No dia 17 de agosto, estreia na Netflix um filme documental que aborda o infame caso Isabella Nardoni, um crime que chocou o Brasil. O longa-metragem, que permaneceu em sigilo até o momento, é mais uma produção que se aproveita da crescente popularidade do gênero true crime.
O projeto é dirigido pelo renomado documentarista Cláudio Manoel, ex-membro do grupo Casseta & Planeta, em parceria com Micael Langer. Há dois anos, o roteirista Raphael Montes e a criminóloga Ilana Casoy, conhecidos por trabalhos como “Bom Dia, Verônica” e filmes sobre Suzanne Von Richtofen, estavam envolvidos no projeto, mas na época afirmaram que se tratava de uma produção ficcional, segundo entrevista concedida ao F5, da Folha de São Paulo.
Contudo, a família Nardoni tentou impedir a produção do filme, argumentando que isso reacenderia o sofrimento do pai e da madrasta, que já cumpriram a pena pelo homicídio qualificado da filha de apenas 5 anos e dos filhos do casal. O crime ocorreu há 15 anos e teve ampla repercussão no país.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da vítima, foram condenados por homicídio doloso qualificado. Alexandre recebeu uma pena de 31 anos, 1 mês e 10 dias, com o agravante do parentesco com a vítima. Já Anna Carolina foi condenada a 26 anos e 8 meses de reclusão devido à prática de um crime hediondo.
A produção do filme documental provocou controvérsia desde o seu anúncio, levantando questões sobre a ética de reviver eventos tão traumáticos para os envolvidos. O Ministério Público de São Paulo ainda pode entrar com recurso em relação ao caso.
O filme, que promete lançar luz sobre os detalhes do crime e as complexidades do julgamento, certamente despertará debates sobre os limites entre entretenimento, investigação jornalística e o respeito à dor das vítimas e seus familiares.
A trágica história de Isabella Nardoni permanece viva na memória coletiva do país, e o lançamento desse documentário na Netflix coloca o Brasil novamente diante das dolorosas questões que permeiam esse caso. Resta saber como o público reagirá a mais essa incursão na fascinante, porém delicada, área do true crime.