A princípio estamos passando por uma economia da informação, mas as plataformas como a Wikipédia e o Linux representam o próximo estágio da organização humana e da produção econômica.
Cerca de 70% de uma aplicação crítica na qual comunicações baseadas na internet e trabalho de aplicações acontece, não é só uma forma em competição, mas sim uma estratégia para tentar capturar um componente da rede. Os Software permite isso de uma maneira bem clara, ela é mensurável. Mas o fato é que isso na verdade acontece tudo através da internet.
Em 1835, James Gordon Bennet fundou o primeiro jornal de circulação de massa na cidade de Nova Iorque, naquele tempo em que se gastava 500 dólares para produzir, hoje se tem um alto custo como um requisito para fazer informação, conhecimento e cultura. Os 500 dólares que era usada para começar é o que seria algo equivalente a 10.000 dólares de hoje.
Mas há uma mudança acontecendo, tudo está sendo invertida para rede, e isso se relaciona com a emergência de uma produção social.
Yochai Benkler é um jurista e em uma palestra TED de julho de 2005, ele relata melhor esse fato.
“Os termos “sociedade da informação”, “economia da informação”, são usados há muito tempo como coisas posteriores à Revolução Industrial. Mas na verdade, para os propósitos de entender o que está acontecendo hoje, isso está errado. Porque por 150 anos nós tivemos uma economia da informação. Mas ela é apenas industrial. O que significa que aqueles que estavam produzindo tinham que ter um meio de levantar dinheiro para pagar aqueles dois milhões e meio de dólares e, depois, mais para o telégrafo e o transmissor de rádio, e a televisão, e eventualmente a central de rede. E isso significava que eles eram baseados no mercado, ou que eles eram propriedade governamental, dependendo do tipo de sistema em que ele estava. E isso caracterizou e ancorou o modo como a informação e o conhecimento foram produzidos pelos próximos 150 anos.” Disse Yochai Benkler. O que acontece é que nós tivemos uma mudança radical no modo como a produção e troca de informação é capitalizada. A população inteira tem a capacidade de comunicação e computação nas mãos, além da criatividade humana, sabedoria humana e experiência humana.
Outra parte é não só como o conteúdo é produzido, mas como a relevância é produzida.
“Nós contratamos pessoas para ver sites e dizer a vocês — que se eles estão no índice, eles são bons. Isso, por outro lado, é o que 60.000 voluntários passionais produzem no Open Directory Project. Cada um disposto a gastar um hora ou duas em algo que eles realmente se importam quer dizer, isso é bom. Então esse é o Open Directory Project, com 60.000 voluntários, cada um gastando um pequeno tempinho, em oposição a poucas centenas de empregados completamente pagos. Ninguém é dono disso, ninguém é dono das saídas, ele é livre para qualquer um usar e é a saída de pessoas agindo por motivações sociais e psicológicas para fazer algo interessante.” Explica Yochai Benkler.
Computadores estão cada vez mais se tornando sofisticados, permitindo às pessoas terem máquinas, como dispositivos wi-fi, que possibilita construir sua própria rede banda larga sem fio. A ideia é: quando eu estou ouvindo, quando eu não estou usando, eu posso ajudar você a transferir suas mensagens. E quando você não está usando, você irá me ajudar a transferir as suas. E isso não é uma versão idealizada. Esses são modelos operantes que ao menos em alguns lugares dos Estados Unidos estão sendo implementados, pelo menos para segurança pública. É basicamente o Wikipédia, que permite buscar diversos assuntos na internet.
Portanto, um novo fenômeno social está surgindo, e isso é mais visível quando nós o enxergamos como uma nova forma de competição, Wikipédia competindo com enciclopédias online. Mas é também uma nova oportunidade para negócios. Ao surgir um novo conjunto de relações sociais automaticamente há novas oportunidades, algumas delas são produtoras de ferramentas.
Há um novo conjunto de valores, um novo conjunto de coisas que as pessoas valorizam, como a Wikipédia, como o Open Directory Project, que são comos plataformas de auto-expressão e colaboração.
As coisas surgirão de seres humanos conectados. Isso vai gerar um contrato, baseado no que acontecer. É exatamente o que o Google faz, e é o que a IMB (Instituto Mises Brasil) faz em serviços de software.
O IMB é um instituto voltado à “produção e à disseminação de estudos econômicos e de ciências sociais que promovam os princípios de livre mercado e de uma sociedade livre.
“Então a próxima vez que você abrir o jornal e ver uma decisão de propriedade intelectual, uma decisão de uma telecom, ela não é sobre algo pequeno e técnico. É sobre o futuro da liberdade de existir como ser social uns com os outros, e a forma como a informação, conhecimento e cultura serão produzidos. Porque isso está no contexto em que vemos uma batalha sobre quão fácil ou difícil será para a economia da informação industrial simplesmente seguir como ela segue, ou começar a desenvolver o novo modelo de produção em paralelo ao tradicional e mudar o modo nós começamos a ver o mundo e reportar o que é isso que nós vemos.” Finaliza o jurista Yochai Benkler.