No pronunciamento oficial do Dia do Trabalhador, transmitido em rede nacional na noite de quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs uma mudança significativa na rotina laboral brasileira: o fim da jornada 6 por 1. O modelo atual, em que trabalhadores atuam seis dias por semana e descansam apenas um, será alvo de debate mais profundo, segundo Lula. A proposta foi apresentada como um caminho para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
Pontos Principais:
Durante o discurso, Lula destacou que essa discussão deve ser feita com todos os setores da sociedade, visando encontrar um modelo mais equilibrado entre as exigências do trabalho e o bem-estar pessoal. A fala reforçou um tom de reaproximação com a classe trabalhadora, justamente no momento em que o governo enfrenta cobranças por resultados práticos em políticas sociais e trabalhistas.
O presidente também se posicionou sobre o escândalo envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado recentemente pela Polícia Federal. Associações foram acusadas de realizar cobranças ilegais em nome de convênios, desviando valores de pensionistas de forma indevida. Lula afirmou ter determinado à Advocacia-Geral da União a abertura de processos judiciais para que essas entidades ressarçam os afetados.
Em um gesto incomum, Lula não comparecerá aos tradicionais atos promovidos por centrais sindicais neste 1º de maio. A decisão foi justificada como uma escolha diante da divisão dos eventos em mais de uma localidade. Segundo a ministra Gleisi Hoffmann, o presidente considerou inviável marcar presença em ambos e, por isso, optou por não ir a nenhum.
Nos bastidores, a ausência também pode ser interpretada como um reflexo do que ocorreu em 2024, quando Lula participou de um evento esvaziado em São Paulo e chegou a criticar a organização do ato e o baixo número de participantes. Esse episódio ainda repercute entre lideranças sindicais, que esperavam maior envolvimento do governo federal nas comemorações deste ano.
Lula aproveitou a ocasião para reiterar medidas de sua gestão voltadas ao público trabalhador. Entre elas, mencionou a proposta de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, a regulamentação dos trabalhadores por aplicativo e a criação de uma linha de crédito consignado para o setor privado por meio da plataforma e-Social. A isenção e a regulamentação ainda tramitam no Congresso Nacional, enquanto o consignado já está em vigor via Medida Provisória.
Ao destacar tais iniciativas, o presidente busca recuperar a confiança de categorias profissionais que representam parte significativa de sua base histórica. O distanciamento registrado em parte do eleitorado mais popular, especialmente em grandes centros urbanos, tem sido uma preocupação crescente para o Planalto, o que explica o tom direto e simbólico do pronunciamento transmitido na véspera do feriado.
Fonte: Agenciabrasil.
