Corvos são animais inteligentes, acredite!

Algumas espécies de animais como, ratos, baratas e principalmente corvos, são espécies sinantrópicas, que se adaptaram especificamente para ambientes humanos.
Publicado em Animais dia 26/01/2020 por Alan Corrêa

Algumas espécies de animais como, ratos, baratas e principalmente corvos, são espécies sinantrópicas, que se adaptaram especificamente para ambientes humanos.

Cada vez mais, está sendo descoberto que os corvos são realmente muito inteligentes. Seus cérebros estão na mesma proporção que os cérebros dos chimpanzés. Existem muitos exemplos para as diferentes formas de inteligência deles.

Se surpreenda com os corvos

A maioria de nós estamos bastante informados sobre todas as espécies em extinção no planeta em decorrência da expansão humana, mas ninguém parece prestar atenção em todas as espécies vivendo, as que estão se adaptando para sobreviver entre nós. O corvo é uma delas.

Eles são muito inteligentes em se adaptar. Os corvos se tornaram extremamente hábeis em viver conosco. E muitas pessoas tenta simplesmente matá-los. Acontece que ao fazer isso estamos dando a eles os motivos para se adaptarem de formas diferentes. Por exemplo, ratos se reproduzem a enormes velocidades, e as baratas, estão se tornando realmente imunes aos venenos.

Os corvos são inteligentes
Os corvos são inteligentes

Para se ter uma ideia, na Suécia, os corvos esperam os pescadores jogarem anzóis em buracos no gelo. Quando os pescadores vão embora, eles pousam, puxam a linha e comem o peixe ou a isca. E quanto mais se estuda os corvos, mais descobre-se que eles são extremamente inteligente em desenvolver adaptações significativas.

Em uma cidade japonesa os corvos desenvolveram uma forma de conseguir comer coisas que eles normalmente não conseguem, como por exemplo nozes. Para conseguir comer um noz eles a joga no meio do trânsito para que um carro passe por cima e a quebre. E não é só isso, eles esperam o semáforo parar os carros, para então, recolher sua noz aberta em segurança.

Os corvos usam linguagem corporal
Os corvos usam linguagem corporal

Pode parecer inacreditável, mas na verdade, esse truque já acontece a cerca de 10 anos entre os corvos. O fato é que todos os corvos estão aprendendo esse comportamento, um ensina para o outro, e assim vai passando de geração em geração. A mensagem principal é que eles desenvolveram adaptação cultural, eles são capazes de se adaptar muito rápida e flexivelmente aos novos desafios e recursos do seu ambiente.

A máquina dos corvos

A partir disso, o hacker e escritor Joshua Klein percebeu que poderia criar algo que tivesse um benefício mútuo, algo que criaria um novo vínculo entre animal e homem, de uma forma que traria benefícios para ambos.

“Vamos fazer alguma coisa com a qual ambos possam ganhar, e encontrar uma maneira de formar uma nova relação com essas espécies. E então eu construí a máquina de venda automática.” Disse Joshua Klein em uma palestra TED realizada em março de 2008.

Os corvos se adaptam facilmente
Os corvos se adaptam facilmente

Após um longo estudo amador do comportamento dos corvos ele surgiu com a idéia de uma elegante máquina. A máquina de venda automática, ela usa treinamento Skinneriano para modelar o comportamento deles em 4 estágios.

Funciona de uma maneira bem simples. Primeiramente coloca-se a máquina com moedas e amendoins em volta da base, em uma plantação ou em algum lugar com muitos corvos. Os covos eventualmente vão aparecer para comer os amendoins e nisso vão se acostumam com a presença da máquina. Em algum momento eles vão acabar com todos os amendoins, e depois que eles saírem a máquina cospe mais moedas e amendoins. Esse é o primeiro estágio.

Então quando eles passam por isso, o segundo estágio começa, que é acostumá-lo a sempre voltar lá, procurando amendoins no meio da pilha de moedas. Depois vem o terceiro estágio, em que apenas as moeda ficam lá. Como é da natureza deles quando estão procurando algo, eles tiram as coisas para fora do caminho com o bico. E então as moedas vão caindo na abertura, e quando isso acontece, eles ganham um amendoim. Isso vai durante um tempo, e eles aprendem que tudo que precisa fazer é apenas esperar a moeda sair, colocar a moeda na abertura, e então ganhar um amendoim.

Os corvos fazem parte de muitos mitos
Os corvos fazem parte de muitos mitos

Quando os corvos estiverem realmente bons e confortáveis com isso, passa para o quarto e último estágio, no qual eles aparecem e nada acontece. Nessa etapa é onde claramente pode-se ver a inteligência de um corvo entre os animais, como por exemplo um esquilo. Naturalmente os esquilos iriam chegar, procurar o amendoim e ir embora. Voltar, procurar o amendoim e ir embora, eles fariam isso uma meia dúzia de vezes antes de se entediar e ir embora de vez.

Já os corvos, por outro lado, aparecem e tentam entender o que está acontecendo. Eles sabem que precisa fazer algo, assim como das outras vezes para conseguir amendoim. Então eles cutucam, bicam, fazem de tudo com a máquina. Até que um corvo percebe várias moedas do primeiro estágio dando bobeira no chão, e nisso ele resolve descer, pegar a moeda e a colocá-la na abertura. E aí surge o amendoim.

Tudo indica que os corvos não estão apenas sobrevivendo com os seres humanos, eles estão realmente prosperando. Existem muitos corvos em todo o planeta, com exceção do Ártico e da ponta sul da América do Sul. O que acontece é que eles estão se reproduzindo em toda parte, estamos observando uma explosão populacional nos corvos.

Os corvos são extremamente brincalhões
Os corvos são extremamente brincalhões

Portanto, sabemos que existem muitos corvos, sabemos que eles são espertos, e que conseguem transmitir conhecimento. Então poderíamos usar a inteligência dos corvos para nos ajudar a fazer algo revolucionário.

“Acredito que os corvos possam ser treinados para fazer outras coisas. Por exemplo, porque não treiná-los para pegar lixo depois de eventos em um estádio? Ou achar componentes caros de eletrônicos descartados? Ou até ajudar em buscas e resgates. A mensagem principal para mim é que nós podemos achar sistemas mutuamente benéficos para essas espécies. Nós podemos descobrir formas de interagir com essas outras espécies que não envolvam exterminá-las, mas que envolvam entrar em equilíbrio com elas de alguma forma útil.” Conclui Joshua Klein.