Esta aventura começou pela comemoração do aniversário de casamento de um ano e aniversário da minha filha mais velha, um ano e doze anos respectivamente. Como era uma comemoração do casal e um aniversário infantil ao mesmo tempo era preciso ter cuidado com a escolha para que ela não fosse muito romântica ou muito infantil. Fui, então ao mestre Google, aquele que sabe de todas as coisas, perguntando sobre melhores hotéis para casais e melhores hotéis para viajar com crianças ou entre família.
Numa das lista encontradas, apareceu o Broa Golf Resort que chamou a atenção do meu marido. Como ele nunca havia jogado Golf, até se animou com a proposta do Resort em Itirapina, uma cidade modesta, onde a população é alfabetizada e conta com pouco mais de 17 mil habitantes. Apesar de todo este charme, conhecemos mesmo apenas arredores do Resort desta vez, nada mais.
Saímos de Caieiras, cidade metropolitana de SP, por volta das 12h numa sexta-feira, com o trânsito relativamente tranquilo e Waze na mão – ou melhor – no celular, estávamos prontos para seguir viagem: a aniversariante que completava 12 anos, a pequenininha de 7 anos e nós, o casal. Cooler ligado, tanque completo até com aditivo, água, óleo e pneus calibrados somados ao porta malas repleto de malas.
A frente, estava um estradão para aquecer os braços de qualquer motorista. Sentido Jundiaí, fomos pela estrada velha de Campinas SP 332, que passa por Caieiras. Seguimos sentido Cajamar a rumo da Rod. dos Bandeirantes, depois disso nossos encontros foram com inúmeros veículos e incontáveis caminhões. A estrada é relativamente tranquila apesar de sua maior parte ser por apenas duas faixas, mas dá pra ir numa boa com carros com potência 1.0, imagina para os mais potentes.
Não precisamos fazer qualquer parada durante a ida, foi bem tranquilo mesmo, tirando a parte de que é muito comum os motoristas profissionais – caminhoneiros – abusarem um pouco da velocidade e de ultrapassagens indevidas. Mero detalhe!
Uma grata surpesa, além do lugar ser lindo e a estrada bastante deserta – lembrando até parte do caminho feito quando estivemos no Belmond – Hotel das Cataratas, dentro da reserva. Um lugar muito bonito e arborizado, realmente é daqueles lugares em que respiramos fundo e aguardamos o perfume daquele lugar para o resto de nossas vidas. Lindo, cheiroso e sensacional. Se puder, conheça – vale a pena sim!
Lá é um condomínio muito bonito e luxuoso com casas de novela mexicana, aquele glamour antigo que enche os olhos e alimenta a nossa imaginação, lugar saudosamente bonito. A represa, então – um arraso com a combinação das aves e árvores!
Problemas encontrados: Como o espaço é bem aberto e não é mata fichada, são apenas lindas árvores bem planejadas, venta muito, então a sensação térmica é intensa. Lembre-se de levar agasalho, as noites são bem frias por lá – mesmo no verão (lembre-se que venta muito). Outro ponto a ser observado é que apesar do lugar ser lindo, as instalações são um pouco antigas, então você também pode achar que está num filme dos anos 80, são instalações relativamente simples por ser um lugar tão incrível e ter acesso ao Golf.
Infelizmente não pudemos brincar com arco e flecha nem parede de escalada, estariam em manutenção, segundo a administração do hotel.
Dentre as atividades oferecidas pelo resort estavam:
Vou dizer o que achei de cada um:
Opinião sobre a piscina – São duas na verdade, uma funda e outra infantil (ela estava vazia, parecia abandonada); o Campo de Paintball foi um dos lugares mais legais, não é muito grande mas é bem interessante, chegamos a jogar com 9 pessoas. Não! Éramos 8 jogadores e meio – calma, explico! Tivemos uma pequenina atiradora de apenas 7 aninhos, “café com leite”. As armas, chamadas de marcadores, não eram exatamente as mais novas do mercado, mas a experiência – pra nossa família, eu e as meninas – foi sensacional, a primeira vez a gente nunca esquece! A Denise, com muito alto astral e história pra contar, é a jovem senhora responsável junto ao seu esposo sobre a atividade. Ela, que aparenta ter apenas 50 primaveras completas, contou o segredo de estar mais de 20 anos aparentemente mais jovem… É a atividade da vida em movimento e um genro cirurgião plástico. Uma verdadeira simpatia de casal! Só não gostei da pontuação – meu time perdeu.
Quanto ao Vôlei de Areia, infelizmente não haviam muitos hóspedes e como disse, a sensação térmica era de muito frio, apesar do sol brilhante e tempo aberto – sorridente, preferimos deixar para uma próxima. O Acervo de Aeronaves é bem legal e conta com raridades em replicas muito antigas. Pudemos experimentar entrar em 2 aeronaves. Uma coisa legal é que todos os aviões expostos, mas sem acesso público ainda alçavam voos – motivo pelo qual não estavam disponíveis para conhecer por dentro, mas já valeu a experiência!
Agora, pára tudo! O Campo de Golf, foi um dos lugares mais bonitos de todos os que eu já conheci na minha vida. Mas que lugar lindo, que grama pequenina e verdinha, parecia um verdadeiro tapete, o Marcelo Giumelli, um verdadeiro campeão, nos ensinou tudo o que fomos capazes de aprender em algumas horas de primeiro contato com o esporte em toda a nossa vida. Um profissional, professor dedicado a carreira, foi uma grande honra conhecê-lo e aprender sobre o esporte mais interessante que conhecemos. Um esporte de cavalheiros. Para quem não sabe, o golf é um esporte que não tem qualquer espécie de árbitro, ele tem a sua conduta. Você é honesto o suficiente para encarar uma partida? Há menos de 90 campos de golf no país, sendo que aproximadamente 70 e muitos são particulares – pelo que me recordo – estão no estado de SP. Segundo Marcelo, o esporte é um dos que mais crescem no Brasil. O campo do Broa é particular, como éramos hóspedes, pagamos a aula apenas, que foi muito boa, valeu a pena e nos tornamos adeptos ao esporte. Difícil acertar a bolinha, mas vale o sacrifício de brincar sério – brincadeira de gente fina!
O grande Marcelo também confessou que é no campo de golf onde muitas mágicas entre empresários acontecem, é possível identificar a postura e conduta do seu adversário/cliente/fornecedor de acordo com sua estratégia de jogo. Incrível, e as mulheres também mandam muito bem heim, então meninas – de olho nas oportunidades sem perder jogadas!
Sobre a recreação infantil, somente elogios. Os profissionais que conhecemos – A Tia Sorriso e o Tio Gustavo, são bem legais e foram gentis o tempo todo. Muito responsáveis fizeram a diferença para que meu esposo e eu pudéssemos descansar e ver as crianças se divertindo, como na proposta inicial. Um lugar onde o casal pudesse se distrair enquanto parzinho e as crianças pudessem correr e brincar gastando toda a energia acumulada em dias de muita diversão e passa tempo em turma. A Parede de Escalada e o Arco e Flecha estavam em manutenção. Desta vez a Cavalgada ficou para a próxima ida – que acontecerá, inclusive com 30% de desconto pelo simples fato de já termos ido. Legal isso – adoro pechinchar! O Slackline é muito difícil, tentei ficar 5 segundos, mas nem isso ainda… É preciso treinar mais. As crianças e o marido também ficaram devendo segundos, eita como é difícil andar numa corda bamba – como aquela mocinha do circo faz isso parecer tão simples?
Já o Caiaque, andei pela primeira vez também e foi bem fácil. Mas é preciso muita força nos braços e ombros, fora um preparo bacana do abdômen, porque olha, fazer aquilo andar rápido é quase impossível. A Sauna, é bem limpinha e aconchegante, muito cheirosa. Não conheci o Spa desta vez, mas a academia ao ar livre, está mais para aquelas praças da prefeitura sabe? Não é muito interessante não. O Standup Paddle não me chamou mais atenção que o caiaque, então nem experimentei, só meu esposo e filha mais velha que podem falar como foi e, gostaram, o difícil é o equilíbrio mesmo. O Campo de Futebol, na verdade é bem cuidado, mas está mais para um gramado para um bate bola mesmo. Mas é bem bonito, em frente a represa tem uma visão bem legal. O problema é se a bola for dar aquele mergulho pra refrescar, dai a diversão fica pro gandula mesmo. O Passeio de Lancha parece ser bem agradável, mas é outro passeio que precisou ficar para outro dia. Ficamos pouco tempo e se quiséssemos fazer tudo, não poderíamos descansar nadinha. Mas com certeza terei esta pra contar na próxima!
Tenho que confessar que a Tirolesa, ficou para dias mais quentes também, ela acontece na represa do Broa. Huuu, que frio, nem pensar, deixa pra quando estivermos em dias mais quentes. Já as Quadras de Tênis e a academia são verdadeiramente horríveis. Estão abandonados, nem vale a pena.
A comida é simples, mas muito gostosa. Não sei se por conta de estar com um número reduzido de hóspedes, as opções de cardápio também estiveram com menos opções. Mas de qualquer forma valeu. Nosso almoço e jantar estavam inclusos, então valeu bastante. Não passamos fome mesmo, o que ficou meio caro foi o consumo de refrigerantes e bebidas em geral, mas nada abusivo. É algo praticado no mercado mesmo.
O quarto estava aparentemente recém reformado, também parecia não ter boa ventilação no banheiro por conta das manchas no teto. O acabamento deixava um pouco a desejar, mas no contexto geral era muito satisfatório, então compensou na opinião da família. Uma coisa que eu realmente achei muito bom foi que os quartos eram de comprido e entre eles, obviamente uma parede – bem fina, mas tinha uma porta capaz de dividir os ambientes. Composto com uma fechadura, precisamos esperar a camareira poder nos atender para abrir. Ficou muito bom. uma porta de correr, dois banheiros, dois quartos e bastante espaço. Ambos tinham uma varanda grande com mesas e cadeiras somados a uma vista inesquecível, sofás de dois lugares, tvs, banheiros. Uma cama de casal e duas camas de solteiro. Os guarda roupas, na minha opinião poderiam ser mais bem trabalhados, mas sinceramente – me atenderam. Era um por quarto.
Pudemos ficar bem a vontade e não haviam muitos gritos ou corre corre das crianças principalmente por termos ido num momento fora de temporada. Isso ajuda muito no quesito atendimento personalizado. Os animais eram capazes de nos acordar pela manhã com seus cantos e alegria. Há uma diversidade bastante interessante pelos arredores que conta principalmente com aves.
Nosso retorno foi ainda melhor, tirando duas multas que acho ter tomado, ai ai ai. Mas a inexperiência e vontade de ver minha mãe eram quase insuperáveis. Eram muitos caminhões novamente pela pista, mas sem novidade. Só tocar o carrinho com capricho e cuidado que no final dá tudo certo. Antes de pegarmos o estradão, paramos para abastecer no primeiro posto BR que fomos capazes de encontrar e, de quebra, ganhei uma lavada por fora para ajudar a tirar os presentes dos passarinhos e insetos atropelados.