Buscando um sistema de saúde de qualidade

É bem visível que os “ricos” têm melhor qualidade em serviços à saúde, com equipamentos sofisticados e sempre são atendidos em hospitais de alto padrão.
Publicado em Saúde dia 15/02/2020 por Alan Corrêa

É bem visível que os “ricos” têm melhor qualidade em serviços à saúde, com equipamentos sofisticados e sempre são atendidos em hospitais de alto padrão.

Acontece que, um simples sentimento de cuidado, escolhas de técnicas inteligentes e um desejo honesto em servir, é tudo que precisaria para oferecer um serviço médico de qualidade para todos, inclusive em países em desenvolvimento, que é onde mais precisa.

Vamos aos fatos

O Estados Unidos é o país que mais investe em assistência a doenças cardiovasculares, que qualquer outro, isso tanto privado quanto público. Só que, outros países que têm maior casos de morte por doenças cardiovasculares, recebem bem menos de atenção, como a África por exemplo.

Cerca de 17 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças do coração, sem contar que são mais de 32 milhões de ocorrências de ataques de coração e derrame, sendo a maior parte encontrada nos países em desenvolvimento, e principalmente na África.

O pior é que 85% das doenças mundiais provindas de doenças cardiovasculares estão nos países em desenvolvimento, e não em países ricos. Mesmo sabendo disso, cerca de 90% dos recursos são destinados a esses países mais ricos.

Mas se pararmos para pensar, não são só os Africanos que deveriam se preocupar com isso, pois se algum dia que uma pessoa de outro país também precisar vai ter que voar para os Estados Unidos ou para a Europa no caso? Isso não daria nem tempo, 50% da pessoas morrem em 24h se não tiverem tratamento.

E os maiores fatores de risco são: Hipertensão, diabetes, obesidade e não menos importante a falta de exercícios. Portanto, o problema com o sistema de saúde deve ser de interesse de todos. Não se pode depender apenas da ajuda externa.

O que fazer?

De acordo com o Dr. Ernest Madu diretor do instituto “Heart Institute of the Caribbean” (em português: Instituto do Coração do Caribe) em Kingston na Jamaica. O que precisamos fazer para ter um sistema de saúde de qualidade é investir no desenvolvimento sustentável, ou seja um sistema de desenvolvimento global que incorpore aspectos de união. A melhor maneira é através da educação e tecnologia, essa é uma possível forma de conectar os países ricos com os pobres, para diminuir a diferença entre eles.

Para começar o Dr. Ernest Madu junto ao instituto desenvolveram uma solução chamada de Telemedicina para compartilhar o que um médico sabe com qualquer um que estiver interessado. Funciona da seguinte maneira, a Telemedicina dará acesso a médicos especialistas em qualquer lugar do mundo, apenas com um clique do botão. Assim, um médico poderia entrar em contato diretamente com um especialista do outro lado do mundo para obter informações e poder tratar o paciente. Nesse caso o paciente não precisaria viajar, e nem ficar ansioso por não saber sobre sua doença por causa da falta de especialidade.

A equipe inclui especialistas e profissionais cardiovasculares consagrados e respeitados internacionalmente
A equipe inclui especialistas e profissionais cardiovasculares consagrados e respeitados internacionalmente

“Além disso, temos uma política de nunca virar as costas para quem não pode pagar. Nós tratamos todo mundo.” Complementa Ernest Madu.

Pensando ainda mais em ajudar, também incentivam o uso do sistema eletrônico médico de gravação. Porém, 80% dos consultórios nos EUA não as utilizam apesar da tecnologia estar lá. Esse seria um método de diminuir os custos dos cuidados e tornar possível a extensão de atendimentos de qualidade para centros rurais. Entretanto, não se pode tudo ser apenas tecnológico, “Prevenção tem que ser parte da solução — enfatizamos isso. Bem, você tem que dizer às pessoas o que pode ser feito. Não dá para dizer para as pessoas que façam o que vai ser caro e eles vão para casa e não conseguem fazer. Eles precisam estar vivos, eles precisam se alimentar. Recomendamos exercícios como a coisa mais efetiva, simples, fácil de se fazer.” Disse o Dr. Ernest Madu em uma palestra TED ministrada em junho de 2007.

Então pensando nisso, o instituto Heart Institute of the Caribbean também incentivam e encorajam as crianças a aprender sobre saúde e sobre o que são problemas desde cedo, pois assim, uma vez que elas aprenderam, elas não esquecem.

Por isso, contam com o apoio da “University of Technology” da Jamaica, para fornecer treinamentos qualificados, começaram com um programa de engenharia biomédica, onde pessoas aprendem até como consertar os equipamentos, também estão treinando auxiliares em programas de tecnologia em saúde, formando pessoas em ecocardiografia e ultra-som cardíaco, por exemplo.

Instituto Heart Institute of the Caribbean em Kingston, Jamaica
Instituto Heart Institute of the Caribbean em Kingston, Jamaica

“Fazendo isso nós criamos no mínimo 100 empregos qualificados apenas na Jamaica, e são médicos especialistas e com treinamento especial.” Conta o Doutor.

Outro benefício que o instituto tem trago é oportunidade de cuidados para pessoas com baixa condições de pagar, através de atendimento das pessoas ricas, ou seja, o que um jamaicano rico gastaria de 8 a 10 vezes mais para ser atendido em outro país, com esse mesmo dinheiro é possível cuidar de pelo menos 4 pessoas que não têm essa mesma condição.

O Dr. Ernest Madu pretende criar outros centros no oeste Africano, ampliando esse modo para melhorar o sistema de saúde em todo o mundo.

“Nós estendemos este sistema para outra áreas, como tratamento de diálise. E qualquer um que estiver interessado em fazer isso em qualquer área da saúde, nós ficaríamos felizes em ajudá-los e mostrar como fazemos.” Finaliza Ernest Madu.