Conheça o navio de pesquisa da Marinha que pode redefinir as fronteiras do Brasil

O navio hidroceanográfico (NHo) "Cruzeiro do Sul", operado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, realizou uma parada estratégica no Porto de Belém (PA).
Publicado em Brasil dia 12/03/2023 por Alan Corrêa

O navio hidroceanográfico (NHo) “Cruzeiro do Sul”, operado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, realizou uma parada estratégica no Porto de Belém (PA).

O navio desempenha um papel importante na pesquisa em apoio ao Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira, um programa governamental que visa determinar a extensão da área marítima além das 200 milhas náuticas, onde o Brasil pode exercer direitos de soberania para explorar os recursos naturais do leito e subsolo marinho.

Durante esta missão, o Navio tem a responsabilidade de coletar dados de batimetria, que consiste na medição da profundidade das massas de água, bem como de sísmica rasa, a fim de reforçar a identificação da base do talude, uma região oceânica com inclinação acentuada.

Navio de pesquisas da Marinha que pode redefinir as fronteiras do Brasil
Navio de pesquisas da Marinha que pode redefinir as fronteiras do Brasil

A coleta desses dados é particularmente importante nas regiões do Mega Deslizamento Pará-Maranhão e na Cadeia Norte Brasileira, para caracterizar as feições do fundo e sub-fundo marinho.

“Nessa etapa, nós fizemos, em cerca de 1.600 milhas náuticas [aproximadamente 2.900 quilômetros], esse trabalho de coleta de dados de batimetria, utilizando o ecobatímetro multifeixe EM-122, e de sísmica rasa, utilizando o perfilador de sub-fundo SBP-120, de modo a contribuir com a identificação da base do talude, de forma a auxiliar os pleitos do LEPLAC junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental, na ONU. O Navio fez esses trabalhos na margem equatorial brasileira, basicamente na região oceânica adjacente aos estados do Ceará, Maranhão e Pará”, explica o Comandante do NHo “Cruzeiro do Sul”, Capitão de Fragata Claudio Luiz Pereira Batista.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a plataforma continental de um Estado costeiro abrange as áreas submarinas.

“Novos Bandeirantes”: tripulação do Navio Hidroceanográfico "Cruzeiro do Sul" realiza pesquisas para subsidiar demanda do Brasil para aumentar a área marítima em que o País pode exercer soberania
“Novos Bandeirantes”: tripulação do Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” realiza pesquisas para subsidiar demanda do Brasil para aumentar a área marítima em que o País pode exercer soberania

Além do seu mar territorial, estendendo-se ao longo do prolongamento natural do seu território terrestre até o bordo exterior da margem continental ou até uma distância de 200 milhas marítimas. Isso inclui tanto o leito quanto o subsolo dessas áreas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) possibilita a ampliação dos limites marítimos dos países mediante a apresentação de estudos que comprovem a extensão de sua plataforma continental.

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar estipula que a plataforma continental de um Estado costeiro é constituída pelo leito e subsolo das áreas submarinas que se estendem para além de seu mar territorial, ao longo do prolongamento natural de seu território terrestre, até o limite externo da margem continental ou até uma distância de 200 milhas náuticas.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar estipula que a plataforma continental de um Estado costeiro é constituída pelo leito e subsolo das áreas submarinas que se estendem para além de seu mar territorial, ao longo do prolongamento natural de seu território terrestre, até o limite externo da margem continental ou até uma distância de 200 milhas náuticas.

A norma estabelecida visa identificar, a partir da profundidade do oceano e da espessura dos sedimentos, qual é o limite natural de prolongamento da massa continental submersa.

No dia 6 de fevereiro, o Cruzeiro do Sul interrompeu suas atividades no Píer Paulo Irineu Roxo Freitas, que fica localizado na Base de Hidrografia da Marinha em Niterói (RJ). A embarcação fez sua primeira parada no Porto de Fortaleza (CE), onde permaneceu por cinco dias, entre 17 e 22 de fevereiro. Atualmente, o Navio Hidroceanográfico encontra-se na capital paraense e ficará lá até o dia 14 de março, quando partirá para uma nova escala em Fortaleza, depois em Natal (RN) antes de retornar à Base em Niterói no dia 20 de abril.

Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul”

A equipe a bordo do Navio Hidroceanográfico "Cruzeiro do Sul", denominada "Novos Bandeirantes", está conduzindo pesquisas para fornecer informações que possam subsidiar a demanda do Brasil em ampliar a área marítima sob sua soberania.
A equipe a bordo do Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul”, denominada “Novos Bandeirantes”, está conduzindo pesquisas para fornecer informações que possam subsidiar a demanda do Brasil em ampliar a área marítima sob sua soberania.

O Navio conta com uma tripulação de 66 militares, sendo composta por 11 Oficiais e 55 Praças. Além disso, tem a capacidade de acomodar 16 pesquisadores que colaboram com as atividades de pesquisa realizadas a bordo da embarcação durante as expedições marítimas.

O Cruzeiro do Sul mede 65,7 metros de comprimento por 11 metros de largura e possui um calado de 6,5 metros. Sua velocidade máxima é de 9 nós, o equivalente a 16,6 quilômetros por hora. A embarcação é equipada com dois guinchos oceanográficos para águas profundas, dois ecobatímetros e uma estação meteorológica.

*Com informações da Agência Marinha de Notícias.