A introdução à poesia na infância é um presente precioso que nutre a imaginação e desperta a sensibilidade artística das crianças. Ao compartilhar poemas famosos com elas, abrimos as portas para um mundo encantado de palavras, rimas e emoções.
Esses poemas cuidadosamente selecionados não apenas proporcionam momentos de diversão e entretenimento, mas também incentivam a reflexão, a empatia e a descoberta de valores essenciais, como amor, amizade e respeito à natureza. Ao ler esses poemas com as crianças, estamos plantando sementes de apreço pela poesia e pela expressão artística, deixando uma marca duradoura em suas vidas.
“A Bailarina” – Cecília Meireles “Ou isto ou aquilo” – Cecília Meireles “O Menino Azul” – Cecília Meireles “A Pulga” – Vinicius de Moraes “O Pato” – Vinicius de Moraes “Aquarela” – Vinicius de Moraes “O eco” – Cecília Meireles “O Pinguim” – Vinicius de Moraes “Aninha e Suas Pedras” – Cora Coralina “A Casa” – Vinicius de Moraes
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Não conhece nem dó nem ré mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá Mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si, mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu e diz que caiu do céu.
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças, e também quer dormir como as outras crianças.
Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo… e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.
O menino quer um burrinho para passear. Um burrinho manso, que não corra nem pule, mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho que saiba dizer o nome dos rios, das montanhas, das flores, — de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho que saiba inventar histórias bonitas com pessoas e bichos e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo que é como um jardim apenas mais largo e talvez mais comprido e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses, pode escrever para a Ruas das Casas, Número das Portas, ao Menino Azul que não sabe ler.)
Um, dois, três Quatro, cinco, seis Com mais um pulinho Estou na perna do freguês Um, dois, três Quatro, cinco, seis Com mais uma mordidinha Coitadinho do freguês Um, dois, três Quatro, cinco, seis Tô de barriguinha cheia Tchau Good bye Auf Wiedersehen
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há
O pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco
Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo
Comeu um pedaço De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo
Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela
Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há
O pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco
Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo
Comeu um pedaço De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo
Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela
Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva norte-sul Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul Pinto um barco a vela branco navegando É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo E se a gente quiser ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida De uma América a outra consigo passar num segundo Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar Sem pedir licença muda nossa vida Depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar Vamos todos numa linda passarela De uma aquarela que um dia enfim Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo Que descolorirá E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo Que descolorirá Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo Que descolorirá
O menino pergunta ao eco Onde é que ele se esconde. Mas o eco só responde: Onde? Onde?
O menino também lhe pede: Eco, vem passear comigo!
Mas não sabe se o eco é amigo ou inimigo.
Pois só lhe ouve dizer: Migo!
Bom dia, pinguim Onde vai assim Com ar apressado? Eu não sou malvado Não fique assustado Com medo de mim. Eu só gostaria De dar um tapinha No seu chapéu-jaca Ou bem de levinho Puxar o rabinho Da sua casaca.
Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.
Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada
Ninguém podia Entrar nela, não Porque na casa Não tinha chão
Ninguém podia Dormir na rede Porque na casa Não tinha parede
Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali
Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número zero
Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número zero
Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada
Ninguém podia Entrar nela, não Porque na casa Não tinha chão
Ninguém podia Dormir na rede Porque na casa Não tinha parede
Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali
Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número zero
Mas era feita Com muito esmero Na Rua dos Bobos Número zero