O empresário Sidney Oliveira, fundador e proprietário da rede farmacêutica Ultrafarma, foi preso nesta terça-feira em São Paulo durante a deflagração da Operação Ícaro, conduzida pelo Ministério Público do Estado (MPSP) com apoio da Polícia Militar. A ação tem como alvo um sofisticado esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários vinculados ao Departamento de Fiscalização da Secretaria da Fazenda paulista.
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), identificou um grupo criminoso que teria manipulado processos administrativos fiscais para beneficiar empresas do setor varejista. Em troca, os envolvidos recebiam pagamentos mensais de propina, operados por meio de empresas registradas em nome de familiares.

Entre os três alvos de mandados de prisão temporária está um fiscal de tributos apontado como operador central do esquema. Segundo o MPSP, ele já teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propina ao longo do tempo. O valor foi movimentado através de canais disfarçados, incluindo uma empresa registrada em nome de sua mãe.
Além do servidor público, outros dois empresários foram detidos. Um deles é Sidney Oliveira, figura conhecida no setor farmacêutico e no varejo brasileiro, proprietário de uma das maiores redes de farmácias de vendas online no país. O segundo empresário ainda não teve a identidade divulgada.
O Ministério Público informou que o grupo atuava de forma estruturada para manipular decisões fiscais, facilitando a quitação de créditos tributários de empresas específicas, eliminando dívidas e sanções mediante pagamentos ilícitos. Essa atuação resultava em benefícios financeiros expressivos para os favorecidos, com prejuízos milionários aos cofres públicos.
A operação é resultado de meses de apuração, incluindo análise documental, quebras de sigilo bancário e fiscal, além de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. As diligências desta terça-feira visam também o cumprimento de ordens de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.
Os detidos poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Até o momento, a defesa de Sidney Oliveira não se manifestou publicamente sobre as acusações. O caso segue em andamento, com possibilidade de novas fases de investigação à medida que as provas sejam analisadas.
