Não é de hoje que a Rússia costuma esconder alguns de seus ocorridos para não chamar tanto a atenção da mídia e causar o menor espanto possível. Em 1986, o governo de Moscou escondia do mundo um acidente que ocorreu na cidade de Pripyat na usina de Chernobyl, acidente esse que viria a ser considerado o maior e mais catastrófico acidente nuclear da história.
O território de Pripyat hoje fica localizado na Ucrânia, que a época pertencia a União Soviética e tinha Moscou como sua capital. Mas mesmo com o passar dos anos, parece que o governo russo ainda continua com essa mesma estratégia, mesmo que para isso precise criar algumas histórias um tanto quanto inusitadas.
Como de costume do governo russo, as informações sobre o acidente vão saindo gradativamente.
Tudo começou no dia 8 de agosto desse ano com uma explosão em uma plataforma no Mar Branco, em uma área de testes que fica em Nyonoksa. Até o momento, sete pessoas já foram dadas como mortas por conta da explosão, além dos vários contaminados pela radiação e dos dois mortos que foram expostos a mesma, mas não conseguiram serem transportados até Moscou a tempo.
Na cidade vizinha, Severodvinsk, os níveis de radiação eram 16 vezes superiores aos normais, fazendo com que a evacuação de cidades próximas ao acidente fosse solicitada o quanto antes.
Ainda não se sabe o real motivo desta explosão. Embora a agência nuclear de Rosatom diz ter sido algo com “uma fonte de energia isotópica para um motor de foguete de combustível líquido”, existem fortes suspeitas de ter sido um acidente com um protótipo de arma nuclear russa chamada SSC-X-9 Skyfall por conta da restrição do local onde o incidente ocorreu.
Se lembram da parte onde o governo russo escondia algumas informações para não fazerem a população entrar em pânico? Pois bem, é a partir dessa hora em que essa estratégia começou a ser adotada (de forma bem errada).
Aconteceu que um hospital que não foi informado de tal acidente recebeu três pacientes infectados com césio-137 e, logo após perceberem a presença de tal material radioativo, precisaram descontaminar a sala.
Logo após a descoberta do césio-137, funcionários do governo e da área da saúde se dirigiram até o local e fizeram os médicos assinarem um contrato de confidencialidade sobre o ocorrido por se tratar de um governo de estado.
Então surgiu a curiosidade em um dos médicos de como aquela radiação tinha parado lá. Foi então que um funcionário o indagou aonde tinha passado férias e o mesmo culpou os caranguejos que o médico ingeriu na Tailândia dizendo que os mesmos vieram de Fukushima, fazendo uma analogia a cidade japonesa que também sofreu com um acidente nuclear no início da década.
Com um grau de complexidade tão alto quanto o apresentado, chega a ser até incrível como o governo russo consegue agir com tanta cautela e arrumar explicação das mais diversas maneiras para não aterrorizar sua população, pois afinal, eles sabem muito bem do que um acidente nuclear é capaz de fazer.
*Com informações do Gizmodo, Washington Post, CNN e Businessinsider.