É possível levar eletricidade sustentável para à África

De acordo com últimos dados divulgados em 2015, a capacidade energética total instalada na África Subsaariana é de apenas 100 gigawatts. O que é semelhante à do Reino Unido. Vale lembrar que esta parte corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara e tem cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados.
Publicado em Tecnologia dia 25/11/2019 por Alan Corrêa

De acordo com últimos dados divulgados em 2015, a capacidade energética total instalada na África Subsaariana é de apenas 100 gigawatts. O que é semelhante à do Reino Unido. Vale lembrar que esta parte corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara e tem cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados.

A África está lutando contra a falta de acesso à eletricidade e outros serviços básicos de energia, que afeta quase dois terços da África Subsaariana. No entanto, uma mistura equilibrada de soluções como energia solar, eólica, geotérmica e matrizes modernas podem proporcionar um grande avanço para a África, gerando energia confiável, criando empregos e aumentando a renda.

Pobreza energética

A pobreza energética da África precisa ser resolvida rapidamente, pois sua população está crescendo rápido e sua economia precisa se desenvolver.

“Com o crescimento da população da região também cresce a necessidade de construir um novo sistema energético que se desenvolva junto”, disse Rose M. Mutiso, diretora de pesquisa do Centro de Energia para o Crescimento.

Neste momento, quase um bilhão de pessoas ao redor do mundo não têm acesso à eletricidade em casa. A pobreza energética tem implicações drásticas para o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de um país.

Os projetos energéticos em geral da África, são caracterizados por desperdício, corrupção e ineficiência.

“Nossas taxas de eletrificação rural são bem baixas, e as urbanas poderiam ser melhores; a confiabilidade de nossa eletricidade é péssima; e temos um dos preços de eletricidade mais altos do mundo. E, além disso tudo, agora estamos vendo os impactos da catástrofe climática de frente.” Afirmou Rose M. Mutiso.

Pobreza energética, ou a falta de acesso à eletricidade e outros serviços básicos de energia, afeta quase dois terços da África Subsaariana. Com o crescimento da população da região também cresce a necessidade de construir um novo sistema energético que se desenvolva junto, diz Rose M. Mutiso. Numa palestra ambiciosa, ela discute como uma mistura equilibrada de soluções como energia solar, eólica, geotérmica e matrizes modernas podem criar um futuro de alta energia para a África: providenciando energia confiável, criando empregos e aumentando a renda.
Pobreza energética, ou a falta de acesso à eletricidade e outros serviços básicos de energia, afeta quase dois terços da África Subsaariana. Com o crescimento da população da região também cresce a necessidade de construir um novo sistema energético que se desenvolva junto, diz Rose M. Mutiso. Numa palestra ambiciosa, ela discute como uma mistura equilibrada de soluções como energia solar, eólica, geotérmica e matrizes modernas podem criar um futuro de alta energia para a África: providenciando energia confiável, criando empregos e aumentando a renda.

Em outro países, ao contrário da África, a trajetória geral da eletrificação é feita primeiramente da montagem de uma infraestrutura em matriz de larga escala, normalmente com investimento público significativo. Essa infraestrutura então alimenta centros produtivos, tal como fábricas, mecanização agrícola, iniciativas comerciais e afins. E isso, por sua vez, estimula o crescimento econômico, criando emprego, aumentando a renda e produzindo um ciclo virtuoso que faz com que mais pessoas adquiram eletrodomésticos que, por sua vez, cria uma demanda residencial de eletricidade.

De acordo com Rose M. Mutiso, a ineficiência do combate à pobreza energética na África tem origem em três fatores: Primeiro, não temos uma compreensão clara do que seja pobreza energética ou até onde ela chega. Segundo, estamos evitando questões sistêmicas complexas e preferimos soluções rápidas. E terceiro, estamos alocando mal receios com a mudança climática. Em conjunto, esses três erros nos levam a impor um debate ocidental sobre o futuro da energia e recorrer a atitudes paternalistas com a África.

Vamos entender o que é pobreza energética

A pobreza energética é um problema antigo, mas de descoberta recente. Assumindo diferentes formas constante num contexto de Estados desenvolvidos e Estados em desenvolvimento e não tendo uma definição oficial, a pobreza energética é causa de problemas de saúde e défice de direitos, devendo ser adoptadas políticas públicas no sentido de erradicá-la.

O principal indicador direcionado à pobreza energética está integrado no Sétimo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU ou ODS 7. Apela para que 100% da população mundial tenha acesso à eletricidade até o ano de 2030. Porém esse limiar binário, ignora a qualidade, confiabilidade, ou utilidade da energia, embora indicadores estejam em desenvolvimento para tentar abordar essas coisas. E ainda assim, os lares só representam cerca de um quarto do consumo global de eletricidade. Já que a maior parte de nossa energia é usada em indústrias e no comércio.

E qual a solução?

Podemos dizer que não existe nenhum país com alta renda e baixa energia. A África não vão sair da pobreza sem acesso à eletricidade abundante, acessível e confiável para alimentar toda a população.

“Para resolver a pobreza energética, precisamos fornecer eletricidade confiável e acessível em escala, para alimentar a criação de empregos e o crescimento de renda em toda a economia.” Alega a diretora de pesquisa do Centro de Energia para o Crescimento.

Entretanto, nesse meio não dá para acabar com a pobreza energética sem a inclusão dos governos, das instituições e dos muitos elementos envolvidos na produção, no transporte e no uso da eletricidade em escala. É muito importante que se tenha um trabalho árduo e lento de melhorar governanças, instituições e o macroambiente mais amplo.

Mas um futuro de alta eficiência energética para a África não quer dizer exatamente que haja um futuro de baixo carbono. A energia será essencial para que a África se adapte às mudanças climáticas e crie resiliência. Temperaturas mais altas aumentam a demanda de refrigeração ambiente e armazenagem frigorífica. Lençóis freáticos em declínio exigem mais irrigação bombeada. E climas extremos e a elevação do nível do mar exigem uma expansão significativa e o reforço de nossa infraestrutura. Todas essas atividades exigem muita energia. O equilíbrio entre mudanças climáticas e a necessidade urgente da África de transição a um futuro de alta energia será difícil.

Apesar de tudo a África dispõe de vastos recursos naturais, incluindo um potencial renovável significativo. Como por exemplo, o maior parque eólico da África à beira do lago Turkana, no Quénia.

Ou seja, nova tecnologia significa que podem ser criado modernos sistemas energéticos e usar a energia mais eficientemente do que nunca. Assim sendo, a eficiência energética será uma ferramenta importante na luta contra as mudanças climáticas.

“Em suma, só queria dizer que a África é um lugar real com pessoas reais, passando por desafios complexos e transições decisivas, como qualquer outra região do planeta. E enquanto cada país e cada região tenha suas peculiaridades sociais, econômicas e políticas, a física da eletricidade é a mesmo em todo lugar. E as necessidades energéticas de nossas economias são tão abundantes como as de qualquer outra economia.” Finalizou Rose M. Mutiso.

*Com informações do TED e wiki.