A correia dentada banhada a óleo adotada pela Chevrolet em seus modelos Onix, Tracker e Montana foi apresentada como uma evolução no sistema de acionamento do comando de válvulas. Com promessa de maior durabilidade, o componente deveria resistir até 240 mil quilômetros sem necessidade de substituição. A proposta parecia oferecer vantagens operacionais e menor custo de manutenção a longo prazo.
Pontos Principais:
Contudo, proprietários dos veículos equipados com os motores 1.0 e 1.2 de três cilindros começaram a relatar falhas antes de atingir a quilometragem prometida. Os relatos incluíam desgaste prematuro, ruídos e a necessidade de troca da correia em intervalos muito inferiores aos indicados pela montadora. As ocorrências geraram preocupação quanto à confiabilidade da tecnologia empregada.

A Chevrolet reconheceu as reclamações e iniciou uma análise interna. A conclusão foi que, na maioria dos casos, o uso de lubrificantes fora das especificações da montadora estava comprometendo a integridade da correia. Como esse componente é banhado a óleo, a escolha do lubrificante tem papel determinante na preservação de sua estrutura e funcionalidade.
Desde os primeiros casos notificados, os problemas com a correia dentada banhada a óleo impactaram diretamente os proprietários, que se viam diante de reparos não previstos. A principal questão girava em torno da quebra de uma promessa técnica de longa durabilidade, o que colocava em dúvida a confiabilidade do sistema.
Os veículos mais afetados foram os que utilizam os motores Ecotec 1.0 e 1.2, presentes principalmente nos modelos Onix, Tracker e Montana. As falhas apontadas incluíam barulhos anormais, desgaste precoce da correia e falhas graves no motor, quando o sincronismo era comprometido. Mesmo com os veículos dentro do prazo de quilometragem previsto, os problemas surgiam antes do esperado.
A General Motors afirmou que grande parte das falhas estava ligada ao uso de lubrificantes não recomendados, o que impactava diretamente o funcionamento da correia. Para contornar a situação, a montadora anunciou uma garantia vitalícia para o componente, com a exigência de que os proprietários cumpram rigorosamente o plano de manutenção estabelecido no manual do veículo.
A nova política de garantia anunciada pela Chevrolet cobre a correia dentada banhada a óleo por tempo indeterminado. Porém, há uma condição essencial para que o benefício seja mantido: o cumprimento integral do plano de manutenção oficial da montadora, com o uso de peças originais e lubrificantes dentro das especificações.
O histórico de manutenção do veículo precisa estar documentado e validado por oficinas autorizadas. Caso seja constatado que houve uso de óleo fora das recomendações ou peças não originais, a garantia perde sua validade. Isso inclui a utilização de aditivos ou compostos que alterem a viscosidade ou a composição química do óleo especificado pela GM.
Além da política de cobertura, a montadora reforçou sua comunicação com os clientes, orientando sobre a importância de seguir à risca os intervalos de revisão e os insumos recomendados. A iniciativa busca evitar novos casos de falhas e resguardar os veículos já em circulação.
A substituição da correia dentada banhada a óleo requer procedimentos técnicos específicos. Por se tratar de um sistema que integra o comando de válvulas com lubrificação direta, a montagem precisa ser feita com ferramentas adequadas e cuidados redobrados quanto à sincronização.
O primeiro passo do processo inclui a desconexão da bateria e a remoção de componentes que dificultam o acesso, como bobinas, conectores e o coletor de admissão. Em seguida, é necessário utilizar ferramentas para o travamento da cremalheira e alinhamento dos comandos. Esses itens garantem que o motor mantenha a sincronia correta após a instalação da nova correia.
Durante a instalação, deve-se respeitar o tensionamento especificado pela Chevrolet e, se houver indicação de sentido de rotação da correia, ela deve ser obedecida. O uso do lubrificante correto também é indispensável para assegurar a durabilidade da peça e o funcionamento do conjunto, incluindo bomba de vácuo e variador de fase.
A adoção da garantia vitalícia por parte da Chevrolet tem impacto direto na relação entre montadora e consumidor. Para os proprietários, a medida representa uma compensação frente às falhas inesperadas, mas também impõe um compromisso rígido com a manutenção preventiva e a fidelidade às especificações da marca.
Consumidores devem estar atentos aos prazos e procedimentos de revisão, além de manter os comprovantes de cada serviço executado. Qualquer desvio dos padrões recomendados pode não apenas comprometer o desempenho do veículo, como também invalidar a garantia anunciada.
A recomendação da Chevrolet é que todas as manutenções sejam feitas em oficinas autorizadas. Isso assegura que os técnicos envolvidos estejam capacitados para lidar com o sistema específico da correia banhada a óleo, evitando falhas decorrentes de procedimentos incorretos ou uso de peças incompatíveis.
A tecnologia da correia dentada banhada a óleo representa um avanço em relação aos sistemas tradicionais. A proposta busca combinar desempenho com menor necessidade de manutenção, além de reduzir o atrito interno do motor. No entanto, a aplicação prática do conceito mostrou que a durabilidade prometida depende de variáveis sensíveis ao uso cotidiano.
A decisão da Chevrolet de estender a garantia surge como tentativa de preservar a confiança dos consumidores e, ao mesmo tempo, reforçar a responsabilidade compartilhada entre marca e usuário na preservação do veículo. O episódio reforça que a inovação em componentes mecânicos exige adaptação tanto dos fabricantes quanto dos motoristas.
Para os donos de Onix, Tracker e Montana, o cenário atual exige acompanhamento rigoroso das manutenções e atenção às especificações do manual. Essa postura não apenas evita falhas futuras, como também garante o acesso à cobertura vitalícia oferecida pela montadora.
Fonte: Brasil247, Carro.Blog.Br, AutoPapo, QuatroRodas, OMecanico e ReclameAqui (1 e 2)
