Dá pra ter um projeto social vendendo água? Parece que sim…

Porque o projeto de água Ama me parece legal, social e cheio de tecnologia.
Publicado em Notícias dia 23/07/2019 por Alan Corrêa

Projetos sociais sempre ajudam a alavancar uma causa que muitas vezes está esquecida ou até mesmo é preterida por outras. Além de ajudar a sociedade com a causa que está em jogo, existem empresas por trás que buscam que sua marca seja automaticamente associada quando se aborda tal causa.

Um dos casos mais recentes é o projeto AMA. Criada pela Ambev, Ama é uma água mineral vendida que todo o lucro será direcionado a projetos no combate a sede e a falta de água potável no Brasil. Com isso, a empresa de Jorge Paulo Lemann será lembrada não apenas pelo sucesso no ramo das bebidas, mas também pela belíssima ação praticada com o projeto AMA.

A causa

De acordo com a ONU, o mundo entrará em um déficit de água potável de 40% logo em 2030. Chegando no cenário brasileiro, atualmente cerca de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso a água portável, sendo que a maioria está localizada no semiárido, uma localidade onde frequentemente pessoas caminham cerca de 6 horas por dia apenas para buscar água para sua família.

Com isso, a Ambev decidiu criar um projeto completamente inovador: Através da criação de uma nova água, todo o lucro obtido com a mesma será revertido para projetos sociais que ajudam no acesso a água potável em localidades aonde a mesma não se faz presente.

O nome AMA não representa uma sigla, muito menos foi inventado sem nenhuma explicação. Na língua tupi, ama é o prefixo de diversas palavras que significam chuva, originalizando assim o nome do projeto.

Portanto, as garrafas da Ama pagarão sua produção de forma que a mesma possa continuar a ser fabricada, sendo que o lucro obtido com as mesmas será revertido para projetos contra a sede no Brasil.

Como o projeto é executado?

De acordo com a própria Ambev (com dados assegurados pela KPMG), a constituição de uma garrafa da Ama se dá da seguinte forma: 45% de seu preço é pelos custos de produção e transporte, 25% são os impostos e 5% é referente as vendas e ao marketing, totalizando 75% de gastos e os 25% restantes seriam o lucro.

A própria marca gosta de ressaltar que a Ama não é uma água 100%, mas sim 200%. Isso se deve ao fato de a água ser 100% aproveitada pelo consumidor, aproveitando seus nutrientes, e 100% aproveitada pelas pessoas que receberão a água potável com a ajuda do projeto social.

Com o dinheiro do lucro em mãos, a Ambev seleciona as comunidades mais afetadas pela falta de água e começa a realizar investimentos na infraestrutura do local para que o mesmo possa receber a água potável de maneira humana e que a mesma possa ser mantida com o decorrer do tempo.

Resultados apresentados

Desde o lançamento do programa no dia 22 de março (dia mundial da água) de 2017, os resultados não param de crescer e de apresentar melhoras significativas a cada dia, ajudando assim cada vez mais o projeto a se propagar.

Nestes mais de 2 anos de projeto, foram investidos mais de 3 milhões de reais em comunidades remotas do Brasil onde o acesso a água potável ainda é precário (ou quase nulo). Abrangendo territórios do Nordeste e gastando em valores altos em cada localidade para poder atender o povo, cerca de 35 mil brasileiros já foram beneficiados com o projeto Ama. Até o dia da publicação desta matéria, o valor do lucrômetro implantado pela Ambev no site do Ama estava em 3 milhões e 475 mil reais.

A intenção da Ambev ao realizar tal ação é muito mais do que apenas promover sua marca, prezando principalmente por um futuro onde todos no Brasil possam ter acesso a água potável. É um projeto muito inovador e interessante, podendo servir de exemplo para que outras empresas possam fazer ações parecidas no futuro.

*Com informações da AMA, KPMG, Ambev e Epoca.