Céu de maio de 2025 terá meteoros do cometa Halley, Lua das Flores e conjunções planetárias

No escuro da madrugada, entre os dias 5 e 6 de maio, fragmentos do cometa Halley cruzarão o céu a 65 km/s em uma das chuvas de meteoros mais esperadas do ano. Enquanto isso, a Lua das Flores atinge sua plenitude e o asteroide Vesta poderá ser observado com binóculos. Ao longo do mês, uma sequência de conjunções planetárias completará o cenário. O Hemisfério Sul será privilegiado para esses eventos, todos visíveis a olho nu em áreas afastadas de luz artificial.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Ciência dia 1/05/2025

O céu noturno de maio de 2025 será marcado por uma sequência de fenômenos astronômicos relevantes para a observação tanto a olho nu quanto com o auxílio de instrumentos simples. A chuva de meteoros Eta Aquáridas, alimentada por fragmentos do cometa Halley, atinge seu ponto máximo na madrugada dos dias 5 e 6. Esse evento é uma das principais oportunidades do ano para visualização de meteoros no Hemisfério Sul, com previsões de até 50 por hora.

Pontos Principais:

  • A chuva de meteoros Eta Aquáridas terá seu pico entre 5 e 6 de maio.
  • Fragmentos do cometa Halley cruzarão o céu a mais de 65 km/s.
  • A Lua das Flores será visível em sua fase cheia durante o mês.
  • O asteroide Vesta poderá ser observado com binóculos a partir do dia 2.
  • O mês inclui várias conjunções entre Lua, planetas e estrelas.
Não precisa ser astrônomo. Com olhos atentos e um cantinho escuro, você já pode acompanhar esse combo astronômico único direto do quintal - reprodução / canva
Não precisa ser astrônomo. Com olhos atentos e um cantinho escuro, você já pode acompanhar esse combo astronômico único direto do quintal – reprodução / canva

Além da atividade meteórica, o mês contará com a chamada Lua das Flores, nome tradicionalmente associado à Lua cheia de maio, que tem origem em tradições indígenas norte-americanas. Também estará visível o asteroide Vesta, um dos maiores corpos do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, observável com binóculos em áreas de baixa poluição luminosa.

A conjunção de diversos corpos celestes ao longo do mês complementa o cenário astronômico. A partir da observação sistemática, é possível identificar esses alinhamentos aparentes entre planetas e estrelas, fenômenos que não envolvem interações físicas entre os corpos, mas que se destacam pelo impacto visual.

Chuva de meteoros Eta Aquáridas

A chuva de meteoros Eta Aquáridas é resultado da entrada de fragmentos deixados pelo cometa Halley na atmosfera terrestre. Os fragmentos se deslocam a cerca de 65,4 km/s, o que faz com que produzam rastros luminosos visíveis a olho nu. Esse fenômeno ocorre todos os anos entre abril e maio, mas o pico de observação está previsto para a madrugada de 5 para 6 de maio de 2025.

No Hemisfério Sul, as condições de visibilidade são mais favoráveis devido à posição da constelação de Aquário, ponto do céu de onde os meteoros parecem se originar, conhecido como radiante. De acordo com a NASA, os melhores horários para visualização são antes do amanhecer, em locais escuros, afastados de centros urbanos.

A observação da chuva de meteoros não requer equipamentos especiais. É recomendado que os observadores estejam em locais abertos, evitem o uso de luzes artificiais e permitam que seus olhos se adaptem à escuridão. A expectativa é de até 50 meteoros por hora no pico da atividade.

Fragmentos do cometa Halley

O cometa Halley é um corpo celeste de órbita elíptica, com período de aproximadamente 75 a 76 anos. A última vez que foi visível da Terra ocorreu em 1986, e sua próxima passagem está prevista para 2061. Apesar da longa ausência do cometa em si, seus fragmentos permanecem ativos na atmosfera terrestre em eventos como as Eta Aquáridas e as Oriônidas, que ocorrem em outubro.

Esses fragmentos são compostos por poeira e gelo que se desprendem do cometa durante sua passagem pelo Sistema Solar interno. Ao entrarem na atmosfera da Terra, colidem com moléculas de ar e se aquecem devido à fricção, produzindo o efeito luminoso característico das estrelas cadentes.

A identificação da origem dos meteoros a partir do cometa Halley foi confirmada por estudos astronômicos e observações comparadas com o histórico de passagem do cometa. Estima-se que registros antigos, datados do século V a.C., já relatavam observações visuais do Halley, sendo um dos cometas mais conhecidos da história da astronomia.

Lua das Flores

A Lua cheia de maio é conhecida como Lua das Flores. Essa designação se refere à tradição dos povos algonquinos da América do Norte, que associavam a Lua cheia do mês ao florescimento típico do período da primavera naquela região.

Além do nome “Lua das Flores”, outras denominações também foram atribuídas à Lua cheia de maio, como “Lua de Plantio” e “Lua de Brotamento”, todas relacionadas ao calendário agrícola dos povos originários. Embora tenham origem no Hemisfério Norte, essas designações são frequentemente usadas em materiais de divulgação científica e cultural.

Em 2025, a Lua das Flores poderá ser observada em sua plenitude ao longo da noite, em sua fase cheia. A visualização não requer instrumentos, e os efeitos visuais serão potencializados em noites de céu limpo, especialmente em regiões afastadas da iluminação artificial.

Asteroide Vesta

O asteroide Vesta é um dos maiores do Sistema Solar e poderá ser observado no início de maio de 2025. No dia 2, ele atinge a chamada “oposição”, momento em que está mais próximo da Terra e mais iluminado pelo Sol, o que aumenta sua visibilidade.

Com formato quase esférico, Vesta se destaca entre os corpos do cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter. Embora não seja classificado como planeta anão, sua estrutura o coloca entre os maiores objetos do tipo já identificados.

Para visualizar Vesta, é necessário utilizar binóculos ou pequenos telescópios em locais de céu escuro. Ele estará na constelação de Libra durante o período de maior visibilidade, o que facilita a sua localização com o auxílio de aplicativos de astronomia.

Conjunções celestes de maio

Diversas conjunções celestes ocorrerão ao longo do mês de maio de 2025. Essas conjunções são fenômenos visuais em que dois ou mais corpos celestes parecem estar próximos no céu, embora na realidade estejam separados por vastas distâncias.

  • 3/5: Lua e Marte se aproximam na constelação de Câncer.
  • 5/5: Marte se junta ao aglomerado estelar Presépio (M 44), também em Câncer.
  • 14/5: Conjunção da Lua com a estrela Antares na constelação de Escorpião.
  • 22/5: Lua e Saturno aparecem próximos antes do amanhecer.
  • 23/5: Lua e Vênus visíveis juntos na direção leste, também antes do nascer do Sol.
  • 28/5: Lua e Júpiter se alinham no crepúsculo, entre as constelações de Touro e Cocheiro.

Esses alinhamentos podem ser acompanhados a olho nu ou com equipamentos básicos. A observação deve ser feita preferencialmente em locais com pouca poluição luminosa e céu aberto.

Condições ideais para observação

A observação dos fenômenos astronômicos de maio requer atenção a alguns fatores ambientais e de localização. A recomendação principal é evitar áreas urbanas com alta iluminação, buscando regiões afastadas, como zonas rurais ou áreas montanhosas.

O melhor horário para visualizar meteoros, conjunções e asteroides costuma ser entre a meia-noite e o nascer do Sol. Durante esse período, o céu está mais escuro e há menor interferência atmosférica. A adaptação dos olhos ao escuro também é essencial e pode levar até 30 minutos sem exposição a luz artificial.

  • Evitar uso de celulares durante a observação.
  • Levar roupas adequadas para a madrugada.
  • Utilizar mapas celestes ou aplicativos para localização dos corpos.

Vários aplicativos de astronomia, como Stellarium e Star Walk, permitem a localização em tempo real de meteoros, planetas e asteroides com base na geolocalização do observador.

Fonte: Nationalgeographicbrasil, CNN, Gauchazh e Terra.