, especialmente na mesma categoria de produtos, como cosméticos, pode causar confusão no público. Segundo os advogados, não é possível permitir a convivência entre as duas marcas por causa da identidade gráfica e sonora.

O documento de oposição apresentado pelos representantes da artista ressalta que, além de já deter os direitos sobre o nome, Anitta também está em processo de registro de sua marca na área de beleza e produtos de cuidado pessoal. Por isso, qualquer tentativa de uso semelhante por terceiros seria, segundo os advogados, conflitante com os interesses legítimos da cantora e sua estratégia comercial.

A Farmoquímica, até o momento, não se pronunciou sobre o caso. O g1 informou que tentou contato com a empresa para obter um posicionamento oficial, mas não houve resposta até a última atualização da reportagem.

A ação levanta questões sobre a proteção de marcas notoriamente conhecidas no Brasil, especialmente quando o nome artístico de uma figura pública coincide com o nome de produtos já existentes. No centro da disputa está o entendimento sobre a extensão do direito de uso da marca “Anitta” e se ele pode coexistir com o nome semelhante de um medicamento.

O INPI ainda não emitiu parecer sobre o caso. A decisão final pode abrir precedente sobre o uso de nomes artísticos como marcas registradas e seu conflito com marcas industriais previamente estabelecidas, mesmo em ramos distintos do mercado.

Fonte: Metropoles, Terra e G1.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.