Milhares de estudantes de diversas cidades brasileiras saíram às ruas em protesto no Dia do Estudante, clamando por reformas abrangentes no sistema educacional. As reivindicações abrangem desde o ensino básico até a pós-graduação e são lideradas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
No centro das demandas está o apelo pela revogação do Novo Ensino Médio, introduzido pela Lei 13.415/2017. A reforma tem gerado preocupações entre os estudantes devido à desigualdade percebida entre escolas públicas e privadas. O novo modelo divide o currículo em uma parte comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular, e itinerários formativos, levando a um ensino desigual entre as instituições.
Os manifestantes também pleiteiam maior assistência estudantil em todos os níveis de ensino, especialmente para os alunos de escolas em tempo integral e os universitários em situação de vulnerabilidade. A luta por direitos previdenciários para mestrados e doutorados também está na pauta, permitindo que o tempo dedicado à pesquisa e formação seja contabilizado para a aposentadoria.
A presidente da UNE, Manuella Mirella, enfatiza que a mobilização visa garantir os direitos dos estudantes e ressalta a importância de uma educação equitativa e acessível. Vinícius Soares, presidente da ANPG, aponta que a data de 11 de agosto historicamente inspira essas jornadas de luta em defesa da educação.
O Ministério da Educação (MEC) se comprometeu a revisar o Novo Ensino Médio após receber mais de 11 mil contribuições em uma consulta pública. Propostas de alterações incluem a ampliação da carga horária da parte comum e recomposição dos componentes curriculares. No entanto, enquanto as mudanças estão em andamento, a legislação atual permanece vigente.
Embora a UNE e outras entidades estudantis estejam otimistas em relação às mudanças propostas pelo MEC, ainda há a busca pela revogação imediata do modelo atual. Além disso, a demanda por assistência estudantil para enfrentar os desafios financeiros e logísticos dos estudantes é considerada crucial para garantir a igualdade de acesso à educação.
O Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto, remete à histórica criação dos primeiros cursos de ensino superior no Brasil em 1827. O movimento estudantil de hoje reforça a importância da educação de qualidade, inclusiva e acessível para todos os brasileiros.
*Com informações da Agência Brasil.