Nesta segunda-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os primeiros resultados do Censo 2022 Indígenas, revelando um aumento significativo na população indígena do Brasil. De acordo com os dados, um total de 1.693.535 pessoas se declararam indígenas, correspondendo a 0,83% da população residente no país e distribuídas por 4.832 municípios.
Comparado ao Censo de 2010, que registrou 896.917 indivíduos indígenas (0,47% da população), essa variação representa um crescimento de 88,82% em apenas 12 anos. Além do aumento na população, o Censo 2022 também identificou um aumento no número de terras indígenas oficialmente delimitadas, passando de 501 em 2010 para 573 no ano passado.
O IBGE atribui esse crescimento a várias melhorias no processo censitário, incluindo o aprimoramento do mapeamento de localidades indígenas em todo o país, a utilização de procedimentos padronizados de abordagem às lideranças indígenas, a integração de guias institucionais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), bem como o treinamento especializado das equipes censitárias.
Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, destacou a importância das lideranças indígenas no sucesso do censo e expressou gratidão pelo apoio recebido.
A Região Norte é a que concentra a maior parte da população indígena, com 44,48% do total, ou seja, 753.357 pessoas. A Região Nordeste segue em segundo lugar, abrigando 31,22% da população indígena, ou 528.800 indivíduos. Juntas, essas duas regiões representam 75,71% da população indígena do Brasil.
O Amazonas e a Bahia se destacam como as unidades da federação com a maior concentração de população indígena, totalizando 42,51% do total. O município de Manaus lidera a lista das cidades com mais pessoas indígenas, seguido por São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM). As terras indígenas, em sua maioria na Região Norte, abrigam parte significativa dessa população.
Apesar dos desafios enfrentados pelas equipes do IBGE, que incluíram a necessidade de acessar comunidades remotas ameaçadas por garimpeiros e madeireiros, a realização do censo é reconhecida como crucial para garantir o acesso a políticas públicas e para a proteção das populações indígenas e de seus territórios na Amazônia Legal.
*Com informações da Agência Brasil.