Como ficaremos em 100 anos

Diante de toda a evolução que tem acontecido até agora, como por exemplo a modificação de bactérias, plantas e animais, será que os humanos também poderão evoluir ainda mais? No entanto, seria ético evoluir o corpo humano? Se esperamos explorar e viver em outros lugares além da Terra, com certeza a resposta será sim, precisamos transformar nosso próprio corpo.
Publicado em Vida dia 28/03/2020 por Alan Corrêa

Diante de toda a evolução que tem acontecido até agora, como por exemplo a modificação de bactérias, plantas e animais, será que os humanos também poderão evoluir ainda mais? No entanto, seria ético evoluir o corpo humano? Se esperamos explorar e viver em outros lugares além da Terra, com certeza a resposta será sim, precisamos transformar nosso próprio corpo.

Vejamos pelo quesito próteses, com elas, é possível reconstruir uma parte do corpo e torná-la melhor do que era, por exemplo, segurar algo quente e ter todo tipo de controle sem se queimar. Ou então, acordar amanhã querendo se mais alto, ou mesmo escalar uma montanha mesmo sem ter as mãos, ou então correr uma maratona mesmo sem ter pernas, as próteses são as modificações do corpo que poderia tornar tudo isso possível.

Entenda o x da questão

As próteses estão sendo adaptadas e indo até para dentro do corpo, as próteses externas agora se tornaram joelhos e quadris artificiais. Elas também evoluíram ainda mais, se tornaram não apenas úteis, mas essenciais de se ter. A prótese se torna uma relação simbiótica com o corpo humano, e o interessante é que as próteses agora estão integradas aos ossos, à pele e aos músculos.

Cada vez mais as próteses então evoluindo e se conectando com mais eficiência ao corpo humano, é o exemplo dos aparelhos auditivos, este é o quarto nível de próteses.

O autor, acadêmico e futurista Juan Enriquez explica melhor isso em uma palestra TED de junho de 2016. “Eles são muito interessantes porque transcendem o limite das próteses como algo para alguém que é “deficiente” e elas se tornam algo para alguém que é “normal” possa, de fato, querer tê-las. O interessante nessas próteses é que não apenas ajudam a ouvir, mas você pode focar a audição, e ouvir uma conversa vinda de qualquer lugar. Pode ter superaudição ou ouvir em 360 graus e ter o ruído branco, pode gravar e, a propósito, podem até colocar um telefone nisso. Assim, ela tem as funções de audição e também de um telefone. E a partir daí, alguém pode de fato querer ter próteses, voluntariamente.” Disse ele.

É aí que se começar a juntar tudo pode-se concluir que é possível modificar um ser humano em um ou dois séculos, em 100 anos poderíamos então ser provavelmente pessoas “robótica”.

Mas o x da questão é: até onde é ético aprimorar o corpo humano e até onde não é ético aprimorar o corpo humano?

O futurista Juan Enriquez diz que: “Não sabemos, se mudarmos substancialmente a gravidade, se a mesma coisa acontecerá para criar nossos corpos. Nós sabemos que se expusermos nossos corpos, como são agora, a muita radiação, morreremos. Então, pensando nisso, é preciso redesenhar as coisas para poder ir a Marte.”

Querendo ou não já estamos passando por isso, estamos nós o aprimorando, e temos feito isso por milhares de anos. Temos a cirurgia de abdominoplastia; alteramos nossas aparências, e dizem que nem todas essas mudanças são feitas por motivos médicos.

Já é possível até alterar aspectos fundamentais do corpo, usa-se hormônio de crescimento humano para então ficar mais altos ou coloca-se X e uma pessoa fica mais gorda ou perde metabolismo ou faz uma série de outras coisas, mas o fato é que estão alterando funções de uma forma substantiva.

“E você quer alterar o corpo humano porque você finalmente quer uma foto que diga, somos nós, porque é como a humanidade sobrevive a extinção de longo prazo. E é por isso que, de fato, é antiético não aprimorar o corpo humano, mesmo que isso possa ser assustador e desafiador, mas é isso que nos permitirá explorar, viver e chegar a lugares que nem mesmo sonhamos hoje, mas nos quais os filhos de nossos tataranetos poderão chegar algum dia.” Conclui Juan Enriquez.