O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enfrenta um momento de mudança em sua defesa legal, com o advogado Bernardo Fenelon deixando seu cliente. O militar, atualmente detido desde maio, está sob suspeita de envolvimento em esquemas de desvio e venda de joias recebidas pela Presidência, bem como na adulteração de certificados de vacinação.
A saída do advogado Bernardo Fenelon da defesa de Mauro Cid é a mais recente reviravolta nesse caso. Antes dele, o renomado criminalista Rodrigo Roca, ligado ao círculo íntimo da família Bolsonaro, também atuou na representação legal do ex-ajudante de ordens, mas se retirou do caso invocando razões relacionadas ao foro profissional.
Até o momento, não foi divulgado quem será o próximo profissional a assumir a defesa de Cid nesse complexo cenário legal.
A decisão de Fenelon de deixar o caso coincide com novas revelações que colocam o tenente-coronel Cid no centro de um suposto esquema de desvio de joias pertencentes à Presidência. A última sexta-feira (11) viu uma operação da Polícia Federal direcionada a Cid, seu pai, o general Mauro Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef e o assessor Osmar Crivelatti.
De acordo com informações da PF, Cid teria vendido dois relógios de luxo nos Estados Unidos em junho de 2022, alcançando a quantia de US$ 68 mil. Esses itens eram presentes destinados ao Brasil e os valores foram direcionados para a conta do seu pai, o general Cid, em contas no exterior, conforme descobriu a investigação.
Uma outra tentativa de venda de joias ocorreu em fevereiro deste ano, quando um conjunto de peças em ouro foi levado ilegalmente dos EUA em dezembro de 2022. Essas joias foram levadas para os EUA, para onde Bolsonaro e sua comitiva viajaram no encerramento de seu mandato. Em fevereiro, as joias foram colocadas em leilão, mas não despertaram interesse.
A PF indica que os recursos provenientes das vendas desses bens eram supostamente transferidos em dinheiro vivo para Bolsonaro. Há também indícios de envolvimento do ex-presidente, visto que as joias eram levadas para fora do país durante viagens presidenciais em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).
A Polícia Federal solicitou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e de sua ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, como parte do andamento da investigação. A situação continua a evoluir à medida que novas informações são reveladas.
*Com informações do UOL.